Recebi hoje a seguinte comunicação da Associação de Pais da Escola de um dos meus filhos:
"As aulas na Escola dos nossos Filhos foram interrompidas pelo dia de hoje por determinação da Direcção. A Associação de Pais foi de imediato contactada pela Direcção, que nos quis explicar o sucedido.
Com o agravamento do estado do tempo e com as fortes chuvas desta manhã começou a entrar água pelas janelas de várias salas de aula. Nos patamares e escadas, que não têm parede estanque para a rua, mas sim uma divisória em rede metálica (total ou parcialmente), a chuva entrou e molhou abundantemente áreas de passagem, tornando difícil e mesmo perigosa a circulação em várias áreas do edifício.
A Direcção da Escola, os Funcionários e Professores tomaram todos os cuidados para que os Alunos, ao saírem das salas de aula, circulassem com a segurança possível nestas circunstâncias, contudo as condições levaram ... a tomar a decisão de encerrar as aulas pelo dia de hoje. A Escola e os vários serviços continuam abertos.
A Parque Escolar está neste momento da Escola tomando medidas para a resolução do problema - esperamos que em definitivo! - pelo que amanhã as aulas funcionam normalmente."
Com o agravamento do estado do tempo e com as fortes chuvas desta manhã começou a entrar água pelas janelas de várias salas de aula. Nos patamares e escadas, que não têm parede estanque para a rua, mas sim uma divisória em rede metálica (total ou parcialmente), a chuva entrou e molhou abundantemente áreas de passagem, tornando difícil e mesmo perigosa a circulação em várias áreas do edifício.
A Direcção da Escola, os Funcionários e Professores tomaram todos os cuidados para que os Alunos, ao saírem das salas de aula, circulassem com a segurança possível nestas circunstâncias, contudo as condições levaram ... a tomar a decisão de encerrar as aulas pelo dia de hoje. A Escola e os vários serviços continuam abertos.
A Parque Escolar está neste momento da Escola tomando medidas para a resolução do problema - esperamos que em definitivo! - pelo que amanhã as aulas funcionam normalmente."
Não se pense que a escola em causa é uma escola velha com grandes problemas de manutenção, não, é uma destas novas que foram objecto de investimentos substanciais na sua total remodelação.
Já na lista de discussão associada a este blog se discutiram em algumas alturas as opções de investimento deste programa de remodelação de escolas, seja pelo aparentemente desnecessário abate de árvores, seja porque esta remodelação das escolas não foi aproveitada para introduzir uma sólida lógica de eficiência energética e, inclusivamente, em alguns casos, criaram-se situações onde só é possível funcionar com ar condicionado, para cuja operação e manutenção falta depois dinheiro às escolas.
Tenho estado várias vezes para fazer aqui posts sobre o facto de sempre que caem três pingos de água lá virem as notícias de inundações, nomeadamente no Marquês de Pombal, que aqui há tempos esteve interdito ao trânsito uma hora por essa razão. E já agora, do Público de hoje: "Chegou-se a pensar que o rio Douro tinha galgado as margens mas, afinal, a inundação da marginal de Vila Nova de Gaia foi provocada pela chuva intensa que entupiu algumas sarjetas, segundo explicou ao PÚBLICO Artur Mendes, dos bombeiros sapadores da zona.".
Santa paciência, a limitação de emissões em Portugal pode sair muito caro, mas tenho as maiores dúvidas que saia mais caro que a falta de juízo e inteligência no uso dos dinheiros públicos.
Senhores Presidentes de Câmara, Senhor Primeiro Ministro, por favor, deixem lá os grandes projectos, a marca da vossa efémera passagem pelo poder e resolvam os problemas comezinhos do quotidiano das pessoas, começando por lhes permitir que vos expliquem quais são os problemas que precisam de ser resolvidos, como por exemplo, a limpeza das sargetas, a manutenção das caleiras e coisas assim.
E que tal aproveitar a recuperação do parque escolar e hospitalar para os pôr a precisar de consumir menos energia para um maior grau de conforto? E perguntar aos professores o que era bom resolver em cada escola?
Talvez seja preciso um bocadinho mais de dinheiro, mas verdadeiramente não é esse o problema: a questão é que temos sido muito económicos no uso da inteligência.
E é com certeza um problema colectivo: como é que alguém se lembra de projectar, aprovar o projecto, lançar a obra, construir e usar uma escola que não conta com dias de chuva intensa?
henrique pereira dos santos
4 comentários:
caro hps tenho discordado alegremente de muitos dos seus posts(sou um céptico mas não o tenho ao serviço de nenhuma nova ordem mundial...)
mas tenhode lhe dar um bravo por este post extraordinariamente lúcido e assertivo.
da maioria de remodelções q tenho visto, de fora, aquilo que de imediato salta à vista é q é construir por construir sem critério algum(a não ser nos paineis de identificação das construtoras).. são edificios feios, construidos sem racionalidade aparente, alguns deles em nada se assemelham ao que se esperaria ser uma escola nova ou remodelada modernamente.
exorto-o a levar este caso o mais a publico possivel.
a c
Santa paciência, a limitação de emissões em Portugal pode sair muito caro, mas tenho as maiores dúvidas que saia mais caro que a falta de juízo e inteligência no uso dos dinheiros públicos.
Infelizmente não se dá valor ao dinheiro e instalou-se um ambiente em que nem o Estado se comporta como pessoa de bem, nem os fornecedores do Estado (que de resto, demoram meses e anos a receber, já depois de pagarem IVA, especiais por conta e toda a casta de impostos que inventam).
E o parque escolar é o que é. Pelo menos, no Estado Novo, sempre acusado de promover a ignorância, as escolas tinham um aspecto digno e seriam dentro do melhor construtivo para a época.
Tenho os filhos no Colégio Alemão e todos os anos nas férias grandes há obras de melhoramento. A instalação de um elevador exterior para alunos em cadeira de rodas, rega no jardim, nova unidade da primária, remodelação das salas da infantil... Pequenos ou grandes, todos os anos há melhoramentos.
Agora no Inverno e neste inverno em particular, entrar no colégio completamente aquecido é como entrar, não noutro país, mas noutro planeta, não só comparando com as nossas escolas, mas também com a esmagadora maioria das nossas casa. E já é assim há pelo menos 35 anos. Nessa altura era com incredulidade que se ouvia falar das salas de aula aquecidas no Colégio Alemão, pobres de nós que na primeira aula da manhã nem conseguíamos escrever com as mãos geladas.
Ah. E não consta que a chuva forte impeça o normal funcionamento do colégio.
Este tipo de coisas que fala o HPS, não está dependente de crises, país pequeno e restante ladaínha da mediocridade. Está dependente de outros valores, infelizmente muito em falta ou mesmo completamente ausentes. -- JRF
"a questão é que temos sido muito económicos no uso da inteligência."
Esta é uma das grandes frases de sempre no Blog!
o que ri com isto, infelizmente.
no seguimento deste interessante assunto queria deixar à consideração os seguintes links
http://www.publico.clix.pt/Sociedade/parque-escolar-estado-pagou-a-arquitectos-mais-de-20-milhoes-de-euros-sem-concurso_1396335
http://5dias.net/2010/01/18/ajustes-directos-da-parque-escolar/
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