sábado, maio 27, 2006

Actualização sobre a gripe das aves – Maio 2006


















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Neste blogue temos procurado fornecer actualizações sobre o vírus H5N1 e sua difusão mundial. O mapa que reproduzimos fornece uma actualização de um mapa publicado aqui no mês de Fevereiro. A diferença entre os dois mapas é patente, verificando-se a existência de aumentos de focos de infecção na Europa e em África.

Sabe-se, hoje, que o vírus original terá passado das aves silvestres para as galinhas. Em 1990, na China, já existia uma variante adaptada a estas aves domésticas. Contrariamente a variantes anteriores o vírus que se adaptou às galinhas infecta não só os pulmões mas qualquer órgão do organismo sendo, desta forma, considerado altamente patogénico.

Outra característica deste “novo” vírus é que se transmite a um conjunto alargado de espécies de aves (mas também mamíferos) sendo letal para muitas delas. No entanto não é letal para algumas espécies de patos, designadamente o pato bravo comum. Quando infectado os indivíduos desta espécie são susceptíveis de um desarranjo intestinal mas pouco mais. As fezes destes patos tornam-se, assim, focos de propagação do vírus.

Ora estes patos migram e estima-se que terá sido através das movimentações migratórias destas aves e do contacto frequente com outras espécies de aves aquáticas, designadamente os cisnes, que fomos confrontados com os primeiros indícios conformados de gripe das aves na Europa.

Não sabemos se o vírus será alguma vez objecto de uma mutação que permita a sua transmissão entre humanos. No entanto começam a haver indícios de que o seu impacte possa ser assombroso entre as populações de aves silvestres.

Por exemplo, o ano passado, morreram 6000 aves aquáticas no lago Qinghai, situado na região centro norte da China. De entre estas aves foram extirpadas cerca de 1/10 da população mundial total de ganso de cabeça listada (bar-headed geese). Com a continuada expansão do vírus é possível que muitas espécies de distribuição restrita e/ou muito concentrada possam torna-se susceptíveis de extinção ou reduções drásticas dos seus efectivos populacionais.

Pouco há a fazer para evitar este cenário a não ser a identificação das áreas e espécies ameaçadas garantindo-se uma adequada monitorização das mesmas e eventual captura de indivíduos para reprodução assistida em cativeiro.

Para este efeito seria importante uma maior coordenação entre as entidades que trabalham na conservação da biodiversidade e os jardins zoológicos. Em Portugal essa coordenação é praticamente inexistente sendo o jardim zoológico um triste repositório de animais em fracas condições de habitabilidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Em Portugal existe uma associação - a Aquaves - sedeada em Alpiarça (Apartado 60. 2094-909 Alpiarça), com terrenos, instalações, experiência e conhecimentos técnico-científicos para receber e reproduzir patos e gansos em cativeiro.

Actualmente esta associação tem-se esforçado, e obtido resultados, na reprodução da malvasia - oxyura leucocephala" e pato-de-asa-branca - cairina scutulata.

Jaime Pinto