tag:blogger.com,1999:blog-7453210.post3998810245594589537..comments2023-11-03T17:03:41.544+01:00Comments on ambio: A questão essencial sobre o nuclearMiguel B. Araujohttp://www.blogger.com/profile/17672368828263969473noreply@blogger.comBlogger42125tag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-54939975724714571702011-03-21T18:50:27.823+00:002011-03-21T18:50:27.823+00:00José, diga la entao qual foi o problema da minha a...José, diga la entao qual foi o problema da minha argumentacao.<br />E' mentira que correlacao nao implica relacao causal?<br />E' mentira que a reaccao que se da nas estrelas e' de fusao nuclear e nao de fissao, por isso a sua tentativa de armar em filosofo nao faz sentido nenhum?<br />Isto de ficar amuado porque se foi contrariado...<br /><br /><br />(teclado sem acentos)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-3444383171757233472011-03-21T18:02:51.057+00:002011-03-21T18:02:51.057+00:00Caro anónimo,
A sua linguagem e argumentação assem...Caro anónimo,<br />A sua linguagem e argumentação assemelha-se aos comentários escritos nas paredes de um mictório reles, o que pode muito bem condizer com a sua natureza copofrágica mas não condiz com a minha.<br />Eduque-se,<br />JoséAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-20850804931498078782011-03-21T17:49:48.916+00:002011-03-21T17:49:48.916+00:00É verdade, MBA, os asteróides são hoje em dia prev...É verdade, MBA, os asteróides são hoje em dia previsíveis. Graças á tecnologia astronómica. Mas como poderia essa previsão ajudar-nos, se não tivéssemos meios de a usar para eliminar a ameaça, caso de verificasse? E, francamente, não vejo solução possível a não ser o uso dos mesmos ICBM e ogivas nucleares que foram concebidas para maus fins.<br />Por outro lado, que dizer da possível erupção do vulcão de Yellowstone?<br />O que eu quero significar com estas questões é que a vida é inerentemente arriscada, e não há como evitar os riscos, apenas há que os gerir da melhor maneira.<br />De resto, de um ponto de vista individual - e talvez mesmo colectivo - é só uma questão de tempo até que a soma de todos os pequenos riscos (e por vezes grandes) redunde em catástrofe: a morte, a que ninguém escapa.Pinto de Sáhttps://www.blogger.com/profile/07236403685335368416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-17041793759160679922011-03-21T17:45:32.838+00:002011-03-21T17:45:32.838+00:00"Não sou eu que digo que o Japão tem os melho..."Não sou eu que digo que o Japão tem os melhores índices de qualidade de vida do mundo, e neste capítulo apenas me resta comentar que «contra factos não há argumentos», "<br /><br />Antes de dizer baboseiras dessas devia estudar um bocado sobre correlações e relações causais.<br />Vai encontrar muitas vezes a expressão «CORRELATION DOES NOT IMPLY CAUSATION»<br />Como o HPS lhe disse "Só que não vejo uma única razão para admitir que as centrais nucleares são o que distingue os países desenvolvidos dos outros.<br />Se assim fosse a França seria a primeira potência económica mundial, e Austrália um país miserável."<br /><br />"3. a mutação celular é imprescindível para a evolução da vida, e as reacções físicas a ela associadas foram – provavelmente – também fundamentais para o aparecimento da química orgânica a partir da inorgânica, e embora o tema «Origens» também não seja a minha especialidade, posso garantir-lhe, como referiu o C. Sagan, que somos feitos de pó de estrelas, possivelmente de estrelas de segunda geração. É por isso que filosoficamente considero um contra-senso ser-se contra a energia nuclear."<br /><br />Pois é, é pena é o Carl Sagan se ter referido a fenómenos de fusão nuclear (que é o que acontece nas estrelas) e não de fissão nuclear, não é?<br /><br />Realmente não há limites para a falta de honestidade intelectual que os defensores da energia nuclear apresentam.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-9096787499105635682011-03-21T09:30:59.144+00:002011-03-21T09:30:59.144+00:00Caro HPS,
