Divulga-se no blog - e em virtude da sua pouca divulgação nos órgãos de comunicação social que optaram por privilegiar a posição das autarquias - o comunicado da FAPAS a propósito da recuperação da estrada florestal na Mata de Albergaria (Parque Nacional da Peneda-Gerês) por pessoas residentes da região.
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O FAPAS lamenta a postura da Câmara Municipal de Terras do Bouro ao justificar esta intervenção indevida, pelos alegados prejuízos que o mau estado da estrada estaria a provocar na economia das populações e acusando o Parque de não zelar pela conservação deste acesso.
Lamentamos e repudiamos todo a lógica do discurso em que assenta a posição da Camâra Municipal. Não sabemos em que é gasto o dinheiro proveniente das portagens que o Parque cobra na zona, mas em caso nenhum estas verbas devem ser canalizadas para tapar buracos de uma estrada que há muito deveria estar definitivamente encerrada ao trânsito motorizado pelos graves danos ambientais que promove. Parte dela assenta na via romana (conhecida por Geira) com cerca de dois mil anos. A posição da Câmara é insutentável quando por outro lado promove acções para que este património seja reconhecido como património mundial. O dinheiro das portagens deve ser dirigido para acções de conservação da natureza.
A estrada em causa há anos que dilacera uma das zonas mais sensíveis do Parque Nacional. Só um desprezo total pelos valores que diferenciam positivamente a região pode justificar a manutenção de uma situação por resolver há quase 40 anos e que degrada um espaço onde se encontra delimitada uma Reserva Biogenética.
É a todos os títulos lamentável e incompreensível que se defenda o turismo e a usufruição dos recursos à custa da destruição do que o motiva. que se use e abuse da imagem do " único Parque Nacional português" e paralelamente se insista em manter situações que aceleram a destruição dos seus valores. É querer sol na eira e chuva no nabal.
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Faço notar que as autarquias da região sempre foram contra a portagem pelo que esta posição é apenas mais uma que visa minar a credibilidade do processo.
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