A previsão até sábado, pelo menos, é de vento leste. Fraco.
A verificar-se parece-me que por volta de sexta feira comeceremos a ter notícias sobre fogos.
Amanhá poderemos verificar no site da autoridade nacional de protecção civil se o número de fogos e a quantidade de meios envolidos não começa a subir hoje.
henrique pereira dos santos
Se os piromanos lerem o ambio ficam a saber quando é melhor atear fogos nas florestas e matos deste País.
ResponderEliminarCaro anónimo,
ResponderEliminarIsso só seria um problema quando duas condições se juntassem:
os pirómanos não soubessem nada de fogos e por isso não identificassem este tipo de dias;
o problema dos fogos fossem os pirómanos e a maneira como começam os fogos e não as razões pelas quais não param em determinadas circunstâncias.
E já agora, por que razão haveria um pirómano de ler a ambio?
henrique pereira dos santos
Hoje quinta o site do Instituto de Meteorologia tem o continente todo pintado de verde e apenas o Algarve de amarelo por causa das ondas.
ResponderEliminarSobre fogos nada.
Veremos quem tem razão.
É que alguns dos que antes diziam que os meus comentários sobre a ligação entre o vento leste e os fogos eram patetices hoje dizem, depois das demonstrações, que são banalidades que estão contidas nos índices de risco de incêndio.
Eu estou a dizer que o risco de incêndio até domingo é moderado (choveu há pouco tempo e o vento é fraco) o Instituto de meteorologia diz que é nenhum.
Far-se-á o balanço lá para domingo.
henrique pereira dos santos
Anteontem, 25 fogos, 189 bombeiros e 16 viaturas, ontem 68 fogos, 522 bombeiros e 139 viaturas.
ResponderEliminarMas de acordo com os índices de risco de incêndio em uso, nó pasa nada.
henrique pereira dos santos
O dia de hoje trouxe-nos alguns fogos, nomeadamente em Alcobaça, Arouca e Tondela, confirmando-se portanto a tendência de aumento de ocorrências.
ResponderEliminarO vento leste tem certamente influência nesta situação, em particular e no problema dos incêndios florestais em geral, sendo também factores de influência geral as ondas de calor, os actos criminosos, a negligência e o grau de eficácia das políticas de ordenamento do território e de combate aos fogos. No entanto, e de acordo com o modelo matemático desenvolvido pelo climatologista Carlos da Câmara (revista Visão, 11-10-2007), a incidência de fogos florestais está fortemente relacionada com a precipitação e a temperatura dos meses anteriores.
Em relação aos incêndios do período de Verão “se o final da Primavera for fresco e chuvoso, pouco arde”; explicando-se assim porquê que em Julho e Agosto do ano passado se verificou uma reduzida área ardida em comparação com anos anteriores.
Segundo Carlos da Camara “são os humores do clima e não as decisões e investimentos na floresta que verdadeiramente pesam na área ardida”, não deixando contudo de reconhecer que “se o ordenamento do território e as políticas de prevenção fossem eficazes, o impacto do clima do final da Primavera nos incêndios não seria tão claro.”.
Fogos controlados previstos para hoje foram cancelados: muito vento no monte. Em contrapartida o pastor de serviço aqui na encosta do Alvão fez o que tinha a fazer...
ResponderEliminarCaro Edmundo Bolinhas,
ResponderEliminarLigo pouco a esses modelos matemáticos que não assentam numa explicação substancial da realidade.
Na verdade posso dar exemplos de anos em que choveu até ao fim de Junho e depois ardeu que se fartou.
Para mim a questão é muito simples: eu previ uma realidade diferente do Instituto de Meteorologia e os factos têm vindo a confirmar o que eu disse.
Não arranjei uma explicação ou uma correlação matemática posterior para explicar uma realidade conhecida.
Insisto: o instituto de meteorologia continua a considerar todo o continente fora do risco de incêndio e eu, antes de conhecer o que se iria passar nos dias seguintes fiz a descrição dessa realidade.
Esse é o verdadeiro teste dos modelos que pretendem interpretar uma realidade.
henrique pereira dos santos
Não sou climatologista e nem tenho qualquer tipo de formação que me permita emitir com toda a segurança juízos sobre a temática dos incêndios florestais.
ResponderEliminarPura e simplesmente interesso-me pelo assunto, pelas suas implicações ambientais, sociais e económicas e limitei-me a apresentar uma teoria inteiramente extraída de um pequeno artigo que li há uns meses na revista Visão, e que se refere essencialmente à ocorrência de incêndios florestais nos meses de Julho e Agosto.
Em relação à situação do momento presente, limitei-me a confirmar a ocorrência de várias situações de fogo no território nacional, e concordo plenamente que existe alguma discrepância entre a realidade vivida no terreno e a análise de risco dos organismos oficiais.
Ao trazer aqui o modelo de Carlos da Camara, do qual não conheço mais do que a notícia que já referi, pretendi apenas contribuir com mais esse elemento para esta discussão.
Caro Edmundo Bolinhas,
ResponderEliminarTambém eu não sou especialista de fogo, nem climatólogo.
E com certeza que agradeço a achega para a discussão.
