sexta-feira, abril 25, 2008

Choveu? E então?

Sem tempo para mais mas sem querer deixar de assinalar o seguinte.
Tem chovido bem e de forma contínua nestes últimos dias. Parou há muito pouco tempo (dois, três dias).
Ontem depois das sete da tarde quando saí do sítio onde trabalho senti, inesperadamente, o tempo característico do vento Leste.
Já em casa procurei quer no tempo presente, quer na previsão sinais do dito. Não eram conclusivos nem concludentes.
Hoje de manhã parece-me mais sólida a informação do instituto de meteorologia.
Sendo assim, e apesar da chuva abundante e recente, prevejo uma rapidíssimo agravamento da situação no que diz respeito aos incêndios.
Quis fazer a previsão agora, antes das sete da manhã de sexta feira 24 de Abril, quando ela é ainda arriscada porque quero correr o risco de a testar sem margem para dúvidas.
Veremos a evolução dos fogos nos próximos dias e tiremos depois conclusões.
henrique pereira dos santos

8 comentários:

RH disse...

O novo centro comercial Dolce Vita Tejo situado na Amadora terá nove mil lugares de estacionamento subterrâneo distribuídos por quatro pisos. Este será o maior centro comercial da Península Ibérica.

Nove mil lugares de estacionamento são mais um convite a uma utilização excessiva do automóvel nesta zona da Amadora e na Grande Lisboa. Teremos mais poluição atmosférica e mais problemas de saúde. Tudo menos uma Dolce Vita (vida doce).

A poluição atmosférica, gerada pelos veículos motorizados, é uma séria ameaça à saúde dos habitantes de um dado lugar, sendo responsável pela deflagração de inúmeros problemas como alergias, doenças respiratórias, cardiopatias, stress, cancros, entre outros.

Peça ao Dolce Vita para plantar 9 mil árvores (uma por cada lugar de estacionamento automóvel) e instalar parques de estacionamento para bicicletas (no formato U invertido).

e-mail: geral@dolcevita.pt

Por favor envie o seu e-mail com conhecimento (Cc) para ambientalistas_da_amadora@aeiou.pt

http://ambientalistasdaamadora.blogspot.com/

Anónimo disse...

"instalar parques de estacionamento para bicicletas"

Esta mania da bicicleta é ridícula e vem, de certeza, dos que andam mas é de pópó...

Portugal não é a Holanda, país bastante plano, Portugal é todo aos altos e baixos.

Eu, por exemplo, moro a cerca de 7Km do meu local de trabalho. Como não tenho transportes públicos directos, se fosse trabalhar em transportes públicos levaria mais de 45 minutos pois teria de apanhar dois transportes diferentes.

De automóvel, como ando ao contrário do transito, levo cerca de dez ou onze minutos.

Portanto vou e venho de automóvel, gastando cerca de 22 minutos por dia em transportes. Se fosse em transportes públicos gastaria mais de hora e meia por dia. Isto é, poupo mais de uma hora por dia em deslocações, cinco horas e tal por semana e umas duzentas e cinquenta por ano.

Duzentas e cinquenta representam quase um mês e meio de trabalho por ano!

E nem gasto muito dinheiro pois ao preço a que estão os transportes públicos a diferença é minima.

Resultado, só se fosse completamente idiota é que me deslocaria em transportes públicos.

Mas, e a bicicleta? Sete quilómetros faziam-se facilmente nuns quinze a vinte minutos... o pior seria quando estivesse a chover...

Há no entanto outro problema, entre a minha casa e o meu local de trabalho há duas longas e inclinadas subidas, suficientemente inclinadas para ter de as fazer desmontado da bicicleta...

Mais uma vez teria de ser totalmente idiota para optar por esta solução.

Quanto ao Dolce Vita da Amadora eu até conheço bem o local e sei que para lá chegar vindo de Lisboa, Pontinha ou Alfornelos há uma longa subida para galgar.

Isto sem contar que, à volta, de bicicleta, a descer e sem conseguir pegar no guiador pois viria com as mãos carregadas com as compras, a aterragem no fim da descida devia ser animada...

ljma disse...

Raio, será mesmo impossível (e idiota, como diz) vivermos de forma ligeiramente diferente? Será esta nossa vida a única possível? Será mesmo a nossa orografia a única responsável por termos a vida nas cidades "organizada" da forma que temos?
Ou seja, acha que, no que respeita ao urbanismo, estamos no rumo certo, estamos de parabéns?
Não andamos de bicicleta por ser impossível, ou é impossível porque não tentamos andar de bicicleta? Por favor, tome este andar de bicicleta como simbólico de muitas outras alegadas "impossibilidades" locais.

Anónimo disse...

"Raio, será mesmo impossível (e idiota, como diz) vivermos de forma ligeiramente diferente?"

Claro que não é. Podemos viver e sobreviver de muitas formas diferentes. É necessário é escolher as melhores ou, pelo menos, as menos más.


"Ou seja, acha que, no que respeita ao urbanismo, estamos no rumo certo, estamos de parabéns?"

Claro que não. Mas irmos para uma espécie de China maoista em que todos andavam de bicicleta não me parece a melhor solução. E sei do que falo pois estive na China no início da década de 80, antes desta se abrir ao turismo e assisti, entre outras coisas, a enormes engarrafamentos de bicicletas.

"Não andamos de bicicleta por ser impossível, ou é impossível porque não tentamos andar de bicicleta?"

Andamos de bicicleta quando nos apetece. E, de certeza, que não é quando vamos ás compras que nos apetece andar de bicicleta!

"Por favor, tome este andar de bicicleta como simbólico de muitas outras alegadas "impossibilidades" locais."

