Questão retórica: haverá alguém que ainda pense que o fecho da Maternidade Alfredo da Costa é apenas uma medida política de planeamento das infra-estruturas de saúde obstétrica em Lisboa? E será que a decisão seria diferente se a Maternidade não estivesse localizada em 1 ha de terreno no centro de Lisboa?
Só resta saber que autoridade tem o Esatado quando se comporta como o maior "pato bravo", sobretudo em época de aperto financeiro.
quarta-feira, abril 11, 2012
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7 comentários:
E ainda ninguém levantou a questão:
Julgo que o terreno, tal como o do aeroporto, é um legado com um objectivo específico....
Em relação ao comentário do Pedro, 1-claro que o objectivo é papar as mais valias de um local de alta centralidade, e em relação a tal a intervenção cívica infelizmente tem sido...omissa
2- Tenho dúvidas razoáveis se a manutenção das funções de maternidade se justificam, pelo que também não embarco no choradinho "o sitio onde se nasceu não devia morrer"... mas infelizmente o discurso pseudo-cívico só fala sobre o que não tem senão emoção.
3- Vivemos tempos de desorientação global...
António Eloy
Mas qual o raio do problema de fechar a MAC? Nasceram lá os meus dois filhos (já lá vai uma década) e na altura já achei aquilo desadequado aos tempos modernos
Não estamos simplesmente perante resistência pura à mudança?
E qual o problema se o estado obter uma receita considerável com a alienação da MAC? Não temos um problema gravíssimo de falta de dinheiro?
O que é relevante é a qualidade do serviço público, e não as instalações onde este serviço é prestado. E nada me leva a crer que a deslocação do serviço para outras instalações seja prejudicial para o mesmo.
Quando se fecham maternidades no interior do País é anti-social, quando se fecham no interior de Lisboa é especulação mobiliária. É ser preso por ter cão ou por não ter...
Henk Feith
Estado ≠ Governo
Confirmei que a Maternidade resulta de um legado da família Bensaude com vista a construir uma Maternidade.
Como o Henk tenho as maiores dúvidas que esta instalação tenha sustentabilidade.
Mas não acho que se possa alterar o uso que foi estabelecido no legado... ou esse não deveria reverter para as mãos dos legadores?
Infelizmente na informação angolanizada (e notem o que escrevo!) não há espaço senão para trivialidades...
António Eloy
@Henk: não questiono se a manutenção das instalações da MAC é a decisão correcta ou não. Essa é uma questão de planeamento das infra-estruturas de saúde. Sei, infelizmente por caso próprio e particularmente grave, que existem valências únicas em obstetrícia na MAC no pais inteiro. Que as instalações são hediondas também o sei e também por experiência própria que não vou relatar aqui. Não é isso que contesto. O que acho no mínimo estranho é surgir uma decisão descontextualizada, colocada na imprensa em regime de ensaio, nesta altura particular. O anúncio da mesma sem que fosse sequer discutida ou anunciada aos próprios agentes da MAC.
Eu e o meu irmão nascemos na MAC e não há dúvida que não gostaria que fechasse. Desconheço que possa haver especulação imobiliária, mas como o Henk diz, ninguém se preocupa por isso quando fecham ou podem fechar departamentos de obestrecticia noutros sitios, como aqui no Algarve. A minha filha nasceu no Barlavento Algarvio e posso-vos dizer que correu tudo lindamente ( não me pareceu que foi sorte), mas eis que a esta data, tanto em Faro como em Portimão, ambas podem fechar porque os obstretas têm mais de 50 anos. E quando temos excesso de oferta em Lisboa e no ano de 2011 vieram cá para fora apenas 12 obstretas das escolas, meus amigos, não me importo nada que feche a MAC, se as valências da mesma, sejam transportas para outro hospital e os obstretas em excesso de Lisboa, venham para o interior e algarve.
Paulo Maio
Vivo no extremo oposto ao seu, Paulo Maio, e sinto esta discussão em torno da MAC da mesma maneira. Toda a gente muito pressurosa, muito sentimental - e pouco informada - a defender a MAC porque está ali um bocadinho da identidade lisboeta.
Posso estar enganado mas parece-me que a génese do protesto é bem mais prosaico.
Já vi esta cena aqui, nas minhas bandas, em torno das urgências nocturnas dos centros de saúde. E quem verdadeiramente liderava o protesto não eram os utentes. No SNS há muito mais coisas em jogo para além dos cuidados de saúde.
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