tag:blogger.com,1999:blog-7453210.post4693036397667616459..comments2023-11-03T17:03:41.544+01:00Comments on ambio: Outra vez comboiosMiguel B. Araujohttp://www.blogger.com/profile/17672368828263969473noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-709490847886896592011-08-16T14:00:19.412+00:002011-08-16T14:00:19.412+00:00Quanto à Linha do Minho, uma leitura engraçada:
h...Quanto à Linha do Minho, uma leitura engraçada:<br /><br />http://www.publico.pt/Local/cp-deixa-350-mil-euros-por-explicar-na-ligacao-valencavigo_1507821?all=1<br /><br />Afinal parece que o Porto-Vigo corre o sério risco de- benzer 3 vezes- dar lucro ao contribuinte, não que isso surpreenda quem viva e conheça a região e o serviço e não esteja numa latitude em que ache que o Minho é uma espécie de Kosovo.<br />Vá lá espreitar o mapa de densidades populacionais que o HPS postou e adivinhe onde passa a LdM.<br /><br />Existe um serviço LUCRATIVO entre Vigo e Corunha e um serviço LUCRATIVO Lisboa-Porto. No meio está uma linha do Minho anacrónica que, apesar disso, é quase de certeza LUCRATIVA. Agora esta ligação ao TGV e que liga todo o litoral Ibérico corre o risco de desaparecer, brilhante estratégia não haja dúvida.<br /><br />Isto se acharmos que o critério é só o lucro, o que até são boas notícias para a ferrovia, que provavelmente tem as únicas infraestruturas de transporte (excepto algumas pontes e portos) que dão lucro.<br /><br />A ideia de que não se pode investir em trajectos em rede por causa dos destinos finais também é bombástica: parece ter sido o critério usado para fazer centenas de quilómetros de auto-estrada às pinguinhas de 15km.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-41239707207869579962011-08-16T13:52:56.995+00:002011-08-16T13:52:56.995+00:00Gonçalo Elias,
Já não sei como refrasear, por iss...Gonçalo Elias,<br /><br />Já não sei como refrasear, por isso tentar simplificar ao máximo.<br /><br />1. Existem serviços que podem ter- ou não- interesse turístico/cultural, uma vez que já não é viável que sejam mantidos exclusivamente como solução de mobilidade local.<br /><br />2. Serviços culturais deste tipo, de várias escalas, existem em dezenas (centenas?) de casos pelo mundo fora, muitos com uma percentagem de bilhetes reservada a utentes locais com passe social.<br /><br />3. Já houve privados interessados em explorar serviços deste tipo em Portugal, a CP não lançou concurso e entregou a linha aos sucateiros, como Manuel Godinho, cujos negócios com a REFER são agora investigados. Coincidência?<br /><br />4. Algumas linhas PODEM ter interesse em explorar, para o saber abrem-se concursos a exploração privada.<br /><br />5. Se houver interesse a CP e/ou REFER podem até OBTER RECEITA desta forma. Se não houver interesse em condições mutuamente aceitáveis ENTÃO DEPOIS pode-se falar do encerramento definitivo das linhas.<br /><br />O Gonçalo Elias, se tivesse um imóvel com valor de mercado demolia-o porque lhe apetece ou procurava antes disso explorar a situação de venda, que pode dar-lhe maiores proveitos?<br /><br />Essa do "Nuno Oliveira não investe logo não vale a pena" para mim é um excelente elogio que não mereço, por exemplo não investi na Microsoft em 1983 mas nem por isso deixaria de ser boa ideia.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-87961479117909595972011-07-24T21:02:41.229+01:002011-07-24T21:02:41.229+01:00Nuno,
O dinheiro dos contribuintes é 0,00001% seu...Nuno,<br /><br />O dinheiro dos contribuintes é 0,00001% seu e 99,99999% dos outros contribuintes. Ou seja, se uma linha dessas custar 1 milhão de euros e der prejuízo, o Nuno colocou lá 10 cêntimos, por isso se a coisa der para o torto a sua perda não foi grande.<br /><br />A minha pergunta foi clara e directa: colocava lá o SEU dinheiro? Investia nesse projecto? Acredita na rentabilidade do mesmo?<br /><br />A sensação com que fico é esta: o Nuno acredita no projecto em teoria, mas na prática não (traduzindo: acha que a ideia é gira e por vai escrevendo umas coisas a defender publicamente esse investimento, mas não está disposto a colocar lá o seu capital).<br /><br />Há uma máxima que diz "put your money where your mouth is" e que normalmente ajuda a perceber se as pessoas acreditam realmente naquilo que defendem.<br /><br />Se estiver enganado acerca disto, diga-me.<br /><br />Quanto à linha do Minho, o que espera que lhe diga? Que é competitiva e tem potencial? Não tem. Desde logo porque a viagem de Porto a Vigo leva 3 horas e um quarto, enquanto de carro essa viagem leva uma hora e meia (à velocidade legal).<br /><br />Mas mesmo que o comboio fosse mais rápido, tenho muitas dúvidas que a procura fosse assim tão grande. Quantas pessoas há a querer fazer essa viagem (Porto-Vigo, Porto-Corunha), a ponto de justificar o investimento? Essas são as questões a que interessa responder.G.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-20137038460261159782011-07-24T18:56:58.738+01:002011-07-24T18:56:58.738+01:00Dinheiro dos outros?