Peço desculpa mas não tomo.
O nosso nível de vida está em queda acelerada por causa de opções políticas e económicas erradas (adesão ao Euro, por exemplo) e, como os nossos políticos não têm coragem para dizer,desculpem lá, à malta, mas metemos a pata na poça e pusemos o país de pantanas, o que fazem é tentar convencermos de que somos uma cambada de cretinos e que se estamos mal, a culpa é nossa, isto é, minha, tua e de mais uns dez milhões. O discurso sobre preferirmos o pópó à bicicleta faz parte desta campanha.
Enquanto não nos convencermos de que temos de nos impor aos políticos, o país não melhorará e, discursos do tipo da preferência da bicicleta só ajudam a evitar que tomemos consciência do que temos (e devemos) fazer.

ljma disse...

Mmmm... Os "discursos do tipo da preferência da bicicleta" ajudam a evitar que tomemos consciência de quê, ao certo?

Insisto que não deve tomar o paleio das bicicletas como um assunto isolado porque não é assim que os defensores das bicicletas o tomam. A questão é que Portugal tem um urbanismo que me parece profundamente errado e quem defende as opções concretas que agravam esse urbanismo (entre os quais se contam muitos políticos desses que considera que nos deviam pedir desculpas) é também quem considera que é assim que as coisas se fazem porque não é possível fazê-las de outro modo. Por exemplo, que não faz sentido definir ciclovias porque é impossível andar de bicicleta nas cidades portuguesas, seja por causa da orografia, seja porque chove, seja porque (!) as pessoas vão às compras.

"Andamos de bicicleta quando nos apetece", claro! Ninguém quer obrigar ninguém a andar de bicicleta (e daí que seja nesta discussão completamente irrelevante a sua referência à China). Mas a verdade é que, porque temos as cidades organizadas como temos, muito poucas vezes temos vontade de andar de bicicleta.

Não deve avaliar pelos seus valores toda a gente. Moro na Covilhã (localidade com duzentos metros de desnível, quase todas as ruas têm grandes inclinações) e não ando, regularmente, de bicicleta. Mas tenho colegas que o fazem, sim. E vão às compras de bicicleta, sim. E levam os filhos à escola. E apanham chuva. E alegres da vida. Pois bem, acho que as cidades se deviam organizar de forma a tornar essas opções menos "radicais".

Mas, volto a dizer, para mim a defesa das bicicletas é apenas mais um elemento da defesa de cidades onde a mobilidade não se baseie quase única e exclusivamente no automóvel individual. Porque acho que idiota, mesmo, é essa via única que temos seguido e que o raio parece estar a defender.
Saudações

Anónimo disse...

Caros amigos,

Em tempos morei na Covilhã e não conheci ninguém que utilizasse a bicicleta para as suas deslocações normais.
Ainda na semana passada lá fui (de automóvel, claro) e ía atropelando uma pequena, no caminho da Universidade para o Largo do Pelourinho.
Vinha de bicicleta,do lado do Largo, fora de mão e estava quase a bater a velocidade do som... na altura interroguei-me como é que ela tinha chegado de bicicleta lá acima.
Não sei se ela ainda é viva mas se o for e continuar a fazer disparates daqueles não o deve ser por muito tempo.

Quanto a subir da Universidade para o Largo do Pelourinho gostava de ver. Na minha modesta opinião de ciclista amador, acho que esta subida é só para atletas. Mesmo sem gêlo, neve, chuva ou vento. E sem compras, claro.

A este respeito publiquei no meu blog uma foto ilustrativa:

http://cabalas.blogspot.com/2008/05/se-o-disparate-fosse-ouro-eramos-podres.html

Um abraço

ljma disse...

Não, não é impossível andar de bicicleta na Covilhã. Não é só para atletas a subida da Universidade para o Pelourinho de bicicleta. É mais díficil do que pedalar horizontalmente e mais difícil ainda do que descer do Pelourinho para a Universidade, concedo. Mas mete-me muito mais medo o trânsito do que a inclinação.

O O Raio nem imagina as coisas de que seria capaz, caso tentasse seriamente ultrapassar o que evidentemente considera serem os seus limites físicos. Claro que está no seu direito tentá-lo ou não e longe de mim querer convencê-lo a fazer seja o que for. Mas quem considerar que se pode deslocar sem recorrer ao carro (mais uma vez, sei bem que não é o caso do O Raio nem quero convencê-lo a tal) devia poder fazê-lo mais confortavelmente. Ora, é isto é que eu não percebo na sua atitude: em quê é que o O Raio fica prejudicado por essa instalação de parques para bicicletas no Dolce Vita...

Sobre a pequena que ia atropelando (ou que o ia atropelando a si, não sei), onde quer chegar? Quer exemplos de automobilistas fora de mão e em excesso de velocidade (e bem mais perto do valor da velocidade do som do que essa pequena)?

Quanto à fotografia no seu blog, quê? Nunca viu fotografias de carros carregados de forma igualmente disparatada? Quando o O Raio, no seu carro, vai às compras ao hipermercado, vem de lá assim carregado? E acha que, se se desse o caso, faria melhor figura, ao volante do seu automóvel, do que o "ridículo" ciclista que apresenta no seu blog? A sério?!

RH disse...

queria agradecer ao raio pelo destaque e importância dada a este assunto. um abraço

duas belas fotos de pessoas que foram às compras de bicicleta. sim, aqui em portugal, zona da grande lisboa

http://www.fpcub.pt/portal/index.php?option=com_zoom&Itemid=99999999&catid=24

http://www.flickr.com/photos/anabananasplit/2194303273/in/set-72157602901232801/