Não sou eu que digo que o Japão tem os ...Caro HPS,<br /><br />Não sou eu que digo que o Japão tem os melhores índices de qualidade de vida do mundo, e neste capítulo apenas me resta comentar que «contra factos não há argumentos», e referir que esses indicadores não são indicadores à engenheiro Sócrates L.da. Relativamente à capacidade económica francesa ela está indissociavelmente ligada à produção de electricidade a partir das centrais nucleares, que permitiram que o país fosse imune às flutuações do preço do petróleo, e aos choques petrolíferos. No fundo aquilo que o HPS advoga que é possível conseguir com as renováveis…<br /><br />Mas esperava que pegasse no tema a partir do problema do ordenamento do território, onde normalmente até faz umas observações muito pertinentes.<br />Com a sua indulgência vou insistir para ver se «pega na deixa», em vez continuar a insistir no que não aconteceu, e provavelmente não irá acontecer – uma catástrofe nuclear.<br /><br />Para finalizar acrescento apenas mais isto: para destruir os solos com as melhores aptidões agrícolas em Portugal, não foi preciso ter uma fuga radioactiva de Cesium-137 duma central nuclear. O impacte da construção civil, aprovada e acarinhada pelo bando de políticos mais incompetente do sistema solar e arredores (os nossos autarcas), a par da poluição dos cursos de água doce, sem que disso o país tenha tirado qualquer proveito económico digno de nota, perdurará nesses solos por muito mais do que os 30 anos da meia-vida desse isótopo; mesmo que se intentasse imediatamente um programa de recuperação… E é importante começarmos por corrigir os nossos contributos para o desequilíbrio ambiental, antes de fazermos de moralistas a comentar as opções dos outros.<br /><br />Paz aos 20.000 seres humanos que pereceram com o terramoto e o maremoto.<br /><br />Atenciosamente,<br /><br />JoséAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-23234088242651033972011-03-20T23:43:55.706+00:002011-03-20T23:43:55.706+00:00Caro José,
Estamos de acordo quando diz: "na ...Caro José,<br />Estamos de acordo quando diz: "na hora de fazer um projecto tem de assumir pressupostos, e só depois é que projecta."<br />No que não estamos de acordo é em considerar isso essencial.<br />Porque essencial é decidir por que razão devemos fazer este ou aquele projecto.<br />Claro que se eu estivesse convencido de que o povo japonês era dos mais desenvolvidos do mundo por causa das centrais nucleares concordaria consigo em discutir com mais cuidado a questão nuclear.<br />Só que não vejo uma única razão para admitir que as centrais nucleares são o que distingue os países desenvolvidos dos outros.<br />Se assim fosse a França seria a primeira potência económica mundial, e Austrália um país miserável.<br />henrique pereira dos santosHenrique Pereira dos Santoshttps://www.blogger.com/profile/11023831919229597099noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-14132306338838716472011-03-20T20:35:12.796+00:002011-03-20T20:35:12.796+00:00Caro MBA,
Duas correcções e uma anotação:
1. não ...Caro MBA,<br /><br />Duas correcções e uma anotação:<br />1. não sabemos se foi um asteróide ou um meteoro a chocar com a Terra no KT;<br />2. há muitos paleontólogos, a começar pela Gertha Keller, que discordam que o desaparecimento dos dinossauros se deva a esse impacto, e baseia-se no estudo dos foramíneferos para o demonstrar.(Já agora recentemente li um livro muito interessante “What bugged the Dinosaurs?” do Poinar e Poinar, que aborda o tema na perspectiva da propagação das doenças – o que tendo em consideração a existência de insectos como o Meganeura - até é capaz de não ser descabido. Mas como a paleontologia para mim é só um hobbie, prefiro manter-me no campo da física e da matemática.).<br />3. a mutação celular é imprescindível para a evolução da vida, e as reacções físicas a ela associadas foram – provavelmente – também fundamentais para o aparecimento da química orgânica a partir da inorgânica, e embora o tema «Origens» também não seja a minha especialidade, posso garantir-lhe, como referiu o C. Sagan, que somos feitos de pó de estrelas, possivelmente de estrelas de segunda geração. É por isso que filosoficamente considero um contra-senso ser-se contra a energia nuclear.<br /><br />Poderia continuar nesta base a comentar os seus comentários, palavra a palavra, linha a linha, que foi o que fez com os meus. Mas como já lhe referi noutra ocasião, suspeito que o MBA é o primeiro a não gostar desta maneira de esgrimir argumentos.