Eu dei uma resposta directa....Dinheiro dos outros?<br /><br />Eu dei uma resposta directa... que dava dinheiro a ganhar ao contribuinte. <br />Mas não já não tenho a expectativa de que o bom-senso vingue.<br />E que tal apoiar a realização de concursos para a exploração privada para tirar teimas? É só isso que estou a defender, ou é nas caixas de comentários que se acertam estratégias para o destino do património público?<br /><br />Entretanto em relação à Linha do Minho... um silêncio ensurdecedor a não ser, claro está, que isto são tudo "comboios", vai tudo para o mesmo saco.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-7828673087823816832011-07-24T17:29:26.635+01:002011-07-24T17:29:26.635+01:00Pois, era a resposta que eu esperava... é muito bo...Pois, era a resposta que eu esperava... é muito bonito dizer o que deve ser feito com o dinheiro dos outros...G.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-35577315482499540112011-07-24T08:52:39.841+01:002011-07-24T08:52:39.841+01:00"se tivesse capital suficiente, acreditaria n..."se tivesse capital suficiente, acreditaria na viabilidade de um projecto turistico como o do ramal de Cáceres a ponto de decidir investir lá o seu capital ou não?"<br /><br />Como contribuinte quero que se invista na realização de concursos para exploração privada destes troços que podem ou não ter interesse turístico, cabendo aos concorrentes avaliar o seu potencial. Isto pode trazer algum rendimento ao Estado pela via do aluguer e manutenção do material.<br /><br />Já repeti isto noutros comentários: deve-se ao menos explorar algumas possibilidades de rentabilização antes de partir para o fecho.<br /><br />Eu procuro, pela enésima vez, levar a questão para campos mais relevantes: como faria comodamente mais um interrail passando por Portugal quando o Porto e o Norte perdessem a sua última ligação internacional? <br />É o eixo Lisboa-Corunha uma "área pouco povoada e sem interesse económico ou cultural", onde só medra a auto-estrada?Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-40265604050380319102011-07-24T01:36:00.073+01:002011-07-24T01:36:00.073+01:00Nuno,
Quando eu perguntei se investia lá o seu di...Nuno,<br /><br />Quando eu perguntei se investia lá o seu dinheiro a pergunta era para ser entendida desta forma: "se tivesse capital suficiente, acreditaria na viabilidade de um projecto turistico como o do ramal de Cáceres a ponto de decidir investir lá o seu capital ou não?"<br /><br />Ou seja, não estou a perguntar se tem pouco ou muito, mas sim a perguntar se acredita o suficiente nesse projecto para investir lá o seu dinheiro caso o tivesse.<br /><br />Só isto.G.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-75226717542932120572011-07-23T22:38:41.471+01:002011-07-23T22:38:41.471+01:00Caro GE,
Esta discussão padece em primeiro lugar ...Caro GE,<br /><br />Esta discussão padece em primeiro lugar de um problema: começamos a discutir a viabilidade da Linha do Minho e do Porto-Vigo e logo se passou para algo que, como já disse, tem pouco a ver com a mobilidade regional como são as linhas turísticas.<br /><br />Isto porque o GE acredita que, se houvesse concurso para exploração privada antes do encerramento, tal era, por algum motivo, uma inutilidade tal como os defensores da manutenção de alguns traçados têm para eles expectativas irrealistas do seu uso para a mobilidade.<br />Repare que o que eu defendo implica nenhum ou muito menos impacto no contribuinte, e até talvez um rendimento, se se retiver a manutenção da infraestrutura.