uma vaquinha, esta sem aspas, num lameiro raiano
No últimos dias, veio à liça na lista Ambio uma discussão sobre o sentido de lançar uma campanha de angariação de fundos para ajudar a pagar os custos da defesa em tribunal de três arguidos no processo Verde Eufémia, acusados da destruição de meio hectare de milho transgénico.
O que aconteceu em Agosto de 2007, foi um acto de vandalismo, completamente inadmissível num estado de direito, próprio de grupos fundamentalistas que entendem que a razão, a sua razão, verdadeira e moralmente superior, está acima da dos outros e até das próprias leis. Não está em causa o que defendem, mas a forma como o fizeram. Lesaram claramente o agricultor em questão, que agia no quadro da lei, e, já agora, lesaram fortemente a imagem do movimento ambientalista.
Ainda assim, algumas pessoas minimizam a gravidade deste acto de vandalismo, apelidando-o de irrelevante quando comparada com grandes crimes ambientais, defendendo-a pelo contributo que, segundo elas, os responsáveis por aquela acção já deram à causa ambiental e, enfim, culpabilizando os midia por um certo empolamento e distorção dos factos. Onde é que eu já vi isto tudo. Todas estas justificações e comparações não fazem nenhum sentido e é bom que, em sede própria, se faça o mínimo de justiça - já que mais de uma centena de intervenientes na acção não irá a tribunal (imagino que por impossibilidade de os identificar) e porque dificilmente o dano criado à imagem do meio ambientalista, onde acredito que a grande maioria das gentes não se identifica nem aprova tais selvajarias, dificilmente se pode reparar.
Quanto ao peditório público, não consigo ver em quem dá, outra lógica que a da tentativa de aligeirar as consequências do crime e uma certa condescendência no recurso ao meio, justificado pela infinita bondade do fim. Mas deve ser de mim, tipo de vistas curtas e cinzentão, daqueles que gosta de viver num estado de direito onde se podem fazer uma boa série de coisas como peditórios e escrever em blogues e listas, ainda que outros possam não perceber e discordar destas iniciativas. E ainda bem.
Quanto ao peditório público, não consigo ver em quem dá, outra lógica que a da tentativa de aligeirar as consequências do crime e uma certa condescendência no recurso ao meio, justificado pela infinita bondade do fim. Mas deve ser de mim, tipo de vistas curtas e cinzentão, daqueles que gosta de viver num estado de direito onde se podem fazer uma boa série de coisas como peditórios e escrever em blogues e listas, ainda que outros possam não perceber e discordar destas iniciativas. E ainda bem.
Gonçalo Rosa
6 comentários:
Subscrevo totalmente.
Haja alguém que não se fique pelas palavras.
Houve cabeças rachadas ou braços partidos? O proprietário perdeu 2/100 da produção no acto, isso é menos que os gaios e corvos cobram.
Para onde posso mandar o cheque?
Sr. Gonçalo, sua conversa mete-me nojo. Faz-me lembrar o discurso salazarista "não se discute a lei, a Pátria e a autoridade". Até os padres de Trás-os-Montes são mais tolerantes com quem lhes rouba as hortas.
Bem... existem muitos que se julgam com capacidade e qualidade para ser bufos avençados duma nova polícia política...ou mesmo legionários semelhantes aos do antes 25 de Abril.
Caso o Tribunal que julgará este caso mande em paz os vândalos, você deveria exigir nos seus escritinhos alterações à Constituição portuguesa.
Claro que não podiam faltar os comentário dos idiotas chapados que se dizem ambientalistas e que acham que vão a algum lado ao destruir culturas alheias.
Se há coisa que prejudica a conservação da natureza e a reputação dos movimentos ambientalistas são estes completos atrasados mentais, com cabeças semi-rapadas, madeixas de cabelo enfeitadas com penduricalhos, caras cheias de piercings e com grande tendência para evoluírem a toxicodependência.
Porque é que não váo vandalizar a sede da EDP por estar a construir a barragem do Sabor? Não estão eles a cometer um crime ambiental?
A resposta é simples, o agricultor não se pode defender e a EDP pode!
Isto não é intervenção cívica, é cobardia.
Já me pronunciei clara e frontalmente em apoio total desta posição do Gonçalo, o que me valeu insultos soezes.
No meu blog www.signos.blogspot.com pronuncio-me com mais detalhe sobre este miserável peditório, em relação ao qual julgo que para ser coerente deveriam os contribuintes apresentarem-se com arguidos e irem solidáriamente com os vândalos a julgamento.
Foi isso que eu fiz quando o Serafim Riem, por se ter amarrado a uma arvore para evitar a destruição de um espaço natural.
Não sdejam cobardolas,,, avancem se acham que esse acto de violência, contrário ao espírito ecologista e desastroso para o mevimento e a própria luta contra os transgénicos, impulsionado por admiradores do Che Guevarra vos merece apoio, não se escondam atrás do dinheirito.
António Eloy
O movimento ambientalista em nada perdeu com os pontapés nas espigas.
Ele já há muito que perdeu tudo. Desde que se vendeu aos interesses dos avençados, que nas ADAs ganham a vida, não vale o metano expelido por um caracol.
Entre o actual "movimento ambientalista" lambe-botas/sacador de subsídios e os pró-charros que destruiram as maçarocas, não tenho dúvidas quais os mais perniciosos.
Uns são uns tontos, deram um prejuízo de escassas dezenas de euros e vão-se ficar por aqui. Os outros são finos espertalhões, sacadores de milhões, que vão continuar a zurzir no bolso do pobre e remediado pagador de impostos.
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