<br /><br />Mas há contudo uma coisa que tenho que lhe dizer: os métodos matemáticos usados para calcular probabilidades em engenharia são os mesmos que os climatologistas usam para estimar a temperatura do passado da Terra, e não me consta que para esse fim o MBA ponha a sua validade em causa, não obstante as mudanças que propõe por esse motivo, serem de muito maior amplitude que a continuação da utilização, e construção, de centrais nucleares.<br /><br />O problema básico que referi em torno da observação que fez no seu primeiro comentário é este: a morte de um ser humano num acidente industrial tem um valor em si mesmo, que não tem nada a ver com a natureza industrial do acidente. E se tiver dúvidas pode confirmar junto da família do acidentado. Só lhe posso expressar um desejo: oxalá nunca tenha de o fazer.<br /><br />Terminando com Fukushima. Embora ainda seja prematuro, é com elevada probabilidade que podemos considerar que o pior na central já passou, e que o número de mortos por radiação continuará a ser 0. À custa daquelas centrais o povo japonês é um dos povos com maior qualidade de vida, e esperança de vida, no mundo. A um ponto nunca antes alcançado pela Humanidade! A mesma Humanidade que em bloco tem beneficiado indirectamente daquelas centrais, e que alguns tão cinicamente ignoraram na última semana.<br /><br />Obrigado pelo espaço e pela atenção,<br /><br />JoséAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-73594035159070284132011-03-20T14:04:14.297+00:002011-03-20T14:04:14.297+00:00Caro Pinto de Sá,
Os asteroides não caiem em funç...Caro Pinto de Sá,<br /><br />Os asteroides não caiem em função de decisões políticas e os asteroides gigantes, como refere, são previsíveis. Nada que ver, portanto, com a pertinência da discussão que estamos a ter.<br /><br />Quanto a guerras, estamos de acordo. O problema é que a política de defesa não está nas agendas dos partidos ganhadores de eleições e a política energética sim.Miguel B. Araujohttps://www.blogger.com/profile/17672368828263969473noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-22375187937539192312011-03-20T13:51:07.729+00:002011-03-20T13:51:07.729+00:00"O seu raciocínio é ao lado da questão essenc..."O seu raciocínio é ao lado da questão essencial.<br />Porque a questão essencial não é a da probabilidade, mas a da dimensão do impacto no caso de ocorrência de um acontecimento de baixíssima probabilidade."<br /><br />Caro Henrique,<br />Mais uma vez verifico ser muito difícil dialogar consigo. Diz que raciocino "ao lado" da "dimensão do impacto", quando precisamente citei como exemplo a queda de um asteróide gigante ou a hipótese de guerra nuclear. Coisas talvez de baixa probabilidade, mas impacto devastador, que não nos impedem de NÃO viver em subterrâneos ou de eleger Governos que mantêm arsenais nucleares (que, aliás, não se podem "desinventar").<br />Eu falo de alhos e o Henrique diz que falei de bugalhos, para depois responder aos bugalhos de que eu não falei...!<br />Como disse, assim é difícil...Pinto de Sáhttps://www.blogger.com/profile/07236403685335368416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-35392083817769251222011-03-20T13:48:16.857+00:002011-03-20T13:48:16.857+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Pinto de Sáhttps://www.blogger.com/profile/07236403685335368416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-12737889769861545572011-03-20T13:28:18.341+00:002011-03-20T13:28:18.341+00:00(continua)
"Agora uma coisa lhe garanto: se ...(continua)<br /><br />"Agora uma coisa lhe garanto: se o projecto de um avião se baseasse apenas na probabilidade de um acidente, a implementação de soluções para reduzir essa probabilidade de tal forma que conduzisse a um nível de risco igual ao das centrais nucleares, implicaria que o avião nem levantasse voo. Podia dar um exemplo semelhante utilizando carros, ou motas, ou bicicletas ou escadotes…"<br /><br />Mau exemplo. O acidente num avião<br />tem um impacte contido no espaço e no tempo e afecta, primordialmente, quem aceita correr esse risco. "Já agora sobre os custos não serem o problema mais importante na produção de electricidade. São de facto o problema mais importante nisso, como em tudo o resto! Num mundo ideal todos teríamos uma vivenda com piscina à beira do mar, andávamos de Mercedes, e não teríamos de trabalhar… Pois é, mas isto não é um mundo ideal, alguns de nós até têm de fazer aquilo que não gostam para ganhar a vida, e no Portugal de hoje, até já há quem nem consiga emprego, nem para fazer o que detesta…"<br /><br />Que pagou e continua a pagar a investigação no nuclear? Quem assume o risco e paga os estragos dos acidentes nucleares? Há anos que peço as contas completas sobre o custo do nuclear sem sucesso.Miguel B. Araujohttps://www.blogger.com/profile/17672368828263969473noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-69513641121722698692011-03-20T13:27:23.389+00:002011-03-20T13:27:23.389+00:00Caro anónimo José,
