segunda-feira, março 02, 2009
Perseguição directa
O Público de hoje publicou a notícia: "Encontrado morto o macho do único casal de águia-imperial que nidificou no país". Ainda que o título assim não sugira, refere-se logo no primeiro parágrafo que se tratava do único casal que nidificou com êxito em Portugal, no ano de 2008. É falso. Este casal teve 1 cria em 2008, mas houve um outro, que nidifica na zona do Tejo Internacional, que conseguiu criar dois jovens com êxito. Minudências à parte, parece-me interessante ponderar sobre o que fazer para minimizar estes episódios.
Se é certo que ao longo dos anos vi muitas aves de espécies ameaçadas comprovadamente abatidas a tiro ou envenenadas, raras foram as vezes que os culpados foram identificados e muito mais raras as situações em que estes foram julgados e condenados (na verdade, não me lembro de nenhum caso!). O que é lamentável, até porque, estou convicto que a perseguição directa representa um factor de mortalidade, no mínimo, não desprezável, pelo menos entre aves de rapina de maior porte.
Não duvido que a sensibilidade da sociedade civil para estas e outras questões da temática ambiental, seja hoje outra. Entre esta, creio que caçadores, guardas e gestores de caça são hoje grupos mais conscientes. No entanto, persistem (e provavelmente persistirão sempre) alguns indivíduos cujas atitudes, completamente ilegais e absolutamente intoleráveis sobre o ponto de vista ético, põem em causa os esforços de todos aqueles que trabalham na conservação destas aves.
Encontrar e punir legalmente o culpado e responsabilizar Zona de Caça onde se localiza o ninho por este abate, são os passos a seguir. Mas não será difícil imaginar a dificuldade de identificar o primeiro e de penalizar o segundo...
Em espécies muito ameaçadas e no caso particular da Águia-imperial, reduzir este tipo de episódios, passa por trabalhar em duas vertentes bem distintas. A primeira, mais eficaz no curto prazo, protegendo activamente dos seus ninhos, com condicionantes claras a algumas actividades na sua envolvência e com vigilância sistemática nesta área, à semelhança do que se faz noutros países. Assim como com a criação de legislação efectivamente dura sobre quem cometa este tipo de crimes. A segunda, não menos importante, com a valorização ambiental deste património natural, ao invés de um enorme secretismo que investigadores, ICNB e ambientalistas muito gostam de fazer, na pretensão de evitar precisamente este tipo de episódios. Nada mais errado.
Independentemente da revolta que este tipo de crimes nos provoca, há atitudes que o movimento ambientalista deve repensar e acções concretas a tomar para os minimizar. Um sinal bem positivo é o facto de que, ainda há uma curta meia dúzia de anos nem sequer existia um casal de Águia-imperial a nidificar em Portugal. Hoje há pelo menos quatro. À custa de Espanha, é certo.
Gonçalo Rosa
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4 comentários:
Gonçalo, peça para lhe revisarem o texto, sff.
Quanto ao assunto em si, repugnante! E mais não digo, que a revolta não me deixa.
Caro anónimo,
Não entendo o que quer dizer (quanto à revisão). Sugiro que faça aqui mesmo os reparos que entende que o texto merece.
Gonçalo
Olá. Penso que o anónimo se refere a alguns pontapés na gramática:
lamentavel -> lamentável
actitudes -> atitudes
poem -> põem
dificil -> difícil
repensear -> repensar
duzia -> dúzia
and last but not least...
há custa de... -> à custa de...
Para além disso, existem alguns erros de sintaxe, fruto da má colocação de vírgulas, mas, apesar de tudo, dá para entender a essência do texto.
Cumprimentos.
Caros,
Realmente...! É o que dá escrever a horas tardias, confiando no corrector automático (que fez o favor de estar desligado). Correcções efectuadas.
Obrigado pelas correcções!
Cumprimentos,
Gonçalo
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