<br /><br />Uns propõem deitar tudo fora, outros obras inverosímeis, ambos defendem o desperdício.<br />Eu só propus que se abrisse a exploração destes troços a iniciativas turísticas.<br /><br />Também fiz interrail e tenho bem a noção das diferenças entre a escala turística de diferentes comboios, mas lá porque a Basílica de S.Pedro é espantosa não quer dizer que a Basílica da Estrela não mereça uma visita. A pequena linha do Devon também passa, em metade do percurso, em subúrbios, mas serve gastronomia local a bordo, tem informação sobre a paisagem mineira e história local. <br />Há muito por onde explorar.<br /><br />Também não entendo o argumento de que se eu, Nuno Oliveira, não investir pessoalmente na exploração ferroviária turística, então tal não tem viabilidade. <br />É que não só com um rendimento de 3 dígitos estou longe de ser o Richard Branson nos investimentos como me parece um critério bizarro para decidir a viabilidade de qualquer negócio.<br /><br />Mais uma vez, tenho pena que se fale de coisas com a escala da pequena exploração turística para propositadamente desviar de linhas e serviços que têm verdadeiro potencial para a mobilidade, como a Linha do Minho.<br /><br />Nuno OliveiraNunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-78625710257794344232011-07-23T15:43:46.771+01:002011-07-23T15:43:46.771+01:00Nuno,
"GE, agora finalmente percebi as suas ...Nuno,<br /><br />"GE, agora finalmente percebi as suas dúvidas. Vá lá googlar "rail tourism" ou "historical railways" ou vá a uma livraria e procura livros de turismo ferroviário."<br /><br />Nuno, eu não preciso de ir procurar no Google. Eu fiz nove inter-rails - não deve haver muita gente na Europa que tenha feito mais inter-rails do que eu. Sou um aficionado de comboios desde os meus 6 anos. Conheço bem a realidade ferroviária da Europa.<br /><br />Mas o facto de eu ser um aficionado de comboios não significa que eu defenda o comboio a qualquer preço onde ele reconhecidamente não tem viabilidade.<br /><br />Falou do caso da Suíça. Posso dizer que conheço bem os caminhos de ferro suíços. Para além de já ter percorrido o país todo nas ferrovias estatais, desde Genève a Berna, Neuchatel, Lugano, Montreux, Brig, Zurique e St-Gall, também percorri diversas linhas de montanha - por exemplo, a ferrovia de Martigny-Chamonix, a linha Jungfraujoch, e a linha Brig-Visp-Zermatt-Gornergrat - esta última é a mais alta do mundo a céu aberto).<br /><br />A realidade Suíça nada tem a ver com a nossa. Lá existem montanhas, comboios de cremalheira, paisagens de cortar a respiração que fazem da viagem de comboio uma experiência única, uma descoberta permanente da paisagem. Aliás em muitos desses locais (como a Jungfraujoch e a própria vila de Zermatt), o comboio é o único meio de transporte para lá chegar. A realidade é completamente diferente.<br /><br />Ao contrário da Suíça (onde a experiência da viagem constitui uma experiência extraordinária), no ramal de Cáceres não há montanhas a paisagem é desinteressante ao longo da maior parte do percurso, que decorre em planície, primeiro entre sobreiros e depois pelo meio de extensos eucaliptais - em termos de valia paisagística deixa muito a desejar.<br /><br />Querer comparar o Ramal de Cáceres à Suíça em termos de potencial turístico não faz para mim qualquer sentido. Daí eu lhe ter perguntado se colocava lá o seu dinheiro (mas curiosamente o Nuno não respondeu a esta questão...) Porque sinceramente eu não estou a ver onde está o potencial turístico dessa linha.