"O epicentro de um sismo ...Caro anónimo José,<br /><br />"O epicentro de um sismo de magnitude 9 pode ficar debaixo de uma central nuclear? Claro que pode, até de um sismo de magnitude 21… "<br /><br />Um terramoto na escala de 12.33 foi o que antecedeu a extinção dos dinossauros e que resultou a colisão com um asteroide que terá criado a baía de Yucatão, há cerca de 50 milhões de anos. Naturalmente não estamos a falar de eventos que ocorrem cada 50-100 milhões de anos, ou mais, e que dizimariam a humanidade com ou sem centrais nucleares. Estamos a falar de eventos que ocorrem durante o registo histórico. O terramoto de Lisboa, em 1755, foi de 9 na escala de Richter e este do Japão teve a mesma magnitude mas a distância do epicentro afeta a capacidade destrutiva dos mesmos e não é inverosímil que um terramoto com maior impacte direto ocorra numa central nuclear do Japão dada a proliferação das mesmas e a elevada sismicidade da região.<br /><br />"Como é que faz um projecto de engenharia? Primeiro fixa os dados, incluindo a probabilidade de um determinado tipo de acontecimento ocorrer e cruza isso com as consequências. É isto que se chama risco. Só depois é que faz o projecto: escolhe os materiais, dimensiona os componentes, …"<br /><br />Impossível, estatisticamente, determinar a probabilidade de um desastre nuclear ocorrer. O único que se pode dizer é que o recurso a uma tecnologia moderna e uma adequada gestão das centrais reduz a probabilidade de determinados tipo de acidentes ocorrerem. Isso é verdade mas isso não permite fazer um cálculo de probabilidade no sentido estatístico. Logo os fundamentos do cálculo da obra estão viciados à partida.<br /><br />"Admitamos como pressuposto básico que todas as vidas humanas têm o mesmo valor, ou seja: que 10 vidas valem dez vezes mais que uma só, 1000, mil vezes mais que uma só, e por aí adiante… Para efeitos de risco um acontecimento com a probabilidade de 1E-13 que produza 1E5 mortos é menos grave do que um com uma probabilidade de 1E-2 que possa provocar uma fatalidade."<br /><br />Sim mas a magnitude do impacte de um acidente nuclear é variável e depende da quantidade de radiação libertada, a forma como essa radiação é libertada, a proximidade de núcleos populacionais, etc. "Ceteribus paribus" um acidente num país pequeno, com elevada densidade populacional, é mais gravoso que um acidente num país grande com baixa densidade populacional. Por exemplo, um acidente com as proporções de Chernobyl, que lançou 400 vezes mais radiação para a atmosfera que a bomba atómica de Hiroshima, num país como Portugal teria tido efeitos catastróficos. Dir-me-há que com a tecnologia actual Chernobyl é pouco provável. Sim mas com Fukushima não andámos longe e Portugal está próximo de uma falha tectónica que já produziu um terramoto de grau 9. Sim, é pouco provável mas é não impossível. Havendo alternativas porque haverão os cidadãos aceitar este risco?Miguel B. Araujohttps://www.blogger.com/profile/17672368828263969473noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-20726202612710162442011-03-20T13:23:04.928+00:002011-03-20T13:23:04.928+00:00Henk, A dicotomia hoje não é entre o carvão e o nu...Henk, A dicotomia hoje não é entre o carvão e o nuclear. É entre o nucler e o mix de energias renováveis.Miguel B. Araujohttps://www.blogger.com/profile/17672368828263969473noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-68368574920341575912011-03-20T10:50:34.066+00:002011-03-20T10:50:34.066+00:00Caros,
