Esta é a estimativa da soma de cães e gatos com dono nos Estados Unidos.
O custo médio anual de cada um destes animais (comida, veterinário e etc.) está entre 700 a 875 dólares.
Ou seja, 112 000 000 000 de dólares anuais, admitindo o valor mais baixo.
A juntar a estes haverá cerca de 70 milhões de animais vadios.
Tirei os números daqui.
Isto é apenas nos Estados Unidos.
Quase sempre, quando se fala de redução de consumos, a conversa vai para estradas, carros, água, gestos diários, alimentação.
Haverá alguma razão para raramente se considerar a posse de um animal de estimação (excluindo os cães que acompanham cegos, os que vão à caça, os gatos que protegem dos ratos e outros produtores de serviços úteis) como um dos mais importantes comportamentos anti-ambientais?
henrique pereira dos santos
13 comentários:
Concordo apenas parcialmente.
Os animais de estimação podem ser uma frivolidade em muitos casos, como o provam os milhares de casos em que são abandonados como mobília. Estas pessoas não deviam ter animais de estimação.
Também discordo- pessoalmente- de quem tem animais sem condições condignas para os ter ou quando não os pode garantir que possam ter alguns comportamentos naturais á sua espécie: pássaros em gaiolas, répteis e peixes em aquários cães e gatos em apartamentos desadequados e/ou sem acesso ao exterior.Estas pessoas não deviam ter animais de estimação.
Mas há que considerar que para quase todas as outras os cães e gatos têm uma função importante, porventura impossível de contabilizar nos "gastos diários": são efectivamente parte da família e desempenham funções de companhia, defesa e mesmo de amizade.
Isto são razões sociais e psicológicas perfeitamente válidas.
Portanto concordo parcialmente.
Não se pode generalizar que ter uma animal é um comportamento anti-ambiental como não se poderá generalizar que utilizar um meio de transporte que não andar a pé ou de bicicleta seja anti-ambiental.Depende.
É no fundo uma questão de eficiência: é para mim anti-ambiental comprar alimentos para animais, e não garantir as condições que menciono acima.
Se retirarem os casos em que não se deveria ter um animal de estimação o verdadeiro numero seria bem menor do que 16000000.
Cumps
Nuno Oliveira
Ainda há a referir, pelo menos em Portugal, a enorme quantidade de cães e gatos vadios e assilvestrados que se encontra por aí, que exercem uma enorme pressão de predação sobre os animais selvagens.
É um dos grandes problemas ambientais em Portugal e porventura dos menos falados.
Caro Henrique,
A distincao que pretende tracar entre "animais de estimacao" e "animais que produzem servicos uteis" nao me parece legitima porque os animais de estimacao produzem tambem servicos uteis, principalmente a nivel do bem-estar emocional e mental dos seus donos. "Externalidades positivas".
Ja a discussao de como se tornar a utilizacao dos animais, como um todo, mais eficiente e com menor impacto ambiental e extremamente pertinente. Assisti ate recentemente a um seminario do S.A.C. sobre as possiveis respostas que podem ser apresentadas ao sector pecuario para mitigar emissoes por exemplo. Fascinantes, alguns dos dados apresentados sobre as principais fontes emissoras e solucoes. Mas como o tema deste post e outro nao me alongarei mais.
Não tenho comigo as estatísticas sobre o número de crianças que há no mundo contudo atrevo-me a extrapolar o raciocínio deste post para o caso das crianças, que consomem imenso dinheiro mensalmente e que o farão por muito mais anos de que um animal de estimação. Não tenho filhos mas tenho 2 enteadas (6 e 10 anos) e por isso, da próxima vez que disser à minha companheira que não pretendo ter filhos deverei dizer-lhe que é uma questão de redução de consumos e de um comportamento ambientalmente correcto?