<br /><br />Poderá responder-me que o potencial está nas vilas de Castelo de Vide e Marvão, mas o comboio pára a 4 km da primeira e a 11 km da segunda, por isso este meio de transporte não é o mais indicado para visitar essas localidades. E a parte mais enriquecedora da viagem nem sequer é a parte do percurso ferroviário. Aliás a CP tentou promover há dois ou três anos um circuito turístico nessa via, que ainda está online, mas desconheço se continua a realizar-se:<br />http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgnextoid=e2106eb2dd375210VgnVCM100000be01a8c0RCRD<br />(suponho que não, uma vez que a circulação foi encerrada).<br /><br />Nuno, eu gosto muito de comboios, mas tenho alguma dificuldade em entender um raciocinio que defende a utilização turística em locais onde a procura é manifestamente insuficiente.<br /><br />Quanto a esta parte:<br />"O RF apontou bem as contradições do seu raciocínio em relação ao automóvel"<br /><br />O RF não apontou contradições nenhumas. Apresentou apenas alguns números referentes a exportações e a importações. Onde está a contradição?G.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-89676228756876481902011-07-22T14:48:36.153+01:002011-07-22T14:48:36.153+01:00"GE, agora finalmente percebi as suas dúvidas..."GE, agora finalmente percebi as suas dúvidas. Vá lá googlar "rail tourism" ou "historical railways" ou vá a uma livraria e procura livros de turismo ferroviário."<br /><br />Só nos EUA há cerca de 150 «legacy railways», exploradas essencialmente para motivos turísticos, sendo que há vezes permitem transporte de passageiros e ainda mais raramente de carga.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-58467439476555172722011-07-21T21:51:36.899+01:002011-07-21T21:51:36.899+01:00No caso do Tâmega, havia mesmo um grupo britânico ...No caso do Tâmega, havia mesmo um grupo britânico (explorador de outros serviços semelhantes?) que propôs a abertura de um concurso para a privatização do troço, para o explorarem para fins sobretudo turísticos, a custo zero para as autarquias.<br /><br />Ninguém fez nenhum concurso e agora só nos guias de turismo ferroviário mais antigos é que se vê esta linha.<br /><br />Garanto que não era eu o investidor britânico.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-25879099185803305342011-07-21T21:17:22.234+01:002011-07-21T21:17:22.234+01:00"Pode concretizar? Que projectos são esses qu..."Pode concretizar? Que projectos são esses que acontecem por todo o mundo? "<br /><br />GE, agora finalmente percebi as suas dúvidas. Vá lá googlar "rail tourism" ou "historical railways" ou vá a uma livraria e procura livros de turismo ferroviário.<br /><br />Apesar de não ser um aficionado ao visitar áreas de paisagem protegida na Suíça e Inglaterra fiz questão de visitar estas duas, acompanhado de mais leigos que só ligam ao facto de serem carruagens pitorescas e bem conservadas puxadas a vapor numa paisagem característica e não aos modelos ou história do material:<br /><br />http://www.southdevonrailway.co.uk/<br /><br />http://www.swissworld.org/en/switzerland/swiss_specials/unesco/rhaetian_railway/<br /><br />A segunda é património da Unesco.<br />Existirão dezenas (centenas?) de mais exemplos de outras linhas pelo mundo fora, de todos os tipos e tamanhos. Estas duas por acaso têm um uso prioritariamente turístico (pelo menos a maioria dos passageiros eram turistas) mas ainda transportam locais com desconto.