Apenas não me quis desviar do foco do post: insisto que a correlação entre o risco de incêndio e a direcção do vento é mais útil que alguns índices complexos (na medida em que a direcção do vento é o resultado de uma situação climatológica e sintetiza essas condições com a enorme vantagem de ser de uma simplicidade desarmante).
Como não tenho acesso a informação que me permita fazer uma análise simples da correlação entre o número diário de fogos (e os meios envolvidos que em princípio traduzirão a complexidade da situação) e a direcção do vento restam-me estes exercícios de correr o risco de antecipar o que se vai passar e permitir que qualquer pessoa verifique o grau de fiabilidade da previsão.
henrique pereira dos santos
Sexta feira de manhã e os números de ontem, quinta-feira: 106 fogos, 858 bombeiros e 233 viaturas, contra os 68 fogos do dia anterior e os 25 do último dia antes do episódio de vento leste que deve durar até amanhã.
ResponderEliminarMas mais significativo que o aumento dos fogos diários é o aumento dos meios envolvidos por fogos: 7,56 bombeiros e 0,64 viaturas por fogo na terça, para 7,68 e 2,04 na quarta e 8,09 e 2,20ontem.
A isto suponho que chamam os militares estender o dispositivo no teatro de guerra. Se for necessário fazê-lo cada vez mais (aumentando o número de fogos e o empenho de meios por fogo) corre-se o risco de ruptura dos meios disponíveis.
É este o risco de nos focarmos na área ardida e na psicose de apagar todos os fogos em vez de adoptarmos objectivos que possam ser compatíveis com os meios disponiveis.
Para termos uma ideia, este ano já arderam quase mil hectares no Parque Natural de Montezinho.
Para os objectivos de diminuição da área ardida é um mau resultado. Para objectivos de controlo dos efeitos negativos do fogo é um resultado muito interessante.
henrique pereira dos santos
Sábado, princípio (ou meio) da tarde.
ResponderEliminarGostaria de ter escrito este comentário logo de manhã, antes de ser possível verificar como vai correndo o dia.
Mas não tive tempo antes. Ou melhor, quando estive no computador ainda não havia os números dos fogos de ontem.
É que a previsão já era de vento sueste embora ainda de subida de subida de temperaturas e que queria exactamente dizer que me pareceria que não iria haver aumento de fogos hoje. Não garanto (se o vento for mais forte, por exemplo, para além de haver uma inércia decorrente do tempo seco dos últimos três dias) mas parece-me que hoje, sábado assistiremos a uma paragem, ou inversão no crescimento dos números dos fogos.
Mas queria dizer isto ainda confrontando com a subida de ontem sexta feira.
121 fogos (contra 106 de quinta) e 8,5 bombeiros e 2,26 viaturas por fogo.
Um aumento de 25 para 121 durante este episódio de três dias de vento Leste. Note-se numa altura em que tinha chovido há pouco mais de uma semana e as temperaturas ainda estão na casa dos vinte e tal graus.
O tempo mudou (o que é traduzido pelo vento sueste) e vamos descansar um bocado mais dos fogos.
Até à próxima.
henrique pereira dos santos
Domingo,
ResponderEliminarOntem, sábado, novo aumento do número de fogos ao contrário do que previ. Admito que a humidade e a mudança de situação meteorológica sentida em Lisboa não fosse generalizada ao interior. Não verifiquei ontem. 166fogos. Mas o número de bombeiros por fogo desceu para 7 e o número de viaturas para 1,81 traduzindo uma diminuição da gravidade de cada fogo. Veremos o que acontece hoje Domingo. Aparentemente a mudança do vento é generalizada no país, o que quer dizer que há uma alteração meteorológica generalizada. Não sei se haverá mais ou menos fogos que hoje mas duvido de um aumento significativo dos meios por fogo, sobretudo ao nível em que estiveram sexta feira.
henrique pereira dos santos
Caro Henrique,
ResponderEliminarPara que não pense que só comento quando estamos em desacordo (:)), deixo nota de concordância com a análise que faz.
Claro que quando chega o Verão arde de qualquer maneira, tipo acto crematório do defunto Mundo Rural...:(
Segunda, com chuva.
ResponderEliminarOntem Domingo, um dia lindo, solarengo e ventoso ma non troppo.
O número de fogos diminuiu para 119mas o número de bombeiros por fogo subiu para 8,9 e o de viaturas para 2,34, ao contrário do que tinha sido a minha previsão.
A explicação pode ser o vento mais forte a dificultar.
henrique pereira dos santos
Caro Henrique,
ResponderEliminardeixe-me confessar que ao ler superficialmente os seus posts sobre previsões de incêndios fiquei com uma sensação de ser um jogo de mau gosto, ao estilo "bet&win", faça as suas apostas.
Após uma leitura mais atenta, em que compreendi o encadeamento dos posts e a idéia por si defendida, devo lhe dar os parabéns.
Efectivamente, "nós" gostamos de modelos e soluções complicadas, quando por vezes, a melhor solução é aquela mais simples (o problema é que para a comunidade científica, as soluções e idéias simples não são publicáveis em revistas da especialidade).