terça-feira, julho 04, 2006

Para a semana...


... numa livraria perto de si, estará disponível o livro que me ocupou os meses deste ano. Chama-se Portugal: O Vermelho e o Negro. São cerca de 470 páginas com (muita) informação e (muitas) denúncias quentes. Darei novidades em breve.

P.S. O tema parece óbvio: floresta e incêndios...

14 comentários:

Anónimo disse...

Gostaria de saber se a importância resultante da venda do livro reverte para a Sta Casa da Misericórdia. Se não é o caso este tipo de publicidade é contrária (pelo menos) às regras do bom senso. Ou será que qq um pode publicitar neste espaço produtos que lhe interessa vender?

Pedro Almeida Vieira disse...

Caro anónimo,
Existe uma diferença grande entre informação e publicidade. Eu apenas informei da saída do livro; fazer publicidade era dizer que o livro era extraordinário e bla bla bla. E não o fiz. Além disso, a publicidade é uma estratégia em que o produto «vai ao encontro» do consumidor. Neste caso, o consumidor se não gostar de ser informado, se considera que isto é publicidade, tem uma solução que me parece óbvia...

ljma disse...

Como luis matos, também não vejo onde esteja o mal, até agradeço a informação veiculada (subliminarmente? ;) por esta "publicidade". Se eu escrevesse livros, decerto que os anunciaria no meu blog, talvez até pegasse no telefone para avisar os amigos da sua publicação!
Espero que o Pedro Almeida Vieira possa viver desafogadamente em resultado das vendas deste livro. Pelo menos, que isso aconteça até estar pronto o próximo, seja ensaio ou romance!

Anónimo disse...

Caro Pedro Almeida Vieira, desejo-lhe sucesso para o seu novo livro. Provavelmente vou comprá-lo. Fiquei deveras curioso com as coisas quentes e muita informação que você desinteressadamente informa que ele contém, obviamente renegando fins publicitários e sem qualquer intenção comercial. A capa também está excelente e acresce prova à sua intenção de apenas informar. Só não compreendo o comentário de uma pessoa que leu o que escreveu e disse: "este pensa que são todos tansos".

Ponto Verde disse...

Pedro , para que conste não nos conhecemos e eu até sou um blogger dos que não (pode) dá a cara... o primeiro comentário é infeliz... mais um português invejoso...certamente, por mim o Pedro está perdoado pela falta que todos sentimos do seu trabalho no "estrago da nação" e em papel... os lucros serão para si que bem os metrece e amanhã de manhã na FNAC espero encontrá-lo . Parabéns e obrigado.

Anónimo disse...

Gostaria de saber, de preferência pelos responsáveis deste blog, se outros livros referindo temas relacionados com ambiente, ou produtos "amigos do ambiente", podem ser publicitados da mesma forma que foi o livro do Pedro Almeida Vieira.

Pedro Almeida Vieira disse...

Eu não posso falar pelos outros administradores do Ambio, mas vou aqui esclarecer a minha posição em relação aos dois comentários anónimos que questionam a «justeza» da divulgação do meu livro neste blog.

Primeiro, esta será a última vez que reajo a comentários que não são assinados, mesmo se, muitas vezes, os comentários assinados possam não corresponder ao verdadeiro nome do autor.

Segundo, se divulguei o livro, fi-lo num espaço (blog) que é passivo. Ou seja, apenas aqui acede quem assim entender. E se não gostar desta atitude, pode optar por não voltar cá.

Terceiro, a eventual vantagem económica que poderia retirar desta divulgação é residual. Quem está interessado em temas ambientais, mais tarde ou mais cedo saberia da publicação do livro (que estará nas livrarias a partir do final desta semana). E se o comprar é sobretudo pelo seu conteúdo, não pela «publicidade» feita neste blog.

Quarto, mas por que carga de água é que o autor de um livro não poderá ver retribuído financeiramente o esforço da sua escrita (10% do preço de venda ao público)? Haverá mal nisso, sobretudo quando estive praticamente cinco meses dedicado em exclusivo a esta tarefa, sem outra fonte de financiamento?