<br /><br />Também já deve ter ouvido falar deste bom exemplo, infelizmente isolado:<br /><br />http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgnextoid=c321c75682031210VgnVCM1000007b01a8c0RCRD<br /><br />Mas ainda não percebi porque estamos a falar de potencial de linhas turísticas numa conversa sobre mobilidade, é porque é tudo "comboios"?<br /><br />O RF apontou bem as contradições do seu raciocínio em relação ao automóvel, como sou um "extremista fanático terrorista dos comboios" digo mais uma coisa sobre o "lá fora": "lá fora" não houve contradição entre desenvolver uma ferrovia digna e uma rede de auto-estradas adequada, ambas até prosperarão em conjunto.<br /><br />Em Portugal, se invertêssemos a situação, tínhamos TGVs para Freixo de Espada à Cinta e Estradas Nacionais de terra batida entre Leiria e Lisboa. <br />Seria ridículo.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-80252053930000892532011-07-21T12:25:12.063+01:002011-07-21T12:25:12.063+01:00RF,
"metade dos gastos com energia já são co...RF,<br /><br />"metade dos gastos com energia já são com o transporte individual."<br /><br />Sim, e então? Isso é muito ou pouco? Quando é que "deveria" ser?<br />E como é que esse rácio compara com os outros países europeus?<br /><br />"Além disso, é verdade que a REFER é altamente deficitária mas, se formos a ver a Estradas de Portugal, o buraco é muito maior! E, há que juntar a construção e manutenção das Auto-estradas e vias municipais, que não entram nas contas da EP."<br /><br />Não digo o contrário. Mas a questão essencial parece-me ser esta: quando é que estamos dispostos a pagar para ter uma rede ferroviária "como deve ser"? 100 milhões? Mil milhões? Dez mil milhões?<br /><br />"Quanto ao ramal de Cáceres, não conheço, mas investiria facilmente em projectos de viabilização de vias férreas com fins turísticos. Isso acontece por todo o mundo, porque não em Portugal?"<br /><br />Pode concretizar? Que projectos são esses que acontecem por todo o mundo?G.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-48873809157632940162011-07-21T11:46:25.604+01:002011-07-21T11:46:25.604+01:00Caro GE,
Alguns dados sobre os combustíveis:
Bala...Caro GE,<br /><br />Alguns dados sobre os combustíveis:<br />Balança Comercial Portugal 2011.01-05 (milhões €)<br />> Total Importações: 6 643<br />> Total Exportações: 4 191<br />> Total Imp. Combustíveis: 3 296<br />> Total Exp. Combustíveis: 650<br /><br />E pelo menos metade dos gastos com energia já são com o transporte individual.<br /><br />Além disso, é verdade que a REFER é altamente deficitária mas, se formos a ver a Estradas de Portugal, o buraco é muito maior! E, há que juntar a construção e manutenção das Auto-estradas e vias municipais, que não entram nas contas da EP.<br /><br />Quanto ao ramal de Cáceres, não conheço, mas investiria facilmente em projectos de viabilização de vias férreas com fins turísticos. Isso acontece por todo o mundo, porque não em Portugal?<br /><br />RFRFnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-92033029487372919632011-07-21T08:37:26.280+01:002011-07-21T08:37:26.280+01:00Nuno,
O ISP rende ao Estado cerca de 6% da receit...Nuno,<br /><br />O ISP rende ao Estado cerca de 6% da receita fiscal. Podemos não lhe chamar lucro e dar outro nome qualquer, mas que é uma importante fonte de receita para o Estado, parece-me evidente.<br /><br />Quanto ao Ramal de Cáceres, eu só lhe pergunto isto: aplicaria o seu dinheiro num projecto turístico para essa linha?<br /><br />Gonçalo EliasG.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-33762210525549616382011-07-20T18:54:45.484+01:002011-07-20T18:54:45.484+01:00G.E.
1.