A discussão acerca da energia nuclear tem-...Caros,<br /><br />A discussão acerca da energia nuclear tem-se concentrado em posições a favor ou contra, quer dizer, se a energia nuclear é "boa" ou "ma". mas não é essa a questão, não de pode avalair opções sem ter em consideração as alternativas, uma vez que a necessidade de energia não depende dessa escolha mas sim a escolha das necessidades!<br /><br />Portanto, a discussão deve concentrar se na questão se a nuclear é melhor ou pior que as alternativas existentes. A decisão de abdicar da energia nuclear tem como consequência direta o aumento de produção de energia por fontes diferentes (é de propósito que não uso a palavra "alternativas", que está politicamente contaminada).<br /><br />Já fui radicalmente contra o nuclear, manifestações nos anos 80 com bloqueios das mini-centrais na Holanda, discussões públicas e tudo. Eram tempos deliciosos de convicções inabaláveis, que são de facto muito confortáveis.<br /><br />Mas hoje tenho muitas dificuldades em responder à simples pergunta: o que mata mais a longo prazo, uma central nuclear ou uma central a carvão? Sinceramente, não sei, mas receio que seja a segunda. E por isso mesmo apoio as iniciativas de promoção de energia como eólica e solar, mesmo conhecendo por perto os esquemas, negócios e politiquices associadas a ela. Para mim, isto são doenças infantis da energia do futuro.<br /><br />Henk FeithHenk Feithhttps://www.blogger.com/profile/14859229693162070409noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-16875702278618729602011-03-20T10:43:39.111+00:002011-03-20T10:43:39.111+00:00Ao anónimo que refere pelo menos uma morte em TMI ...Ao anónimo que refere pelo menos uma morte em TMI e milhares em Chernobyl.<br /><br />Vivemos num mundo, e num país, em que as pessoas têm liberdade para escrever qualquer coisa, seja séria ou uma inanidade.<br />Por exemplo: o Sr. Presidente do Irão afirma que não houve holocausto. Outros que o Homem não foi à Lua, e por aí fora... E então?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-56634049669849902142011-03-20T10:26:52.645+00:002011-03-20T10:26:52.645+00:00Caro HPS,
Entendo o que está a dizer mas o proble...Caro HPS,<br /><br />Entendo o que está a dizer mas o problema essencial – como se lhe referiu – é de facto este: na hora de fazer um projecto tem de assumir pressupostos, e só depois é que projecta.<br /><br />Não referi que não há problemas éticos! Existem, mas se não lhes responder não faz nada, e fica com problemas éticos ainda de maior dimensão por resolver. Note que o «pressuposto de que os outros, sendo ignorantes, não podem tomar decisões racionais sobre a sua própria vida» é o pressuposto subjacente às regras da construção civil que estão em vigor: não se espera que as pessoas sejam especialistas em comportamento estrutural para comprarem uma casa.<br /><br />Repare nisto: porque motivo as regras de construção civil duma central nuclear hão-de ser mais exigentes que as regras de construção dos prédios de uma cidade com 2 milhões de habitantes que já foi sujeita, de facto, a um sismo e um tsunami (pe Lisboa)? Qual é a racionalidade de exigir medidas excepcionais para evitar um acidente cujas consequências são – com uma central nuclear por exemplo – 1.000 mortos, e não ter exigências mais severas para um cujas consequências podem ser 100.000 mortos? Só encontro uma explicação para tal coisa: aceita os «actos de Deus» e não aceita os «actos dos Homens». Lamento, mas se for isso digo-lhe que a minha religiosidade não chega a tanto.<br /><br />Mas há realmente conclusões extremamente importantes a tirar sobre ordenamento do território na orla costeira do Japão. E pior ainda: sobre o ordenamento do território na orla costeira de Portugal!!!. Mas infelizmente ainda não vi – desculpe-me a expressão mas é para não empregar calão! - «a rapaziada política» cá do burgo, que se desdobra a fazer comentários sobre Fukushima sem saber sequer o que é o modelo básico, a referir que temos de repensar e corrigir - a correr!!!!! - o caos urbanístico no nosso litoral.<br /><br />E neste último ponto, pelo que tem escrito, julgo que desta vez estamos em completa sintonia.<br /><br />Obrigado pelo espaço e pela atenção,<br /><br />JoséAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-24832397641910018032011-03-20T07:57:09.387+00:002011-03-20T07:57:09.387+00:00Caro José,
