domingo, abril 25, 2010

Mistério

No painel que o Público lançou aqui há pessoas diferentes a dar respostas diferentes sobre perguntas que o Público vai colocando.
Não vou comentar as diferentes opiniões (embora seja muito curioso ver coincidências e divergências, quer de conteúdo, quer de forma) mas há uma afirmação da Presidente da QUERCUS, Susana Fonseca, que desde o primeiro dia em que este site sobre o ano internacional da biodiversidade está on-line que é para mim um verdadeiro mistério:
"um objectivo que não era, já de si, muito ambicioso".
Recorde-se, o objectivo era parar a perda de biodiversidade até 2010.
Sinceramente acho que a frase saiu mas verdadeiramente não traduz o que pensa a presidente da QUERCUS.
Bem sei que em vários dos comentários perpassa esta ideia de que não se atinge o objectivo porque alguém não quer, como se a vontade política fosse uma espécie de poção mágica que ou se toma ou não se toma (variando um bocadinho o alguém, de maneira geral a responsabilidade é atribuída a todos).
Mas acho que nenhum outro comentário foi tão longe nesta forma ligeira de tratar um problema dificílimo.
Parar a perda de biodiversidade em 2010 (mesmo num espaço relativamente limitado) é um objectivo pouco ambicioso?
Significa isso que é com uma perna às costas que se resolvem os problemas do crescimento da população, do consumo per capita, da satisfação das necessidades energéticas e alimentares, do financiamento do mundo rural, etc., sem perda de biodiversidade e numa democracia?
Não pode ser isso que se pretendeu dizer.
Por isso digo que esta frase é para mim um mistério, mas espero que o mistério seja apenas o da fomulação infeliz da frase.
henrique pereira dos santos

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu percebo o que queres dizer mas mesmo sob a pena de me acusares de fazer comentários laterais ou de trazer questões metafísicas para a discussão, apetecer-me-ia perguntar pelo menos num plano teórico qual seria o balanço de extinções/especiação que a Quercus gostaria que existisse? Zero? Para não haver perda nem ganho de biodiversidade? Ou será que era bom que houvesse sempre cada vez mais espécies?

Alexandre Vaz