O automóvel é intensamente subsidiado e ...G.E.<br /><br />1. <br />O automóvel é intensamente subsidiado e até há pouco tempo nem muitas autoestradas pagava (e mal), ao contrário do comboio, que sempre custou os seus 5€. A ideia muito popular de que o automóvel "dá lucro ao Estado" com a carga fiscal é uma enorme peta e é inacreditável como ainda subsiste quando já nem o ACP a repete.<br /><br />Todos os transportes são subsidiados, é a viabilidade e alvo do subsídio que devem ser avaliados, sob orientação de uma estratégia e objectivos. Admitir que esse potencial existe também para o comboio é, claro está, uma verdadeira blasfémia de filisteus sobre carris.<br /><br />2. <br />O problema dos "amigos dos comboios" e dos "inimigos dos comboios", personagens de um teatro que aparentemente se criou e no qual recuso contracenar, é que ambos cometem o mesmo erro: falam de "comboios" no abstracto.<br />O ramal de Cáceres é "comboios", a linha do Minho é "comboios", é tudo "comboios", logo tanto faz.<br /><br />Pelo que deve ser a milionésima vez, peço que se fale de cada linha e serviço com consciência das suas (enormes) diferenças.<br /><br />Já agora, julgo que o Ramal de Cáceres, nesta conjuntura, poderia ter sobretudo interesse e viabilidade se explorado com uma vertente turística prioritária em relação a questões de mobilidade, uma vez que é (era) uma linha que aparece em todos os guias deste tipo de turismo, com o Tua e o antigo Tâmega, aliás.<br /><br />Uma empresa da Renfe faz este tipo de serviço e fá-lo com lucro como em muitos outros casos pela Europa fora- em Portugal temos uma empresa Fac Simile para explorar esta vertente, composta por 2 ou 3 boys a jogar cartas no computador num qualquer escritório em Lisboa.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-8527510445116405402011-07-20T10:45:35.995+01:002011-07-20T10:45:35.995+01:00Conforme já escrevi num comentário a outro post, o...Conforme já escrevi num comentário a outro post, o comboio ainda vai sendo competitivo com o carro em certos percursos devido a uma conjugação de dois factores:<br />- subsidiação do preço do comboio<br />- enorme carga fiscal (mais de 60%) sobre o uso do automóvel <br /><br />Se retirarmos a subsidiação ao primeiro e os impostos ao segundo, a competitividade do comboio desaparece.<br /><br />E mesmo na situaçaõ actual a competitividade é muito difícil de manter.<br /><br />No Ramal de Cáceres há uns meses deixou de haver comboios regionais. Li na altura uma notícia que dizia que cada passageiro custava 67,5 euros salvo erro. O bilhete para o percurso custava 4 ou 5 euros. Quem paga a diferença?G.E.https://www.blogger.com/profile/07844957203971470030noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-67010731488697881592011-07-19T11:17:03.966+01:002011-07-19T11:17:03.966+01:00Caro anónimo,
Ainda bem que conduz e não é idoso,...Caro anónimo,<br /><br />Ainda bem que conduz e não é idoso, menor de idade, ou simplesmente, alguém que não quer ou não pode conduzir e que, quando o faz, não tem que o fazer sozinho. O automóvel é de facto um veículo bastante eficiente com mais de 2 pessoas lá dentro (a média nacional é de 1.4). Seria interessante apostar-se mais na subida desta média de ocupantes para fazer face à volatilidade dos preços de combustíveis, que tendem para a subida (pelo menos nos últimos 4 anos).<br /><br />Muitos outros seus concidadãos não ponderam usar o comboio exclusivamente nas férias com a família mas no quotidiano e sozinhos. São os radicais dos comboios, cegos à sensibilidade dos seus argumentos económicos.<br /><br />Pessoalmente, não disponho de 15.000€ para comprar um veículo próprio e os 80€ de passe que me custa o comboio estão a milhas dos mais 200€ que me custaria o carro mensalmente só em estacionamento, portagens e gasolina, sem contar sequer com revisões, seguro ou prestações de pagamento. Muitos outros (como eu, aparente pirómano da Verdadeira Mobilidade Racional) contabilizariam aspectos menos palpáveis e talvez fruto do seu febril radicalismo como a segurança e a possibilidade de no comboio adiantar trabalho ou leitura.<br /><br />Para mim, como para muitos outros num país onde 50% da população activa (ainda falta a inactiva , que poucas possibilidades terá para passear de carro) ganha menos de 600€, que é a diferença entre conseguir poupar algum do ordenado e ficar a zero no fim do mês. Este raciocínio esdrúxulo está na base da minha descida da pacatez às catacumbas.