Ou outro que seja capaz de fazer um discurso ambientalista moderno.
Alguém que diga que a eficiência energética e a política de transportes públicos são estratégicas para a Nação. Alguém que diga que a conservação da biodiversidade é uma das funções centrais do Estado, a par da segurança, da política externa ou da justiça. Alguém que diga que os solos agrícolas são um activo nacional que não pode ser destruído por razões conjunturais mal fundamentadas. Alguém que diga que o preço político da água é um saque sobre as gerações futuras. Alguém que diga que o controlo social do território é mais que uma questão económica. Alguém que diga os fogos são sintomas de política erradas, não são problemas a resolver com mais dinheiro e organização no seu combate. Alguém que diga que as obras públicas não resolvem por si o desenvolvimento do país e é preciso discutir mais as razões para se fazerem e como se fazerem.
Enfim, nem sei se o Joanaz diria tudo o que eu disse acima, nem sei se eu concordaria com tudo o que ele dissesse que eu não escrevi acima, mas a verdade é que me parece que há condições excelentes para um candidato ambientalista, com um discurso ambiental moderno, ter não só uma boa votação nas próximas eleições (o que seria bom, mas seria o menos) como sobretudo influenciar a agenda política dos anos seguintes.
Por mim, o Joanaz candidatava-se. Mas pode ser o Manuel ou o Joaquim ou o Francisco.
Estamos em boas condições para discutir uma candidatura ambiental às próximas eleições presidenciais.
O candidato em concreto é importante, mas não é o mais importante.
Mas se se puder evitar um cinzento consensual eu agradeço.
henrique pereira dos santos
14 comentários:
HPS,
Achas que eu dava um bom candidato? É que eu revejo-me nas frases acima, e podia juntar mais algumas populares...
Ecotretas
Tretas,
Parece que é difícil convencer a comissão eleitoral a aceitar candidaturas anónimas (para além de que seria sempre um problema com o protocolo se fosses eleito, acho que nem mesmo o rei de Portugal pode ficar embuçado numa sala, apesar de só lá ter ido para ouvir cantar o fado).
henrique
HPS,
Tens razão. Mas eu dou a cara por boas causas...
Ecotretas
Boa ideia. Eu estaria disposto a apoiar tal candidatura!
Pois o problema é que nem tem mais utilidade que o João Joanaz, o Henrique, eu ( ou até o Tretas) digam isso ou outras coisas, sendo ou não candidato a seja o que seja.
Porque o Presidente da Republica não tem nenhum, mas mesmo nenhum poder em nenhuma, mas mesmo nenhuma dessas áreas.
Tudo isso é um programa político e o cargo de Presidente é e só o de assegurar o funcionamento das instituições, sendo que os arrotos que diga ou dissr são mais ou menos tão relevantes como o blog da ambio.
Já não teria a mesma posição em relação a uma candidatura que tenha como objectivo (e todas o tem no fundo, Cavaco derrubar o governo, o sindicalista do PCP recuperar o espaço desguarnecido pelo BE, Alegre fazer o Partido da Esquerda, e Fernando Nobre a quem dou beneficio, mal rodeado ainda não percebeu o objectivo que devia ser seu ,,,) o da criação de uma área política e o semear de novos paradigmas.
Isto seria um tema interessante para uma conferência ou um colóquio ou uma qualquer coisa.
António Eloy
António,
Repara que apenas falei de assuntos gerais e não propostas de governo.
Para programa de campanha chega.
E é trazer o programa de campanha para a praça pública que conta.
Quanto ao que acontece depois, ninguém pode dizer, porque ninguém pode prever a dinâmica destes processos.
Por mim acho que correr o risco de ser irrelevante é melhor que estar parado.
henrique pereira dos santos
Pois, Henrique, o que digo é que nada do que dizes é irrelevante, mas que não tem nada que ver com a campanha presidencial.
Penso sim é que seria mto importante se na campanha houvesse quem problematizasse uma força política demo-liberal e verde, e levantasse essas questões no quadro de um novo paradigma para o nosso sistema político.
Julgo que estando substancialmente de acordo com as propostas é uma questão de forma e oportunidade.
AEloy
No meu blog (signos.blogspot.com , coloquei uma reflexão)
Sim Tretas, candidata-te! Tens tudo o que é preciso para ser um bom político: és mentiroso, demagógico e populista.
Há aquele pequeno pormenor de passar a ter que dares a cara e ter que ouvir opiniões contrárias à tua.
Por isso já sabemos que isso nunca irá acontecer, não é?!
Anónimo,
Desafio-te a provares porque sou mentiroso, demagógico ou populista. O meu problema é que digo as verdades que poucos querem ouvir, com honestidade e verticalidade! Por isso, as minhas opiniões não são propriamente populares nesta sociedade de hoje.
Por isso, o meu maior problema seria recolher as tais assinaturas. Tu não assinavas, ora não?
Ecotretas
Ao anónimo das 11:06,
É uma opinião curiosa para uma pessoa que não assina o seu comentário.
É perfeitamente dispensável recorrer ao insulto e ofensa. Não contribui de forma alguma para a discussão. O valor do Ambio também está no facto do Ecotretas poder expressar a sua opinião e ele não vai tão baixo como anónimo foi agora.
Henk Feith
Suponho que o Henrique Pereira doslemhogi Santos dava também um óptimo candidato.
Para além do resto, o facto de não precisar de dormir seria uma vantagem a não desprezar.
hoopss... o lemhogi era a palavra passe
Acho duvidosa a utilidade de candidaturas presidenciais temáticas. O candidato da cultura, do desporto, das causas humanitárias ou do ambiente.
Percebo que pode ser uma estratégia pata ter tempo de antena, mas parece-me muito mais produtiva uma visão global de cidadania que contemple um sólido conjunto de valores onde naturalmente se enquadram as preocupações ambientais...
Alexandre Vaz
JMJM dixit:
"Com amigos destes dispenso os inimigos".
Eu digo: A camapnha já começou e está a ser uma sucesão de factóides sem relevância para esconder o essencial. De Albufeira, de Shangai, de etc.. A campanha segue cantando e rindo num Portugal sem rumo nem timoneiro.
mfs
Enviar um comentário