O seu raciocínio é ao lado da questão e...Caro José,<br />O seu raciocínio é ao lado da questão essencial.<br />Porque a questão essencial não é a da probabilidade, mas a da dimensão do impacto no caso de ocorrência de um acontecimento de baixíssima probabilidade.<br />E o que o acidente de fukushima torna claro para o público é que é possível a ocorrência de uma série de improbabilidades estatísticas.<br />Repare, a probabilidade de eu entrar num casino e ganhar um jackpot é ínfima. Mas todos os dias saem jackpots em casinos no mundo.<br />Esta aparente contradição explica-se facilmente: há tanta gente a tentar que mesmo as probabilidades mais baixas acontecem.<br />Quanto maior for o número de centrais nucleares mais probabilidades de ocorrência de eventos probabilisticamente marginais existem.<br />Ainda assim o risco de eu morrer a andar de carro é muito maior que a de morrer por viver ao lado de uma central nuclear, dir-me-á.<br />Claro, sem a menor dúvida que isso é verdade.<br />Mas se eu tiver um desastre de carro, morro eu e eventualmente meia dúzia de envolvidos no acidente (digamos sessenta se eu for condutor de autocarros). Se a central tiver um problema sério, há muito, muito mais gente afectada (e afectação não é apenas morte, uma falácia que os defensores do nuclear todos os dias martelam aos ouvidos dos outros).<br />Acresce que se eu quiser reduzir o meu risco de ter um acidente (sem nunca o eliminar, claro), posso fazê-lo, reduzindo o número de quilómetros que percorro de carro e sobretudo adoptando uma condução defensiva. Ou seja, grande parte do risco está relacionado com as minhas opções pessoais. Ao contrário do risco nuclear.<br />Sendo o risco muito baixo mas a magnitude do impacto muito grande, a questão, que não é técnica mas política, é a de saber se vale a pena correr esse risco, ou se as pessoas estão dispostas a pagar alternativas.<br />Por muito que vos custe, o facto é que as pessoas preferem pagar um pouco mais por alternativas (na realidade não é verdade que paguem mais, dada a evidente subsidiação da energia nuclear, incluindo a externalização dos custos associados a acidentes como os de fukushima).<br />É que as decisões de risco não são uma função matemática como o descrito, são decisões políticas de cidadãos comuns que decidem em função da sua percepção do risco.<br />Irracionalmente? Talvez, é uma mera opinião como outra qualquer.<br />O facto é que nunca ouvi os defensores do nuclear defender a democratização das decisões sobre o nuclear e a total abertura de informação associada às suas opções em detrimento da argumentação tecnocrática do seu comentário que parte do pressuposto de que os outros, sendo ignorantes, não podem tomar decisões racionais sobre a sua própria vida.<br />henrique pereira dos santosHenrique Pereira dos Santoshttps://www.blogger.com/profile/11023831919229597099noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-35192604477522368472011-03-20T05:54:50.322+00:002011-03-20T05:54:50.322+00:00Os riscos para a vida da energia nuclear, como de ...Os riscos para a vida da energia nuclear, como de tudo na vida (que está em permanente risco até à derrota final, a morte), devem avaliar-se não na base de hipóteses especulativas, mas na base dos factos verosímeis e da experiência.<br />Caso contrário, deveríamos defender, por exemplo, a vida em subterrãneos, dado o risco de um asteróide como o que eliminou os dinossauros cair a qualquer momento. E nunca deveríamos deixar uma criança sair à rua. Nem andar de avião, e muito menos de carro. O que, obviamente, não nos impediria de sermos finalmente mortos pelas diversas ameaças, como acontecerá a todos e sempre aconteceu.<br />Ora é claro que o nuclear comporta riscos. Mas o nuclear que comporta riscos é essencialmente o militar. O risco de uma futura guerra nuclear com a China, por exemplo, ou mais proximamente com o Irão, isso são riscos temíveis, como a História ensina: sempre que se fizeram armas, elas acabaram por ser usadas! E as milhares de ogivas existentes não estão aí para outra coisa senão matar-nos!<br />Quanto ao nuclear civil, os riscos de acidentes são contrariados pela capacidade humana de os evitar ou, quando ocorrem, de os remediar. E isso também deve ser contabilizado na avaliação dos riscos. Tal como, por exemplo, o risco de queda dum avião deve incluir a consideração da capacidade dos pilotos lidarem com as avarias em voo.