domingo, março 08, 2009

Fogos de Inverno




Paulo Fernandes mandou-me estas fotografias de fogos de Inverno fazendo notar o mosaico interessante que se forma, induzido pela rocha, pelo gelo, pela água e que permite poupar a maioria dos bosquetes.
Não são fogos controlados, são fogos que há alguns dias lavraram no Alvão (o Paulo não disse mas deve ter sido num episódio de vento Leste aqui há semanas que fez com que num Domingo tivessem já sido registados mais de 100 fogos num dia, arrisco eu).
henrique pereira dos santos

3 comentários:

Anónimo disse...

Só foi pena que este fogo tivesse queimado a vegetação envolvente ao abrigo principal das gralhas-de-bico-vermelho do Alvão (em plena Áreas de Protecção Total), o qual provocou uma mudança temporária de dormitório, visto que no dia 27/02/2009 à hora da recolha (por volta das 18:00h) ainda existiam fumarolas na envolvente do abrigo o que influenciou esta mudança.
Contudo, este tipo de controlo de vegetação será uma mais-valia a curto prazo no que diz respeito a zonas de alimentação para esta espécie.
Esperemos que o próximo mês as Gralhas voltem ao seu abrigo principal.

Paulo Barros

Henrique Pereira dos Santos disse...

Paulo,
Qual é o problema dessa alteração temporária? Ou melhor dizendo, qual é o saldo dessa alteração temporária face à melhoria de habitat das gralhas que não gostam da vegetação desenvolvida porque se alimentam dos insectos no solo (corrige-me se disse uma asneira ou imprecisão porque não tenho a certeza do que estou a dizer mas tenho essa ideia). Para não falar na maior probabilidade do gado vir pastar para as pastagens renovadas e com isso deixar alguns excrementos de que as gralhas beneficiam.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

O saldo seria totalmente positivo, caso este fogo não tivesse ocorrido nesta altura, pois estamos no início da época reprodutiva, e tendo em conta que esta espécie usa os ninhos do ano anterior (que estão no dormitório principal), veremos no final deste mês...
Das observações que temos realizado nos últimos dois anos, elas têm uma apetência bastante elevada por se alimentarem em zonas ardidas, os resultados preliminares de um estudo da disponibilidade alimentar que realizamos no Baroso e Alvão, verificou-se que os grupos de insectos presentes em áreas onde normalmente se alimentam as gralhas (zonas ardidas, rupícolas e pastagens) não são muito diferente das zonas onde elas não se alimentam (zonas de vegetação alta de diferentes tipos), sendo que a estrutura da vegetação poderá ser um factor limitante para que as gralhas se alimentem em determinado local.
Sim podemos dizer que as gralhas não gostam de vegetação bem desenvolvida.

Paulo Barros