terça-feira, fevereiro 02, 2010

Turista acidental


Ver aqui.
Esta notícia não deixa de levantar uma questão interessante: os recursos para a conservação do lince seriam mais eficientemente usados na sua reprodução em cativeiro ou em preparar a sua chegada vinda de Espanha?
henrique pereira dos santos

8 comentários:

Anónimo disse...

Penso que é igualmente necessário investir em ambas as frentes. A população em cativeiro serve como banco de segurança da espécie, que como se tem visto tem sofrido bastante com mortes por doença e outras razões menos naturais. É certo que isto não pode prejudicar a recuperação do habitat, sem a qual a espécie não pode existir no meio natural, mas dadas as circunstâncias é demasiado arriscado escolher.

Sendo o lince uma responsabilidade conjunta de Portugal e Espanha não me parece correcto que Portugal posso fazer esta escolha sozinho.

Como interessado na conservação do lince gostava de ter sabido pelas organizaçãoes portuguesas que andava um lince em Portugal...
Poderão dizer que isso seria arriscado, que poderia por o animal em risco etc (furtivismo), mas acho que poderia servir positivo para a opinião pública ter a percepção que eles já "andam aí".

Cumps

Henrique Pereira dos Santos disse...

Partindo do princípio de que os recursos não são escassos é fácil responder que se deve investir em tudo.
Só que na realidade os recursos são mesmo escassos: o que for para um lado não pode ir para outro.
Uma coisa é considerar a reprodução em cativeiros para manter um banco de segurança da espécie. Já fui contra isso e hoje não sou dado o estado lastimável a que chegou a população ibérica de lince (que o mesmo é dizer, a população de coelho).
Só que ter uma válvula de sugurança para o caso das coisas correrem mal na natureza não é o mesmo que manter várias fábricas de linces a despejar para a natureza, que é a estratégia actual, caríssima, e de potencialmente desviadora de recursos para o que verdadeiramente conta na recuperação do lince: resolver o problema das populações de coelho.
Que é o mesmo que dizer, como aumentar a velocidade de adaptação das populações de coelhos selvagens às epizootias?
henrique pereira dos santos

João Carlos Claro disse...

Falta também uma forte sensibilização junto das populações das potenciais locais de reintrodução/reaparecimento do lince. Não é fácil e exige igualmente avultados recursos humanos e financeiros para a realização de palestras, edição de material informativo e pedagógico. Seria interessante saber que trabalhos estão a ser desenvolvidos sobre este assunto nas escolas da zona de Mourão e Barrancos sobre esta temática e quais os resultados alcançados.

É necessária uma intervenção continuada e persistente, contactando directamente as populações rurais, explicar detalhadamente os objectivos destas acções e estimular a sua participação. Uma nota positiva foi a realização do Dia Aberto aos agricultores pela Direcção Regional de Agricultura do Alentejo, que decorreu em Dezembro na herdade dos Lameirões (Moura) e dedicado aos projectos Life lince e estepárias.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Não estou de acordo. Acho que a educação ambiental é muito pouco relevante para a conservação do lince, "um voo cego a nada".
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

A propósito da educação ambiental, acho que se deve actuar no terreno em primeiro lugar e aproveitar aquilo efectivamente se FAZ como mote para comunicar com as pessoas e as envolver no que se passa.

Primeiro fazer e depois (ou ao mesmo tempo) promover.

Paulo Barros disse...

Afinal o provérbio “de Espanha nem bom vento nem bom casamento” não se aplica neste caso, depois da Capra pyrenaica, agora o Lynx pardinus.

trepadeira disse...

Olá

A educação ambiental,na qual estamos fortemente empenhados,surte algum efeito junto da população mais jovem.Quanto aos adultos pouco mais se consegue do que sensibilizar os já sensibilizados.
Lamentamos não ver qualquer interesse real na educação ambiental por parte das autarquias.
O que se faz é,na maior parte das vezes,para ambientalista ver e deixar de protestar e exigir.
A maior parte sente-se ameaçada.Reage muito mal a acções concretas que sejam consequentes.Ficam-se pelas acções de grande visibilidade mas totalmente inócuas.
O ICNB fica-se pela obediência cega à tutela e emite opiniões sempre consonantes com ela.Deveria ser um organismo não tutelado pela governo.
Quanto ao Laverne,tenho sérias dúvidas que não andem por aí mais.Têem me sido comunicados avistamentos,por pessoas idóneas.Tenho estado muito atento mas,as graves perturbações que por aqui ocorrem não permitiram qualquer registo.
mário

Jaime Pinto disse...

Capturar um lince na Serra Morena para soltá-lo em Doñana não lembra ao Diabo. Porque não o soltaram na Serra Morena? Estariam com receio que ele entrasse em Portugal? Claro que o lince deve ter ficado doido. Sem conhecer o território apenas seguiu o instinto de regresso a casa. Os mil e um perigos da sua viagem não o mataram por milagre. No dizer de um amigo, as pilhas deveriam de ser mudadas era a quem anda a judiar o bicho.