<br />Vem isto a propósito de Three Miles Island e, provavelmente (ainda é cedo), de Fukushima. Houve avarias perigosas. Mas não houve NENHUMA vítima. Portanto a avaliação do risco que daí se pode OBJECTIVAMENTE retirar é qual? Sim, podia ter acontecido grande catástrofe SE os operadores das centrais não tivessem sabido actuar, SE as centrais não tivessem sistemas de socorro e emergência, SE.... Mas os operadores das centrais fazem parte do sistema das centrais, portanto não se pode avaliar o risco desses sistemas ignorando essa intervenção humana.<br />Chernobyl é diferente. Chernobyl, para ser absolutamente claro, foi o resultado do desprezo pelas pessoas e, ia a dizer a "ganância do lucro" mas corrijo para a "ganância socialista", não ter previsto um contentor blindado para o reactor, ao contrário de todas as centrais do mundo capitalista.<br />Aliás, Chernobyl não foi o único desastre nuclear soviético; durante a guerra fria a URSS perdeu 6 submarinos nucleares e um deles por avaria no reactor, o K-27.<br />Naturalmente, quem recorda com saudade o GAC Vozes na Luta poderá argumentar que isso foi fruto do revisionismo soviético, mas nesse caso terei de notar que o rebentamento da cascata de barragens de Banqiao na China, em 1975, e que matou 170 mil pessoas (aí está um facto empírico que permite uma valiação de risco objectiva), ocorreu como fruto da construção das mesmas ter sido feita durante a Revolução Cultural...<br />Cumprimentos!Pinto de Sáhttps://www.blogger.com/profile/07236403685335368416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-53288593670803137542011-03-20T00:57:09.504+00:002011-03-20T00:57:09.504+00:00Caro MBA,
O epicentro de um sismo de magnitude 9 ...Caro MBA,<br /><br />O epicentro de um sismo de magnitude 9 pode ficar debaixo de uma central nuclear? Claro que pode, até de um sismo de magnitude 21… Como é que faz um projecto de engenharia? Primeiro fixa os dados, incluindo a probabilidade de um determinado tipo de acontecimento ocorrer e cruza isso com as consequências. É isto que se chama risco. Só depois é que faz o projecto: escolhe os materiais, dimensiona os componentes, …<br /><br />Admitamos como pressuposto básico que todas as vidas humanas têm o mesmo valor, ou seja: que 10 vidas valem dez vezes mais que uma só, 1000, mil vezes mais que uma só, e por aí adiante… Para efeitos de risco um acontecimento com a probabilidade de 1E-13 que produza 1E5 mortos é menos grave do que um com uma probabilidade de 1E-2 que possa provocar uma fatalidade. Pode acrescentar outros considerandos, mas a estrutura básica do raciocínio é esta.<br /><br />Agora uma coisa lhe garanto: se o projecto de um avião se baseasse apenas na probabilidade de um acidente, a implementação de soluções para reduzir essa probabilidade de tal forma que conduzisse a um nível de risco igual ao das centrais nucleares, implicaria que o avião nem levantasse voo. Podia dar um exemplo semelhante utilizando carros, ou motas, ou bicicletas ou escadotes…<br /><br />E então: vai continuar a andar de avião?<br /><br />Já agora sobre os custos não serem o problema mais importante na produção de electricidade. São de facto o problema mais importante nisso, como em tudo o resto! Num mundo ideal todos teríamos uma vivenda com piscina à beira do mar, andávamos de Mercedes, e não teríamos de trabalhar… Pois é, mas isto não é um mundo ideal, alguns de nós até têm de fazer aquilo que não gostam para ganhar a vida, e no Portugal de hoje, até já há quem nem consiga emprego, nem para fazer o que detesta…<br /><br />Obrigado pela atenção.<br /><br />JoséAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-73971243787727331492011-03-18T14:14:57.321+00:002011-03-18T14:14:57.321+00:00Até o George Monbiot parece ir na falácia dos argu...Até o George Monbiot parece ir na falácia dos argumentos pró-nuclear.<br /><br />http://www.guardian.co.uk/environment/georgemonbiot/2011/mar/16/japan-nuclear-crisis-atomic-energy<br /><br />Concordo com o Henrique na sua análise desta questão. E com o Luís Lavoura. E com a preocupação do António Eloy na lista Ambio. Ou seja, de uma vez só concordo com 3 pessoas que me conseguiram tirar do sério inúmeras vezes no passado, por isso os argumentos são de peso e não fissáveis.