<br /><br />O comboio é vantajoso em muitos casos individuais, noutros é ultrapassado pelo avião ou autocarro e noutros ainda (como no caso das suas férias) o automóvel não tem rival (também sou, por vezes, passageiro de automóvel em férias ou lazer- acompanhado).<br /><br />Importante é não assumir que todos são como nós e que a mobilidade no país não se resume ao lazer familiar do caro anónimo, que circula numa linha e condições específicas.<br /><br />PS. Estou radicalmente de acordo com as extremistas sugestões do HPS relativas à Beira Baixa, se entretanto não sofrer encerramentos antes de- benzer 3 vezes- sofrer melhorias do tipo para melhorar o seu desempenho, bem como as relativas à complementaridade com o automóvel (que, sendo justo, tem aumentado nalguns serviços) e gostaria de as defender perante movimentos cívicos que advogam esta peculiar forma de terrorismo. Como perigoso fanático, julgo que uma melhor competência na política comercial da CP poderia colmatar muitas situações em que o comboio poderia ganhar vantagem competitiva.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-45954304387601281502011-07-19T10:54:45.392+01:002011-07-19T10:54:45.392+01:00Anónimo,
Essa é a simplicidade que tenho procurado...Anónimo,<br />Essa é a simplicidade que tenho procurado transmitir aos radicais dos comboios sempre, em todo o lado e a qualquer momento.<br />Mas essa simplicidade tem algumas complicações: 1)a eventual subida do preço do petróleo (ao contrário da maioria dos ambientalistas eu acho que me matéria de preços do petróleo a única certeza é a sua voltailidade, não é o seu aumento futuro); 2) Nem sempre vão três pessoas juntas e a questão é saber se para os outros há mercado suficientemente volumoso; 3) Há segmentos de mercado com forte disponibilidade para o comboio, a questão é saber se é um mercado suficientemente volumoso (daí a minha defesa da ligação covilhã Guarda que permitiria juntar os passageiros da beira baixa e alta num só comboio em vez de dois, como actualmente); 4) Pode haver circunstâncias que alteremos termos de troca. Imaginemos que na estação da covilhã tem um carro alugado a preços bastante convenientes e com horários de recepção e entrega articulados com os do comboio, isso poderia significar, para muita gente, uma introdução de flexibilidade no uso do comboio que diminuiria enormemente a desvantagem da sua rigidez que só permite servir dois pontos e não uma verdadeira rede capilar.<br />Mas é preciso começar na simplicidade de custos e proveitos para depois passar ao resto.<br />henrique pereira dos santosHenrique Pereira dos Santoshttps://www.blogger.com/profile/11023831919229597099noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-81985130332225837502011-07-19T10:45:52.349+01:002011-07-19T10:45:52.349+01:00Esqueci-me de escrever que por 96 euros encho o de...Esqueci-me de escrever que por 96 euros encho o depósito e ainda me sobra gasolina para subir à Torre!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-57029946723329388082011-07-19T10:39:23.672+01:002011-07-19T10:39:23.672+01:00Vou com muita frequência para a Serra da Estrela o...Vou com muita frequência para a Serra da Estrela onde tenho origens. <br />Cá em casa somos três e as contas que interessam são estas:<br />3 bilhetes ida e volta = 96 euros.<br /><br />Por esse dinheiro vou de carro; saio de casa à hora que quero; levo a bagagem que quero; e quando chego à covilhã não preciso de pedir boleia até à minha aldeia.<br /><br />Simples....Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-91351143550752874952011-07-18T13:21:06.201+01:002011-07-18T13:21:06.201+01:00"Madrid tem um interesse político claro no us..."Madrid tem um interesse político claro no uso da alta velocidade como um cimento do Estado espanhol. Madrid dificilmente aceitaria a ligação Porto Vigo em detrimento de Lisboa Madrid por estritas (e importantes) razões estratégicas. A ligação Porto Vigo enfraquece o Estado central face às autonomias."<br /><br />É um facto inevitável e um problema fulcral a ter em conta na consolidação de um eixo atlântico, eu deixei de fora- mal- os factores políticos no campo das dificuldades.<br /><br />Em relação a isto até tinha outra blasfémia a propôr: como passageiro regular (para Norte e Sul) não me importava nada que fosse a RENFE a fazer a exploração de um eventual eixo de Longo Curso neste trajecto com os seus veículos e postura comercial agressiva centrada na qualidade de serviço prestado ao passageiro.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-73931518427788822382011-07-18T13:14:17.678+01:002011-07-18T13:14:17.678+01:00Nuno,
