sexta-feira, agosto 29, 2008

Pedreiras na Arrábida

A semana passada em virtude de um congestionamento na Portela, o avião em que viajava teve de esperar 15 minutos antes de dar entrada no aeroporto. A sala de espera foi o estuário do Sado onde tive a oportunidade de me deleitar com uma vista magnifica que ia de Sintra ao Cabo de São Vicente. Por baixo, a Serra da Arrábida verdejava deslumbrante. Melhor dizer, quase deslumbrante pois duas pedreiras de assustadoras dimensões manchavam a paisagem do Parque.

Tenho sobre estes empreendimentos, em plena área protegida, uma opinião inequivocamente negativa. No meu conceito de área protegida este tipo de empreendimentos não tem lugar. Uma das pedreiras carcomia o perfil da serra chegando quase à cumeada que separa a terra do mar. Até quando estarão estas pedreiras em funcionamento? Qual o limite para a destruição deste único parque natural?

5 comentários:

Anónimo disse...

Segundo sei, a SECIL tem direitos de exploração daquela área anteriores à criação do Parque Natural.

Pelo menos têm financiado a recuperação ambiental das pedreiras que já não exploram, mas a sua presença ali não deixa de ser um atentado contra a paisagem daquela área.

Mas

Anónimo disse...

Avaliar a paisagem é manifestamente ingrato. A pluralidade de opiniões neste domínio vai de Claude Monet a Picasso, da música erudita ao rap, de uma peça shakespeariana ao teatro de vanguarda. As pedreiras desfeiam a paisagem ou dão-lhe uma peculiaridade idêntica aos aerogeradores no topo de uma montanha?

Na minha opinião, numa escala de estragos na paisagem, actualmente em Portugal os aerogeradores batem todas as pedreiras a laborar, recuperadas e as que hão-de abrir. E dizem que a procissão ainda tem a santa na Igreja...Mas há quem goste e gostos (dizem que) não se discutem.
Jaime

Anónimo disse...

Como Jaime diz no comentário anterior, a avaliação da paisagem é coisa terrivelmente subjetiva.

Eu também não gosto da visão de pedreiras, seja na Arrábida seja alhures. Mas, segundo julgo, as pedreiras na Arrábida causam um dano negligível à conservação da natureza na área.

Anónimo disse...

E o PNSAC???

Que sentido faz um parque, que na sua génese serviu (seguramente já não serve!!!), para proteger desses mesmos interesses da pedra, o património cársico do MCE (Maciço Calcário Estremenho)...

Já por várias vezes me questionaram:
- Isto é mesmo Parque Natural??

CUMPS..

PS: Não consigo conceber a ideia de que Portugal exporta pedra de calçada para o país que detém +/- 2/3 do calcário do mundo, a China!!! Espero que eles aprendam depressa que podem "copiar" o produto, que enviem para cá uns quantos chineses aprender o talhe da rocha!!!

PS2: Nas imediações do sítio Rede-Natura Sicó-Alvaiázere, está prevista a abertura de uma nova cimenteira!!! Por sinal mais um belo PIN do Estado!!! (http://62.48.195.21/horizonte/index.php?option=com_content&task=view&id=602&Itemid=1) ....
Trite muito triste este PIN... mais um...

Anónimo disse...

Tal como os habitantes da América Latina a sua procura por subsistência provocam destruição da floresta amazônica, também qualquer outro habitante do mundo terá de fazer limonada com os limões que tem.

A Secil do Outão emprega milhares de trabalhadores e traz rendimentos ao país. O facto de perseguirem projectos de recuperação da paisagem na serra é algo que, no mínimo, não é feito em todo o lado. Cimenteiras no brasil não têm qualquer problema em arrasar montanhas inteiras pelos seus recursos.

Pelo menos a nossa actividade na terra que é nossa ainda é regrada e estas empresas demonstram preocupação.