sexta-feira, abril 30, 2010

A maior ameaça ambiental actual

Em Portugal, uma das maiores ameaças ambientais actuais é o endividamento.
Mas se tivesse mesmo de escolher a maior, diria que é a qualidade do processo de decisão pública.
A próposito das grandes obras públicas, ouçamos a clarividência do ministro que as tutela, falando do inacreditável projecto das terceira auto-estrada Lisboa-Porto, já depois de reconfirmar TGVs, aeroportos, terceira travessia do Tejo e afins:
"«É um projecto que é benéfico e cujas receitas são seguramente superiores aos custos mas é um projecto que tendo em conta os objectivos mais gerais (…) será objecto de reavaliação no sentido de definir o seu objeto e definir prioridades», disse o ministro. "
henrique pereira dos santos

4 comentários:

José M. Sousa disse...

Este país já não tem remição possível. É que estas loucuras, uma vez levadas a cabo, constituirão um enorme peso morto a arrastar várias gerações para o fundo!

Carlos Aguiar disse...

Sendo o Sr. Ministro professor de economia fico curioso em saber quais foram os últimos livros da especialidade que leu. Quem são os mentores desta ciência económica que cega o Sr. Ministro?

Anónimo disse...

Atribuir sistematicamente à má "qualidade do processo de decisão pública" a responsabilidade do tudo o que de errado se passa neste país, é na minha opinião uma estafada estratégia de desculpabilização colectiva. No fundo, este é um argumento populista que a única coisa que coloca em causa é a própria democracia. Comemorou-se na semana passada o 36º aniversário de Abril e importa recordar que a classe política (responsável pelo "processo de decisão pública") não foi escolhida por inspiração divina. Também é importante não esquecer que independentemente da incapacidade dos sucessivos governos para promover estratégias que favoreçam um crescimento sustentado da produtividade, que o sector privado não foi também capaz de se tornar competitivo num sociedade cada vez mais globalizada. Ou seja, atribuir em exclusivo a Sócrates o mau estado das finanças públicas e tudo o que de pernicioso elas implicam é tão justo como dizer que o problema é os Portugueses serem todos preguiçosos.
Quando à citação do ministro das Obras Públicas, não conheço as declarações originais, mas admito que possam estar a ser citadas fora do contexto.

Alexandre Vaz

Anónimo disse...

Excelente comentário HPS.

Relativamente à observação do comentador anónimo em cima: moral seria que quem não vota pague mais impostos que eu (já que estão de acordo com qualquer coisa), e que quem votou no PS que pague a crise.

Como referiu o Medina Carreira: está mais do que na hora de responsabilizar criminalmente os decisores políticos pela porcaria que fazem. Os políticos não têm pistolas apontadas às costas para o serem. Se são imbecis desamparem a loja, ou paguem pelo que fazem. Estou completamente farto desta gentinha medíocre (e estou-me a conter para não empregar calão, e expressar o que me vai na alma sobre estas criaturas).