Quinto, enoja-me a mesquinhez!

Pedro Bingre do Amaral disse...

Um leitor anónimo pergunta aos autores deste blogue, em irónico tom de censura, se pretendemos usá-lo para "publicitar livros ou produtos ambientais". Pois merece esclarecimento o nosso preocupado visitante.

Este blogue é todo ele dedicado à publicidade... de ideias. E os livros são isso mesmo: um suporte de ideias, por sinal bem mais perene do que um blogue. Talvez por isso os melhores blogues estejam a ser publicados sob a forma de antologia.

Ao anunciar aqui o seu mais recente lançamento bibliográfico, o Pedro Almeida Vieira fez-nos ver que o destino mais saudável dos parágrafos soltos com que se constrói um blogue é justamente evoluirem para o formato largo e aprofundado de livro.

O incógnito visitante quer também saber se além de livros iremos publicitar "outros produtos". A associação de ideias é capciosa: como anunciámos o livro de um nos nossos autores, pressupõe o ilustre desconhecido que estaremos dispostos publicitar livros em geral; e se estamos dispostos a publicitar livros, suspeita que estamos dispostos a fazer publicidade qualquer outro produto... Espanta que não tenha concluído o raciocínio e nos arrojado contra nós o labéu da ganância.

A liberdade de expressão é para todos. Assim como o enigmático leitor se sente muito livre para interpretar as nossas intenções, também nós nos sentimos livres para as ter. A questão publicitária nunca se nos colocou, nem sequer se encontra no nosso horizonte. Se um dia se colocar, reservar-nos-emos o direito de decidir com a mesma liberdade de escolha que hoje preside à nossa escrita. E os ignotos comentadores continuarão sendo livres de navegar para blogues que respeitem a ortodoxia que prefiram.

Desejo ao Pedro Almeida Vieira que as suas ideias, por blogue ou por livro, se disseminem, enraízem e dêem frutos.

Anónimo disse...

Esta polémica é verdadeiramente sem sentido. Parabéns ao P.A.V. que é uma das vozes lúcidas que rompe com o nosso cinzento (e estou à vontade para o dizer porque tenho sentidas divergências com ele).
Pois escrevam os outros os vossos livros e informem, informem da sua publicação...
Auguri, saludos, Antonio Eloy

Anónimo disse...

Reparem na fotografia da capa. Um qualquer voluntário bate nas chamas com um ramalho na mão. Não ficou a observar o espectáculo, antes enfrenta corajosamente o inimigo e, numa das maiores manifestações de solidariedade que até há 25-30 anos existia em todos os meios rurais, luta com igual empenho em terrenos seus, de vizinhos ou desconhecidos.

Foi assim que aprendi (na Serra da minha juventude) e é assim que continuarei até que as forças mo permitam. E só despreza este método de apagar fogos quem sempre viveu nas cidades. Com um contra-fogo como ajuda - caso leve brisa sopre das nossas costas, os presentes sejam de confiança e nem sonhem em dar às de vila-diogo - vale tanto como um Cannadair.

Jaime Pinto

Pedro Almeida Vieira disse...

Para que conste (em relação ao comentário anterior):

1 - Toda a minha infância e juventude foi passada numa zona rural, rodeada de floresta (eucaliptal e sobretudo pinhal). Mas mesmo que fosse citadino desde a primeira visão do mundo, isso pouco importaria para escrever este livro...

2 - A imagem da capa é apenas representativa da luta inglória que até agora se verifica no combate ao fogo. E está relacionado com o título: o mar de chamas (vermelho) durante o incêndios (e o drama que provoca) e o negro da noite (perspectivando o futuro das zonas afectadas).

3 - Que hei-de-fazer quando as pessoas têm a horrível mania de fazer juízos de valor só por que lhes dá na gana chatear?