<br /><br />Não há, a meu ver, argumentos válidos para o nuclear que sobrevivam a uma análise isenta de prós e contras.<br /><br />Ora aí está um bom tema para o programa de televisão com o mesmo nome (sugestão acabada de fazer via mail) ou para um debate na Loja de História Natural. Interessados? Sugestão de data?Loja de História Naturalhttps://www.blogger.com/profile/14030312348206238428noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-10877508867497058812011-03-17T13:59:04.437+00:002011-03-17T13:59:04.437+00:00A meu ver, "a questão essencial sobre o nucle...A meu ver, "a questão essencial sobre o nuclear" não é se ele é muito ou pouco perigoso, é, sim, se ele é economicamente viável e rentável, nomeadamente no longo prazo, dada a projetada e já bem percetível escassez de urânio no mercado mundial.<br /><br />Atualmente 25% do urânio utilizado em centrais nucleares não provem da mineração, mas sim da reciclagem de bombas nucleares e da reciclagem de urânio em fins civis. Está previsto que essa reciclagem acabe no prazo de 5 a 10 anos.<br /><br />Quanto à mineração, ela mantem-se basicamente estável. Com exceção do Cazaquistão, nenhum outro país tem conseguido aumentar a sua mineração de urânio.<br /><br />E, nos últimos anos, o preço do urânio no mercado mundial tem subido acentuadamente.<br /><br />Ou seja, as perspetivas são que, daqui a 5 a 10 anos - precisamente o tempo que uma central nuclear demora a ficar pronta... - comece a faltar seriamente "combustível" para todas as centrais nucleares existenes - quanto mais para centrais novas...Luís Lavourahttps://www.blogger.com/profile/07913924552073821855noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-29710843321158199732011-03-16T16:36:01.867+00:002011-03-16T16:36:01.867+00:00Quando o comissário da Energia da UE anuncia o apo...Quando o comissário da Energia da UE anuncia o apocalipse:<br />http://www.elmundo.es/elmundo/2011/03/16/internacional/1300289455.html<br />e um ex ministro francês e fervorroso adepto do nuclear diz:<br />"nuclear não deve ser construido em zonas sísmicas" (posso enviar o texto)<br />claro que as questões de segurança passam a ter total primazia.<br />O resto é...<br />António Eloyaeloyhttps://www.blogger.com/profile/01205034891472880876noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-51556735487715049362011-03-16T09:37:04.415+00:002011-03-16T09:37:04.415+00:00Spawm,
Se a classificacao de "mal educado&quo...Spawm,<br />Se a classificacao de "mal educado" e "pendante" e o preco necessario para parar o chorrilho de disparates que ate agora debitou pago-o com muito gosto (e alivio).<br /><br />Entretanto mais uns "updates" para voce ir digerindo:<br />1 - O Governo Japones confirmou esta noite que mais uma das suas "panelas de pressao com valvula de seguranca" rachou e esta agora a verter. Sao agora duas.<br />2 - Uma das piscinas de refrigeracao onde estao alojados os residuos radioactivos do reactor nr. 4 (desligado a hora do acidente) perdeu agua suficiente para gerar um incendio no edificio deste reactor. Piscinas de refrigeracao dos reactores 5 e 6 estao alegadamente tambem a sobre-aquecer.<br />3 - Os servicos diplomaticos franceses emitiram um alerta para todos os cidadaos franceses para abandonarem o Japao ou se impossivel fugirem para areas do Japao o mais afastadas possivel da central nuclear. Eles la devem saber alguma coisa ja que sao o segundo pais do mundo com maior potencia electrica instalada de origem nuclear.Lowlanderhttp://www.oie.intnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-68949289348437132822011-03-16T01:13:50.855+00:002011-03-16T01:13:50.855+00:00O spawn parece aqueles gajos do PNR quando fala so...O spawn parece aqueles gajos do PNR quando fala sobre o Hitler e o regime Nazi.<br />O estilo é exactamente o mesmo, só muda o tema.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-90719112928334054052011-03-15T23:57:29.106+00:002011-03-15T23:57:29.106+00:00e só para completar as resposta anterior sobre a c...e só para completar as resposta anterior sobre a comparação entre bombas nucleares e explosões de reactores nucleares:<br /><br />http://www.hiroshimasyndrome.com/confusion-about-fallout.htmlSpawmhttps://www.blogger.com/profile/02030215448929722715noreply@blogger.com