sábado, dezembro 01, 2012

Redes de anónimos


Há quem já tenha percebido que neste momento sou responsável pela gestão da ATN, Associação Transumância e Natureza, que gere a Reserva da Faia Brava, a primeira área protegida privada de Portugal.
A ATN tem muitas coisas a correr, incluindo neste momento uns cabazes de Natal com produtos locais que ajudam a financiar os projectos de conservação (todo o que existe em curso na associação é anterior ao meu trabalho, não tenho  por isso qualquer responsabilidade ou mérito no que está a ser feito e já estava antes).
Como acontece em associações pequenas e com orçamentos apertados, vai-se fazendo o que nos parece útil, o que faz com que de vez em quando eu assuma funções de marçano, carregando uns sacos de coisas para pessoas que em Lisboa apoiam a ATN.
Num destes dias, na entrega de uma encomenda, falam-me de outro projecto, de que já tinha ouvido falar, o Re-Food.
E pronto, é a minha vez de vos sugerir que contribuam para um projecto tão inteligente e útil como discreto: se quiserem transferir qualquer coisa para este NIB (0036 0000 9910 5880 0342 2) o que transferirem vai para a compra de uma (ou duas) bicicletas de carga que ajudam na distribuição das refeições.
Um projecto solidário, feito por voluntários que fazem uma actividade simples: vão, de bicicleta, buscar refeições onde elas sobram (restaurantes e que tais) e entregar onde fazem falta.
É uma boa idea e um passo no caminho da sustentabilidade.
henrique pereira dos santos

6 comentários:

Anónimo disse...

«(…)vão, de bicicleta, buscar refeições onde elas sobram (restaurantes e que tais) e entregar onde fazem falta.»

Para a caridadezinha seja completa podiam ir também buscar dinheiro onde ele sobra e entregar onde faz falta.
Isso é que seria um gesto caritativo à Robin Hood.
Não resolvia o problema, é certo, nem muito menos seria sustentável, mas servia para encher barrigas, e deixar de consciência descansada muitos lorpas.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Anónimo,
Quando um só das pessoas que se riem da caridadezinha forem para o meio das pessoas com fome rir-se da caridadezinha eu terei algum respeito por essa argumentação. Até lá só não digo o que penso da moda de contestar a caridadezinha porque sou bem educado.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Enquanto uma só alma caridosa não for viver para o meio das pessoas com fome, eu não terei algum vez respeito por quem pratica a caridadezinha.
E censuro profundamente a caridadezinha como deve fazer quem for realmente bem educado.

Anónimo disse...

Palavras de um liberal verdadeiro, que conhecia e partilhava dos altos valores da liberdade, igualdade e fraternidade, e não daqueles de sacristia que escondem a sua incultura com fanfarronices de pacotilha:

«E eu pergunto aos economistas políticos,
aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso
condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à
infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta,
para produzir um rico ? [ ... ] cada homem rico, abastado, custa centos de
infelizes, de miseráveis. »

MViana disse...

Como responsável pela reserva da Faia Brava pergunto-lhe se será alguma vez possível voltar a ter a espécie Capra Pyrenaica nas escarpas do Côa. Tal como foi representada pelos nossos antepassados nas gravuras.
Este tipo de reintrodução seria possível numa parceria entre uma reserva privada e o ICN? E haveria interesse da reserva para que isso acontecesse?

MViana disse...

O post anterior foi escrito a pensar no aumento de biodiversidade da zona em causa (com uma espécie que já por lá andou em tempos), mas também a grande publicidade (com todas as consequências positivas)que a reserva receberia com uma operação dessas.