Miguel B. Araujo disse...

Para que conste:

os blogs sao espacos com a marca de quem os escreve.

Anunciar a publicacao de um livro de um blogger no seu blog e' mais que legitimo. E' salutar.

E' prova de qualidade dos bloguers.

E' sinal de que a influencia de um blogue transcende as paredes da internet.

Parabens, Pedro, por mais este livro.

Poderemos divulgar outros livros? Concerteza que sim. Nunca aconteceu mas tal nao impede que venha a acontecer.

Os blogues veiculam visoes do mundo. As visoes dos bloguers.

Este blogue, ao contrario de outros, e' plural. Ou seja, coexistem pessoas que se respeitam mutuamente mas que nao partilham necessariamente os mesmos pontos de vista.

Desta diversidade, enriquecida pelos comentarios dos leitores, nasce parte da qualidade e interesse do AMBIO.

Espero que assim continue por muitos e bons anos.

Pedro Bingre do Amaral disse...

Caro Luís Matos:

Não têm faltado neste blogue (nem na sua lista de discussão conexa) propostas de medidas de prevenção de incêndios. Procure com mais atenção. Recordo os variados artigos do Henrique Pereira dos Santos a respeito da silvopastorícia preventiva (recentemente reiterados por outros autores no jornal Público) e os meus próprios artigos acerca da responsabilização civil dos proprietários florestais. "Last but not least", Pedro Almeira Vieira tem escrito prolixamente sobre o tema.

Quanto à impertinência dos comentadores anónimos, dou inteira razão a Luís Matos. Melhor é ignorá-los. Na blogosfera de língua inglesa, os provocadores gratuitos (anónimos ou não) são chamados de "trolls". São por norma pessoas que ainda não passaram daquela fase da adolescência na qual se descobre que a ofensa violenta os catapulta rapidamente e sem esforço para o centro das atenções... mas não conseguiram descobrir também que essa celebridade não lhes dá qualquer respeitabilidade. Por isso, a melhor forma de lidar com eles é... ignorá-los. Haveremos de afixar um dístico no blogue, dizendo "Please don't feed the trolls".

Cumprimentos,
PB.

Anónimo disse...

Pedro Almeida Vieira disse:

"- Que hei-de-fazer quando as pessoas têm a horrível mania de fazer juízos de valor só por que lhes dá na gana chatear?"

Tendo estado fora, apenas agora posso comentar o que PAV escreveu sobre a minha interpretação da capa do seu livro.

1º Não compreendo porque se chateou em eu evidenciar a coragem do homem que enfrenta as chamas. Pelo que tenho lido no Blog deve ser mesmo defeito seu chatear-se sem motivo.

2º Se realmente passou a sua infância e juventude num meio rural, e caso não seja ainda demasiado jovem, deverá saber que eram homens (e mulheres) corajosos, simples habitantes dos meios rurais, com ramalhos, alviões e roçadoras os principais meios que combatiam e venciam os fogos. De noite, caso não houvesse vento, o aumento da humidade propiciava uma excelente altura para se completar o trabalho. Milhares de fotografias idênticas à foto da capa do seu livro não existem exclusivamente devido a, nesse tempo, retratos nas aldeias apenas em casamentos, só dos mais abastados e a preto e branco.

3º Lembra-se de no tempo da sua infância e juventude a GNR ir às aldeias obrigar todas as pessoas válidas a ir combater o fogo? Claro que eu, apesar de bastante jovem, não precisava que a GNR me obrigasse ao que quer que fosse: apesar dos ralhos da minha mãe, já por lá andava, juntamente com muitos outros, a queimar pelos dos braços e pestanas. E quando os bombeiros chegavam, caso aparecessem, na maior parte dos casos o fogo tinha sido vencido.

4º Actualmente a GNR obriga as pessoas a evacuar. Esta inversão de atitude por parte das autoridades é que eu gostaria que o PAV considerasse uma horrível mania para chatear.

Jaime Pinto