quarta-feira, agosto 26, 2009
diz que é uma espécie de comunicação 1: a derrota do papel
Entre as cartas do banco, as contas da água e da luz, o monte de publicidade que teimosamente contraria o pequeno e antipático autocolante "Publicidade não endereçada: aqui não, obrigado", lá estava o boletim da Associação. Amarrotado pelas voltas do correio e dobrado em dois pela teimosia do carteiro, abri-o com curiosidade renovada. Lá dentro, duas ou três dezenas de artigos e de pequenas caixas relatavam a actividade da Associação nos últimos tempos e contavam algumas pequenas histórias de interesse questionável. Mais fartos em palavras que em originalidade, talvez porque as pessoas de hoje parecerem ter muito para falar mas pouco para dizer, talvez porque a necessidade de dar volume à revista obrigue a um certo "encher chouriços", talvez apenas porque quem escreve não compreenda que para ser ouvido é necessário comunicar de outra forma, mais apelativa, muito mais parca em palavras. Percorro textos pelas imagens e pelas "gordas" e, chegado ao fim, volto a dois ou três artigos que me interessaram mais. Leio. Um, dois parágrafos, raramente tudo. Talvez esteja a ficar velho e entre a preguiça e a selecção cada vez mais apertada com que faço as minhas escolhas, me vá desinteressando do que não me parece trazer nada de novo, do que me vai parecendo acessório. Fecho o boletim e, com um certo sentimento de culpa, entrego-o à pilha do papel para reciclar. "aquilo dá trabalho, caramba!", "aquilo custa dinheiro!"... se deu, se custa! Ainda assim, com uma boa dose de ingenuidade aguardo por uma próxima volta do correio. Valerá a pena?
Gonçalo Rosa
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1 comentário:
Sou membro de duas ONGAS , que têm boletins enviados aos sócios por correio mas têm também site de internet.
Há 2 anos que envio emails a pedir que disponibilizem em PDF os ditos boletins em substituição da versão impressa, mediante apresentação de dados de sócio via email, de forma a poupar dinheiro, papel, combustível, tempo, etc.
Estou ainda á espera...
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