Por estes dias tomou posse um novo presidente do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Este foi o seu discurso de tomada de posse:
"Exmo Senhor Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, Senhores Secretários de Estado, minhas senhoras e meus senhores:
Apenas duas breves notas neste momento em que assumo a responsabilidade de conduzir os destinos do ICNB.
A primeira para agradecer a confiança profissional e pessoal que o Senhor Ministro e o Senhor Secretário de Estado do Ambiente depositaram em mim ao convidarem-me para aceitar a concretização deste projecto.
A segunda para manifestar-vos a minha firme disposição de sair vencedor deste desafio, o desafio de contribuir para que o ICNB se afirme como uma organização competitiva:
- competitiva desde logo no core business da sua actividade: a gestão da conservação da natureza e da biodiversidade – para tanto conto com todo o saber e toda a dedicação dos seus colaboradores; uma gestão que se deseja mais activa, mais inovadora, nos domínios não apenas técnicos e científicos, mas também organizativos e financeiros
- competitiva na capacidade de atrair todos os actores do desenvolvimento sustentável fomentando a cooperação e a parceria na concretização de projectos e iniciativas que contribuam para essa gestão activa. Sempre convictos mas sempre disponíveis para encontrar os equilíbrios que permitem as soluções.
- finalmente, dando passos significativos na mobilização desse autêntico exercito adormecido que, no futuro, garantirá que a conservação da natureza e da biodiversidade fará, de forma natural, parte da atitude de todos nós perante a vida. Refiro-me, aos cidadãos, aos nossos jovens, à nossa população. “Levar a natureza à cidade para que a cidade possa conservar a natureza” A abertura do ICNB ao exterior é uma condição para a sua competitividade.
Assumirei este projecto com o mesmo profissionalismo que noutras ocasiões e em outros projectos de outras actividades sempre o fiz
Muito obrigado!
Tito Rosa"
sexta-feira, maio 02, 2008
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2 comentários:
Esta inovadora perspectiva da conservação baseada na geração de receitas, faz-me ver que tenho sido um idealista por subtrair dinheiro ao meu pecúlio pessoal e familiar em prol da protecção de espécies e de habitats nos últimos 20 anos. A conservação é somente um negócio que deve gerar dividendos, numa base “competitiva”?!
Na minha ignorância, sempre encarei a conservação da Natureza ao mesmo nível da cultura, do ensino público e do serviço nacional de saúde, onde se aplica correctamente o dinheiro dos contribuintes em benefício do bem-estar colectivo, sem esperar contrapartidas financeiras imediatas. Afinal venho a descobrir que os espaços rurais poderão passar a ser considerados uma espécie de grande jardim zoológico, a visitar pelas populações urbanas ao fim de semana, pagando ingresso para observar algumas aves raras e uns simpáticos camponeses, porventura envergando trajes regionais e vivendo em habitações típicas.
A tragédia do lince em Portugal, a morte anunciada de outras populações animais e vegetais ou o reconhecimento dos agricultores como agentes de conservação de espécies e de habitats se devidamente informados e financiados em função das externalidades positivas geradas, não mereceram o devido destaque neste discurso. É lamentável e preocupante.
"Na minha ignorância, sempre encarei a conservação da Natureza ao mesmo nível da cultura, do ensino público e do serviço nacional de saúde, onde se aplica correctamente o dinheiro dos contribuintes em benefício do bem-estar colectivo, sem esperar contrapartidas financeiras imediatas."
Caro João Carlos, estas palavras resumem tudo aquilo que milhares de pessoas pensam.. Fabuloso
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