No passado dia 25 de Outubro, em horário nobre (21h20), a RTP1 emitiu o segundo episódio da série “Liberdade 21”. Os argumentos dos episódios centram-se numa sociedade de advogados de Lisboa, com fama de não olhar a meios para defender os seus clientes.
Um dos casos desta semana, foi o de um empresário pressionado por um grupo de ambientalistas que entrepuseram uma providência cautelar contra a construção de um campo de golfe, dada a existência, no local, de uma ave ameaçada. Ao descobrirem que um dos ecologistas era proprietário de uma empresa de estudos de impacte ambiental, tentam “ficar com os ambientalistas na mão”, adjudicando-lhes o estudo de impacte ambiental. Com êxito.
Se há evidentes conflitos de interesses entre a postura esperada de uma ONGA, genuinamente em prol da defesa do Ambiente, e a necessidade imperiosa de angariar novos fundos/projectos para a alimentar, existem também situações de claros conflitos de interesses entre a agenda de alguns dirigentes e a agenda das ONGAs que dirigem. Há demonstrações inequívocas disso mas, para o comum cidadão menos ligado a estas áreas, o "parecer" basta. E lá que parece, parece...
A série televisiva em questão expõe, possivelmente pela primeira vez em Portugal, esta enorme fragilidade de muitas ONGAs nacionais. Sendo terreno fértil para notícias e programas relativamente "quentes", é espectável que tenha sido esta apenas a primeira vez, pelo que não ficarei surpreendido que, nos próximos anos, o cidadão comum, tendo dificuldade de distinguir "o trigo do joio", deixe de ver as ONGAs portuguesas como associações apenas preocupadas com a bicharada, nostálgicas dos "tempos das cavernas", para as julgar como organizações corrompidas, com interesses sub-reptícios quando alegadamente defendem questões ambientais.
segunda-feira, novembro 03, 2008
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3 comentários:
"esta enorme fragilidade de muitas ONGAs nacionais"
Ao longo da minha vida profissional tive contacto com várias ONG's de vários países e, na minha modesta opinião as ONG's são todas monstruosas máquinas de fazer dinheiro.
Assim não vejo porque é que se restringe a pretensa fragilidade das ONG's às nacionais.
Caro raio,
Ainda que desconhecendo a realidade de muitos outros países, admito não ser este um mal exclusivamente lusitano. De qualquer jeito, não me atrevo a usar o "todas"...
Caro Gonçalo Rosa,
Tens razão.
Retiro o todas e digo "as que conheço"...
Um abraço
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