Os mapas abaixo foram preparados por Marta Machado, a meu pedido, e os números que agora cito resultam de cálculos automáticos de áreas, tendo sido usados métodos diferentes nos dois mapas, do que resultam algumas disparidades.
Seria possível ir verificar essas disparidades, bem como melhorar o lay out dos mapas (infelizmente o upload é a partir de imagens jpg, e portanto com menos qualidade), mas isso tomaria um tempo que nem eu nem Marta Machado dispomos neste momento.
E no essencial a informação é coerente: a frequência dos fogos, ao contrário do que aparece em muitos discursos, é baixa na grande maioria do país. Refira-se aliás que o total de área ardida é bastante mais baixo que noutros cálculos (cerca de 16,3%, em vez dos mais de 30% habitualmente referidos) oque obrigará a tentar perceber as discrepâncias, que indiciam algum erro nos dados aqui apresentados. Será matéria para um post mais tarde, quando houver tempo. Mas o que me interessa agora é que mesmo admitindo algum erro, as áreas ardidas mais de uma vez, e as ardidas mais de duas vezes, são francamente mais baixas que a visão intuitiva que temos do fenómeno (o que é coerente com a análise que fiz para o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros há cerca de dois anos). Para além disso surpreendem-me as localizações das áreas onde ocorrem fogos mais frequentes, e que me parece que necessitariam de alguma atenção.
Para uma percentagem de cerca de 16,3% (número a assumir cautelosamente) do território de Portugal ardido entre 1990 e 2004, é possível verificar que:
A percentagem ardida pelo menos duas vezes nesse período é de 3,3%, duas vezes num período de oito anos 2, 3% e duas vezes num período de três anos é de 0,8% (mapa imediatamente abaixo).
Por outro lado, se procurarmos olhar para as frequências a partir do número de fogos ocorridos no mesmo local no período de 1990 a 2004, verificamos que o que ardeu apenas uma vez é de 13%, o que ardeu duas vezes é de 2,7%, três vezes 0,5%, quatro vezes 0,12%, cinco vezes 0,02% e as restantes classes, de seis e sete vezes, resultam, penso eu, da mera sobreposições marginais de polígonos dos disferentes anos.
domingo, novembro 27, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Caro Henrique,
Interessante essa abordagem, mas estou com algumas dúvidas sobre a que se referem as percentagens.
Por exemplo,quando diz:
«verificamos que o que ardeu apenas uma vez é de 13%, o que ardeu duas vezes é de 2,7%, três vezes 0,5%, quatro vezes 0,12%, cinco vezes 0,02% e as restantes classes, de seis e sete vezes (...)»,
está a referir-se ao território nacional? Ou será à em relação à percentagem da área ardida relativamente ao território nacional durante o período em análise (e se assim for, o total das frequência deveria dar 100%).
Obrigado pelo esclarecimento.
as percentagens são em relação à totalidade do território nacional
as percentagens referem-se à totalidade do território nacional
Enviar um comentário