Será que percebi bem? Confesso que estou pasma!!!! O lince ibérico agora é tratado nas palminhas das mãos. Mas os cães e os gatos como não estão em perigo de extinção, e vivem em casa, e não na "natureza" são para ser "desratizados"! Os gatos e os cães um dia já foram animais selvagens. Será que se daqui uns séculos o lince ibérico evoluir no sentido da domesticação, haverá também quem pugne pela sua “eliminação”? Fundamentalismo por fundamentalismo, acho que muitos cães e gatos na sua fidelidade, pureza e amizade pelos seus “donos” estão muito acima de muitos humanos. Se a redução tem de começar como algum lado, preferia que começasse por muitos humanos que não estão cá a fazer nada.
Bom trabalho.
Muitos parabéns.
Fica o convite para visitarem www.bilmamundoenatureza.blogspot.com
Obrigado
Zito
Bilma
Caro Pedro Silva Santos,
Se der uma volta por tudo quanto é documento sobre sustentabilidade e impactos da actividade humana encontrará referências ao excesso de pessoas (eu, que tenho quatro filhos, até concordo, mas simplesmente estou-me nas tintas para as questões ambientais na decisão sobre ter filhos ou não).
O que não encontra é referências ao impacto de todos estes animais de estimação (que mais que duplicam a população dos estados unidos, e repare no que as pessoas compram quando estiver na bicha do supermercado para perceber o que isso significa em uso de recursos).
henrique pereira dos santos
Caro HPS,
Concordo totalmente consigo, e só estou admirado com a reduzida indignação que o seu texto provocou. Será que já estamos suficientemente maduros, para que as Polícias Municipais passem a multar os donos dos animais que deixam o «presentinho» no chão, para os vizinhos pisarem?
Antecipando alguma reacção ao que acabei de comentar, agradeço que quem a fizer deixe a morada, para que um amigo meu – invisual - lhe possa mandar os sapatos para limpar, cada vez que chegar com eles emporcalhados a casa.
Atentamente,
JM
Caro JM,
Pura e simplesmente não há motivo para se estar indignado.
É um facto que pessoas a mais (não todas) têm animais de estimação.
A questão de limpeza urbana é um problema de civismo.
Discordo totalmente que se misturem filhos e animais de estimação mas seria interessante discutir no Ambio o problema (ou não-problema) da sobrepopulação, uma das questões que mais dividem o movimento ambientalista.
Cumprimentos
Boa tarde.
Pois e se se acabasse com os cigarros? Poupava-se nos gastos de saúde, na recolha e varridela das periscas e dos maços de cigarros?
Lembra-me este "post" uma história contada por um senhor meu amigo há uns anos. Estava ele no Brasil, andando na areia da praia com outro amigo brasileiro, que depois de beber uma cerveja ou refrigentante (não sei ao certo), atirou com a lata para a areia. O senhor meu amigo chamou-lhe a atenção ao que o brasileiro que respondeu: "E depois, se não houver lixo para varrer o meu amigo varredor perde o emprego, né?"
Não pretendo com isto dar qualquer lição ou extrair qualquer moral, é apenas uma história de que me lembrei...
Cps,
Seguindo amesma linha de raciocínio li aqui já não sei onde que se toda a população da Terra tivesse o nível de vida dos portugueses (somos os 37ªs em nível de vida) os recursos de dois Planetas não chegavam.
Em consequencia para não estragar mais os recursos o melhor é deixar o pessoal em África, Ásia etc. morrerem à fome ou então já no âmbito do post estabelecer quotas para animais domésticos.
Haja paciência que ao menos essa não poluí
Lowlander
«Assisti ate recentemente a um seminario do S.A.C. sobre as possiveis respostas que podem ser apresentadas ao sector pecuario para mitigar emissoes por exemplo.»
Interessante.
Há alguma coisa online sobre isso?
Caro Jose,
Infelizmente os papers apresentados neste seminario, tanto quanto sei, ainda estavam ainda nao publicados e eram conclusoes preliminares.
De qualquer das formas creio que isto e uma discussao fora do topico de discussao deste post. De-me um e-mail de contacto e podemos falar falar melhor.
Enviar um comentário