Naquela manhã de sábado, subia a avenida arrastando mala e tripé. Dois homens que, árvore a árvore, colocavam um pequeno papelinho violeta em cada tronco, cruzaram-se comigo no meio da alameda. Depois de meia dúzia de fotos tiradas pelas bandas do café Républica, fiz-me ao regresso calçada abaixo. Cruzei-me com um dos homens que, entretanto, havia terminado a sua tarefa. Ofereceu-me um dos papelinhos que sobrara e que recusei, como quase sempre recuso publicidade. Só depois, já perto de entrar para o carro, reparei no que anunciava. Uma breve alusão aos jacarandás da avenida, os mesmos que eu acabara de fotografar, fixava alguns transeuntes que, uns madrugadores, outros de regresso a casa vindos de bares e discotecas, se deixavam surpreender pelos papelinhos da cor da flor dos jacarandá.
E é por isso que sorrio, cada vez que me vêm com a história que os portugueses não querem saber, não participam, têm pouca cultura associativa. É como dizer que este ano não conseguimos comer cerejas porque a época foi fraca. Santa paciência!
Gonçalo Rosa
ps - que me perdoem o Luís e o Ricardo, se a minha memória lhes trocou os nomes... :)
2 comentários:
Estou a ver... não se consegue comer cerejas... e o Banif, entra onde nesta história? -- JRF
"Não tinham um fim muito concreto. Não pertenciam a nenhuma organização. Não procuravam trabalho. Não tinham nada para vender. Apenas gostam de ver a reacção das pessoas e partilharem a beleza dos jacarandás."
porque a cor do banif e o logo no canto inferior?
estranho........
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