sexta-feira, abril 24, 2009

A casa do agricultor


A propósito da petição que está a correr.
Há sempre a discussão sobre as casas dos agricultores na legislação da reserva agricola. Muitas vezes pode justificar-se a ocupação da RAN por casas.
Mas na verdade considerar que por definição as casas dos agricultores não têm de respeitar qualquer condicionante que diga respeito ao solo agrícola em qualquer situação, justificar a ocupação de solos agrícolas com a casa do agricultor, sem mais, resulta em exemplos como o da fotografia.
Faz sentido? Faz, responder-se-á, se aquele for o único terreno do agricultor (ou os outros forem iguais).
Não, não me parece que faça. Não só me parece evidente que esse não pode ser o único critério (justificaria que eu fizesse a minha casa em frente à torre de Belém, se lá tivesse um bocado de terreno, ou que destruisse uma estação arqueológica, só porque o terreno era meu) como no caso em apreço acho que todos ganharíamos em ter a casa na encosta próxima.
É que o resultado não é só o que se vê em cima, é também o que se vê em baixo.
Por outras palavras, é ineficiência que gera ineficiência.

henrique pereira dos santos

1 comentário:

pequena lontra disse...

e este ainda é um bom exemplo, porque se mantém evidente a produção agrícola.

pior do que isto é a declarada negligência de quem constroi a sua residência em RAN e sem qualquer pejo abandona o restante terreno cortando relações com qualquer actividade rural para viver num guetto urbano no meio do espaço rural.

é impressionante como em portugal se ridicularizam as funções do espaço rural...