domingo, junho 10, 2012

Da memória II

Este post (e respectivos links), são apenas uma pequena parte de uma discussão que há dois anos e picos se travou neste blog. Essencialmente a discussão opunha duas teses sobre a conservação do Lince: os que entendiam que a retracção do lince se devia essencialmente às doenças do coelho e, consequentemente, concluíam que quando as populações de coelho recuperassem o lince recuperaria; e os que entendiam que havia muitas outras razões para a retracção do lince, em especial uma diminuição da qualidade do habitat, e que sem um conjunto alargado de intervenções (desde a sensibilização à promoção do matagal mediterrânico) o lince não recuperaria. Dois anos e picos depois a discussão continua a opôr os dois campos: os primeiros insistem que o aumento das populações de lince (triplicou em dez anos, cresce dez por cento ao ano) resulta directamente das populações de coelho se adaptarem às doenças que os dizimaram, como seria expectável com base na ecologia teórica; os segundos dizem que sim, que o lince está a recuperar, que o coelho também, mas isso resulta das acções de conservação. É bom lembrar isto para ver qual o ponto de vista que previu correctamente a evolução da situação e qual o ponto de vista que foi adaptando a explicação aos factos posteriores. henrique pereira dos santos

1 comentário:

Unknown disse...

Olá,

Acabo de assistir a uma palestra que me alarmou e deprimiu, tendo em conta os potenciais efeitos na conservação aqui na Península Ibérica.

Segundo os dados que apresentou o orador (ver abaixo, p.f.) a distribuição geográfica dos casos confirmados (em coelhos de produção) já é muito grande e causa aproximadamente 50% de mortalidade em adultos e, crucialmente, também nas crias.

Maus tempos se avizinham, novamente, para a conservação do Lince (e não só...)?

Pedro Cardia


"An emerging RHDV variant causing mortalities in young rabbits Francisco Parra (Biotechnology Institute of Asturias, Universidad de Oviedo, Spain)

Outbreaks of RHD in young rabbits on previously vaccinated farms have led to the identification of an RHDV variant on the Iberian Peninsula. This apparently reemerging virus is genetically related to apathogenic rabbit caliciviruses. The virions are antigenicaly distinguishable from classic RHDV (genogroup I) and show an altered hemagglutination pattern and tissue tropism with respect to classic RHDV isolates. The commercial inactivated vaccines do not confer sufficient protection against the new RHDV variant and improved anti-virus strategies will be required to avoid the spread of this re-emerging pathogen of rabbits."

Francisco Parra is full Professor of Biochemistry and Molecular Biology and Director of the Biotechnology Institute of Asturias at the Universidad de Oviedo (Spain). His main research is devoted to the study of the molecular mechanisms, diagnostic and vaccine design against virus and parasite pathogens relevant for human or animal health. For more than 20 years he has been particularly involved in studies concerning rabbit hemorrhagic disease virus. His research group has contributed to the first description of the causative agent of RHD, the development of recombinant vaccines and the first three dimensional structure of a calicivirus RNA dependent RNA polymerase.