As ameaças dos bombeiros em não apagarem os fogos fora dos seus concelhos no próximo Verão por causa da decisão do Governo em criar brigadas helitransportadas da GNR e por nomear alguns militares para lugares de chefia na coordenação do combate é mais uma confirmação de que o voluntariado neste sector acaba por ser a origem do «cancro» e não o remédio.
No livro que estou a escrever, verifiquei, com base nos registos de 2005, que sempre que um incêndio ultrapassou os 10 hectares, as dificuldades de extinção são enormes. Não me convém, por agora indicar muitos concretos, por razões que certamente compreenderão (este será um dos muitos aspectos «explosivos»)
Certo é que se torna evidente uma ineficácia do combate estendido. É uma evidência que se deve à situação de abandono da floresta, mas também ao sistema de combate. Os bombeiros podem ser abnegados, mas falham e não se podem mostrar ofendidos quando se pretende avaliar a sua acção e colocarem-se acima dos interesses nacionais. Não se podem comportar como «prima donas», apenas por estarem defendidos por um (falso) voluntariado.
O voluntariado deve ser acarinhado, mas apenas se for eficiente. E se não o for, tem de haver a humildade de reconhecer as falhas. E se recusa reconhecer as falhas e melhorar, apenas há uma solução: o Governo deve mudar urgentemente o sistema de combate. Já! Porque ameaças deste género não são admissíveis. Nunca e por ninguém. Se eu defendo que se deva acabar com o combate aos fogos por bombeiros voluntários é exactamente porque com bombeiros profissionais nunca os ouviriamos a ameaçar não apagar fogos.
quarta-feira, março 22, 2006
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1 comentário:
ui! concordo totalmente, comportamentos pequenos para combater problemas grandes.
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