A Montis é uma associação de conservação da natureza (declaração de interesses: de que sou presidente) que foi beber os seus fundamentos a uma longa tradição de gestão directa de propriedades e, mais directamente, à ATN, a associação que gere a primeira (e até agora única) área protegida privada do país, a Faia Brava.
Em muitas coisas a Montis aproxima-se do modelo da ATN, em muitas outras afasta-se, muitas vezes exactamente por manter o interesse na experiência da ATN e entender que há caminhos de gestão alternativos ao que a ATN faz.
Numa coisa seguramente nos inspirámos na ATN: a preocupação de gestão directa, de ter pessoas a mexer no terreno, de não ter apenas uma gestão profissional dos terrenos, mas uma preocupação de envolvimento das pessoas comuns nessa gestão.
Na Montis, face aos recursos existentes, começámos por fazer passeios mensais que permitissem aos sócios (muitos deles contribuintes na campanha de crowdfunding com que comprámos os primeiros terrenos da Montis) ter contacto directo com os terrenos e a forma como as coisas evoluem.
Mais tarde conseguimos começar a ter acções mensais de voluntariado, para que houvesse oportunidade de sentir o custo e o gosto de gerir directamente pedaços de natureza. Eram, e são, pequenas acções, regulares, de maneira geral com poucos inscritos, mas que têm permitido o envolvimento de mais pessoas na gestão dos nossos carvalhais e ainda apoiar outras associações nas suas iniciativas.
Agora damos mais um passo: desenhámos um fim de semana de formação em engenharia natural, em que combinamos a formação, o gosto pelo contacto directo com a natureza e as necessidades de gestão de terrenos pelos quais somos responsáveis (neste caso um baldio com o qual temos um acordo de gestão).
Ainda há três vagas para quem se queira inscrever (no momento em que escrevo, a verdade é que estamos surpreendidos com a adesão ao proposto), mas esta primeira experiência é a preparação para um programa mais alargado de envolvimento de pessoas na gestão directa, permitindo que cada um tenha as suas opções, mas que saiba o que custa e o que permite uma gestão orientada para a valorização do património natural, que veja e faça o que se pode fazer, mas também as limitações práticas, que avalie e pense como se pode contar com os processos naturais para se obterem os resultados pretendidos, que veja claramente visto como evolui a natureza quando lhe damos tempo e atenção.
A partir desta acção afinaremos outras que procuraremos financiar através de uma nova campanha de crowdfunding, que decorrerá entre meados de Abril e meados de Junho, articulando gestão profissional (com recursos externos à campanha) e gestão voluntária (financiada pela campanha).
Estamos convencidos que é bom ter cada vez mais gente com cada vez mais conhecimento directo sobre gestão do património natural.
Democratizar o acesso à natureza faz sentido para nós, não apenas na componente da fruição, mas também na oportunidade para pôr as mãos na massa com os pés na terra.
henrique pereira dos santos
Caro Henrique,
ResponderEliminarNem sei porque me dou ao trabalho, mas a sua falta de honestidade intelectual é gritante. Sistematicamente. É aflitivo.
Escreve que: a ATN é "a associação que gere a primeira (e até agora única) área protegida privada do país, a Faia Brava" e eu pergunto-lhe e Vale Gonçalinho da LPN e Monte Barata da Quercus, bem anteriores sequer à fundação da ATN, são o quê?
Haverá limites para a sua falta de honestidade? Já cansa, convenhamos.
Deixo-lhe um link para um texto que escrevi exactamente sobre isto.
Peço-lhe que não argumente de volta, falar consigo é impossível e apenas serve para deixar pessoas de bem irritadas.
Deixo aqui isto porque quem aqui chegue tem direito a ir vendo os truques que o Henrique usa para denegrir todos menos aqueles que lhe interessam, a ATN onde trabalhou e a Montis, projecto que criou para fazer o que a LPN e a Quercus, organizações de quem gosta de dizer mal, já há muito fazem.
Só vai na sua conversa quem não conhecer os factos.
Cumprimentos,
Pedro Lérias