Agora que se prevêem alguns dias de vento meio leste, meio nordeste, embora as observações do site do Instituto de Meteorologia não sejam conclusivas e apresentem direcções de vento para todos os gostos, vale a pena perguntar onde andam os comentários dos portugueses que tanta certeza têm sobre a nossa incompetência óbvia para lidar com o fogo face ao que se vem passando na Califórnia.
Vejo notícias de 20 000 bombeiros envolvidos, ajudas com bombeiros vindos do México e Canadá, evacuações aos milhares, dezenas de casas ardidas, apenas não tenho ouvido falar muito de mortos com excepção de uma pessoa que estaria no torre de vigia e se sentiu mal.
Que não se entenda est cometário como procurando-se dizer que está tudo bem em matéria de gestão de fogo em Portugal.
Bem pelo contrário, acho que a fixação com o indicador área ardida sem contexto e a psicose da supressão do fogo em vez do objectivo de preparar o território para arder irão custar muito caro ao país.
Portugal sem fogos é uma ficção que nos impede de gerir situações difíceis que virão, tarde ou cedo.
Mas é bom que quando vierem tenhamos a serenidade de fazer a discussão com o devido contexto.
E os parágrafos sobre a Califórnia visam apenas lembrar que contextos difíceis implicam necessariamente extensas áreas ardidas e muitos problemas associados.
Mas não significam ter de reformular tudo de alto abaixo e atirar dinheiro para cima do problema dos fogos como tem sido feito.
É que atirando dinheiro para o problema um dos dois vai desaparecer mas dificilmente será o problema.
henrique pereira dos santos
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