Mesmo quando saio da linha de serviço do comboio, em que a falta de flexibilidade do comboio o impede de ser competitivo, opto muitas vezes pelo excelente serviço comboio/ carro de aluguer. O preço é muito razoável, a distância percorrida a guiar muito menor e a flexibilidade entra por via do aluguer do carro se o que tenho a fazer não é em sítios servidos directamente pelo comboio. E o tempo de viagem bastante semelhante à alternativa de levar o carro desde a origem ao destino.
Acabei de receber uma carta que confesso que me deixou verdadeiramente contente por ser uma boa demonstração de respeito da CP pelos seus clientes, o que é um bom indicador de que vivemos num país civilizado.
Vamos ao que interessa:
"...as condições de compensação por motivo de atraso (se o motivo for imputável à CP) são as seguintes: 1) Reembolso de 50% do valor do bilhete, sempre que a duração da viagem exceda em 60 minutos o tempo de viagem estabelecido no horário; 2) Reembolso integral do bilhete sempre que a duração da viagem exceda em mais de 50% o tempo da viagem estabelecido no horário" (aplica-se o mais favorável se os dois forem aplicáveis).
Ora o que aconteceu foi que um dia em que tinha uma reunião em Évora, ainda não tinha partido o comboio e já tinha ultrapassado o horário de chegada. Reclamei o reembolso.
A CP concordou e vai mandar-me uma carta cheque de 12 euros.
Não fico rico com isso mas uma carta destas enriquece o país e a CP.
Os bons desempenhos e os sinais de civilidade devem ser propagandeados.
O próximo passo seria a CP ter bem escrito este direito de reembolso nestas condições em cada banco do comboio, porque suspeito que fui o único a reclamar e que os outros nem sabiam que tinham este direito de reembolso (já agora, reclamei também do picas. Não me quiz dar o impresso que eles têm sempre nos comboios para estas reclamações. Pedi-lhe então o impresso para fazer sugestões e reclamações e o pica esse já me deu, o que serviu perfeitamente porque é o mesmo do pedido de reembolso, que aliás entreguei na estação, que é da REFER, porque fiquei com a impressão de que o picas nunca mais trataria do assunto. Se calhar fui injusto com o picas, mas na estação deram-me um comprovativo de que tinha entregue a reclamação. Não tinha nenhuma expectativa mas a CP resolveu surpreender-me e dar-me uma lição de humildade. Obrigado CP. Pela lição e pelos 12 euros).
henrique pereira dos santos
4 comentários:
Felizmente apanhou um bom caso. Eu não posso dizer o mesmo: numa viagem ida e volta Covilhã-Lisboa, tive um atraso de 55 minutos para Lisboa e 50 minutos na volta à Covilhã. Reclamei e pedi indemnização e a resposta da CP foi "perfeita": pediram desculpa mas só pagam a partir dos 60 minutos de atraso. Azar o meu que apanhei dois atrasos com menos disso numa viagem ida e volta. Se fosse uma empresa íntegra e com responsabilidade social, abriam uma excepção e indemnizavam-me.
Muito interessante. Também sou fã da CP, embora utilize principalmente o serviço da linha de Cascais. Entristece-me imenso ir observando a sabotagem constante aos transportes ferroviários neste país. Alegra-me muito verificar que, o pouco que existe, apesar de tudo, até funciona bem.
Quanto à situação da Ana, embora pareça injusta, é minha opinião que as excepções não devem existir. Regras são regras e quando estas são dobradas, tanto podem dobrar para um lado, como para o outro.
RF
Eu também sou grande fã dos comboios. A CP irrita-me um bocadinho porque tem filhos (os Alfa e afins) e enteados (os Regionais). Não que os comboios regionais propriamente ditos sejam maus, que não são (são modernos, confortáveis, práticos e elegantes... ups, já estou a exagerar), mas a CP parece estar convencida de que os Regionais sâo para os info-excluídos e atrasados, e que só os utentes dos Alfa têm direito a mordomias e modernices.
E gostava que viesse a Tróika e obrigasse alguém a fazer finalmente obras na estação do Entroncamento, que muito jeito me dava. Some daaaaaay....
IsabelPS
Ainda bem que a CP faz isto, mas só o faz, não por ter muito respeito pelo seus utentes, mas simplesmente porque a Comissão Europeia assim o obriga (acontece o mesmo nas viagens de avião).
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