quinta-feira, fevereiro 18, 2010

O gosto da biodiversidade (publicidade)

Declaração de interesses: sou colaborador remunerado da ATN e sou em grande parte responsável pela concepção e execução deste programa específico da associação

Este é o primeiro de uma série de posts sobre o projecto "O gosto da Biodiversidade" cuja primeira realização concreta será nos dias 26, 27 e 28 de Fevereiro no Cascais Shopping.
O projecto tem dois objectivos essenciais: levar as pessoas a olharem para o seu prato do ponto de vista da sustentabilidade; divulgar a ATN e a Faia Brava, nomeadamente as suas opções de gestão para a biodiversidade.
Os posts serão constituídos por um texto de enquadramento que relaciona um produto com questões de sustentabilidade, seguido de uma receita que usa esse produto. As receitas são concebidas pelo Chef António Alexandre, que fará as sessões de live cooking e degustação que são parte essencial do projecto .

A Associação Transumância e Natureza não produz o seu próprio mel.
Fá-lo-á um dia porque a sua produção é uma das eficientes formas de valorizar os matos e a sua floração surpreendente.
Grande parte da diversidade que existe na natureza está nos insectos. A sua importância nos ecossistemas vai da polinização das flores até ao seu papel na alimentação de morcegos, noitibós ou abelharucos, um dos pássaros mais bonitos que encontramos em Portugal.
Pontos de água, recuperação de matas e linhas de água degradadas por anos de uso excessivo, uso de animais na gestão de habitats, em cujos excrementos muitos insectos (e também aves) se alimentam, estrumação e tratamentos sem recurso a produtos químicos, estão entre as medidas de gestão adoptadas adoptadas na Faia Brava para proteger os invertebrados.
A opção é sua:
usar açúcar refinado de cana resulta quase sempre em paisagens monótonas de produção intensiva em países tropicais;
usar o mel produzido nos matos de tomilho ou alecrim é construir paisagens com diversidade e criar espaços onde muitas outras espécies de insectos podem viver e prestar-nos serviços que muitas vezes nem imaginamos.

Pêra recheada com queijo de cabra e mel
Ingredientes
2 peras médias
1 colher de sopa de sumo de limão
100 gr de queijo de ovelha
100 gr de manteiga amolecida
8 a 10 folhas de manjericão ou poejo
1 colher de sopa de mel
Sal e pimenta a gosto
2 colheres de sopa de flocos de aveia
Preparação:
Descascar as peras e pô-las a cozer em água com 1 colher de sopa de sumo de limão, durante aproximadamente 4 a 6 minutos. A água deverá ser suficiente para cobrir as peras. Esmigalhar o queijo, misturá-lo homogeneamente com a manteiga e temperar com uma pitada de sal, pimenta e as folhas de manjericão ou poejo picadas. Retirar e escorrer as peras, cortando-as a seguir em rodelas da grossura de um dedo. Barrar todas elas com a massa de queijo e sobrepor em camadas. Espalhar em fio o mel sobre as peras. Tostar os flocos de aveia numa frigideira sem gordura, e polvilhar decorativamente sobre as peras.

henrique pereira dos santos

3 comentários:

João disse...

Parabéns Henrique

Realmente é uma perspectiva diferente de abordar o assunto, muito pragmática (como de costume). Nunca tinha pensado no Mel desse ponto de vista e gostei. Por certo, de futuro, consumirei o mel mais frequentemente, assim podei contribuir para uma paisagem mais sustentável.
Realmente, posta as coisas nestes moldes, poderíamos fazer muito mais pela paisagem e pelo interior, já que os responsáveis nada fazem por isto (a não ser contribuir para a sua destruição e simplificação...)

Um abraço,

João

Susana Nunes disse...

Eu cá sou uma grande adepta do mel e não hesitei 2 minutos em copiar esta super receita! Obrigada.

José M. Sousa disse...

Excelente iniciativa!
Parabéns