Há um tipo de argumentos que raramente uso m...Nuno,<br />Há um tipo de argumentos que raramente uso mas que penso que no caso da alta velocidade fazem sentido: Madrid tem um interesse político claro no uso da alta velocidade como um cimento do Estado espanhol. Madrid dificilmente aceitaria a ligação Porto Vigo em detrimento de Lisboa Madrid por estritas (e importantes) razões estratégicas. A ligação Porto Vigo enfraquece o Estado central face às autonomias. Repara que a ligação da alta velocidade ibérica (neste momento apenas espanhola) ao resto da Europa não existe ainda.<br />Uma coisa é trazer Lisboa para a órbita de Madrid, outra coisa é empurrar a Galiza para a órbita do Porto.<br />henrique pereira dos santosHenrique Pereira dos Santoshttps://www.blogger.com/profile/11023831919229597099noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-10601134367132336712011-07-18T13:01:29.426+01:002011-07-18T13:01:29.426+01:00"Eu quero é discutir isso com contas de explo..."Eu quero é discutir isso com contas de exploração existentes, não com impressões ou com projecções de um futuro radioso."<br /><br />Concordo totalmente, é por achar que o futuro não é nada radioso nem propenso a despesismos que acho que a modernização deste eixo é mais importante do que AVs novos em grandes extensões e que a afectação de fundos já atribuídos a estes mega-projectos fronteiriços, em vez de irem para enormes investimentos ferroviários, podiam ir para a modernização do Porto e Vigo e reforço até do transporte marítimo costeiro na costa atlântica por exemplo, entre outros pequenos investimentos realizados mais no curto prazo e mais significativos a nível local e regional.<br /><br />Isto pelos vistos tanto garante a discórdia de "amigos da ferrovia" como dos seus críticos pelo que o meu isolamento relativo nesta questão põem-me a pensar por vezes se o pragmatismo está mal colocado ou se morreu de velho.<br /><br />PS. Adicionalmente, pessoalmente penso que o futuro não será particularmente radioso para os combustíveis que estão na base da rodovia e aviação, pelo que é necessário pensar também estrategicamente na ferrovia e mar, mas neste ponto admito que estou totalmente no campo da conjuntura.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-7453210.post-23666127950728482772011-07-18T12:54:23.548+01:002011-07-18T12:54:23.548+01:00(cont.)
"O facto de haver muita gente num sí...(cont.)<br /><br />"O facto de haver muita gente num sítio não quer dizer que haja muitos utilizadores de comboio. O facto de haver muita gente só quer dizer que há potencialmente muitos utilizadores de comboio. Mas que esse potencial só se transforma em bilhetes vendidos em algumas circunstâncias. Não há circunstâncias possíveis que dêem competitividade ao comboio na viagem Lisboa/ Corunha, a menos que um investimento colossal levasse um comboio rápido da Lisboa à Corunha."<br /><br />Totalmente de acordo. Felizmente o eixo Lisboa-Corunha já existe na sua maioria (Lisboa-Porto e Vigo-Corunha) e a parte que falta não só já tem uma base no Porto-Vigo como a sua modernização já foi agendada e adiada 2 vezes. Estamos a falar de introduzir algum pragmatismo e fazer o possível com o que temos num eixo de (na minha perspectiva e outros agentes locais) grande potencial em vez de um eixo de VE inteiramente novo no Braga-Vigo.<br /><br />"Só que amortizar esse investimento pressupõe um mercado que não existe de facto, face à flexibilidade e preço do avião e do carro."<br /><br />Foi este o argumento mais repetido na altura dos 450M de investimento (penso) na Linha do Norte, aquela que dá lucro e conquistou uma significativa quota de mercado nesse eixo apesar de existirem 2 (em breve 3) auto-estradas e (entretanto mais outra ) uma ligação áerea. Todos os meios de transporte cresceram, provavelmente até o autocarro e o automóvel ou terá perdido quota de mercado ou acompanhado o aumento de mobilidade ao longo do eixo. Infelizmente até a gestão da CP vê rigidamente esta competição/complementaridade, não se apercebendo que há pessoas que andam de comboio mas se recusam a usar autocarro ou avião, existem pessoas que não querem conduzir ou estar numa estrada, outras que são uns românticos do comboio, outras que tanto faz irem num meio ou noutro, uns que só ligam ao preço outros só ao conforto, etc, etc. Felizmente na altura não houve a presunção desta rigidez inexorável.Nunohttps://www.blogger.com/profile/03112069743121256504noreply@blogger.com