Como nesta matéria dos fogos o mundo me parecia diferente do que me pintavam, eu tinha três hipóteses: ou mudava de ideias, deixando-me convencer; ou fazia uma tese de doutoramento sobre o assunto e ao fim de seis anos, milhares de referências e etc., demonstrava num parágrafo perdido no meio de muitos outros necessários ao formalismo académico o que eu via; ou eu fazia de Zandinga.
Tem sido esta última a minha opção porque as outras não estavam ao meu alcance. A primeira porque a realidade me entrava pelos olhos dentro, a segunda por estar fora do meu horizonte de vida.
Comecei por falar do vento Leste, quando ninguém falava do assunto, não como um fetiche, mas como uma espécie de proxy que traduzia condições especialmente favoráveis ao desenvolvimento dos fogos. Apesar de alguns falhanços rotundos (o mais difícil de entender para mim foi um vento Leste no Algarve que é acompanhado com chuva e que evidentemente não corresonde às condições gerais que habitualmente se associam ao vento Leste, mas com algumas leituras percebi a especificidade meteorológica daquelas condições) o saldo é de tal maneira positivo que hoje ninguém questiona a identificação do vento Leste com condições favoráveis aos fogos. O que eu fiz não foi nada de original, apenas fui muito simples a dizer o que quase todos os investigadores do fogo em Portugal diziam de forma complicada sobre as condições sinópticas de ocorrência dos incêndios rurais excepcionais (e são esses que interessam).
Isso levou-me (com um grande empurrão de quem andava a estudar o assunto há anos) a dizer que com o combate, ou melhor, sobretudo usando o combate, não vamos lá.
Subsistiam duas linhas de discussão: o que fazer das ignições; o que fazer da acumulação dos combustiveis.
Sobre a acumulação de combustiveis já escrevi tanto que não vou agora reppetir-me.Quando comecei a olhar para o assunto das ignições uma evidência me surgiu: as explicações que são dadas para a sua existência existem todo o ano, todos os dias do ano, mas só em alguns, muito poucos, aliás, o problema das ignições é verdadeiramente um problema (ontem foram mais de 500). A minha perplexidade é a seguinte: se todos os dias as pessoas são as mesmas, se todos os dias a sua relação com o fogo é a mesma, por que razão em meia dúzia de dias se passa de cem ignições para mais de quatrocentas.
Neste gráfico (nem foi preciso escolher o período de tempo em análise, são os últimos 19 dias disponiveis no site da protecção civil) o primeiro dia 21 de Julho tem perto de cem fogos e o dia 27 de Julho tem mais de 450, depois, rodando o vento e não chovendo mas mantendo-se as temperaturas altas, há uma queda mais ou menos brusca de 150 fogos diários até 31 de Julho, onde começa uma nova subida que terá culminado ontem e hoje provavelmente irá descer (assim parece).
E eu, Zandinga aqui sentado, direi que a manterem-se as previsões, teremos de novo uma queda ao longo da semana e uma subida acentuada lá para quinta feira, culminando talvez no Domingo (não sei o que se passa depois). Haverá sempre alguém que dirá que são os fins de semana, quando as pessoas têm tempo mais livre, mas isso é uma idiotice facilmente desmontável com a análise de inúmeros períodos anteriores (e mesmo neste último período a subida começa antes do fim de semana, sexta feira passada já estávamos com quase 450 fogos).
Ora todas as explicações que usem as causas humanas para explicar estas variações, que são importantes, teriam de explicar em que é que as causas humanas se alteraram em seis dias de 21 para 27 de julho, o que me parece impossível (já agora, 26 e 27 foram Segunda e Terça, só para lembrar quem ainda usa esse argumento absurdo do fim de semana).
Da mesma forma me têm levantado o problema de saber por que razão sendo o índice de risco de incêndio maior no Pinhal interior, ou estando Santarém há três semanas com um calor de ananazes (penso que tem sido a zona mais consistentemente com temperaturas acima dos 35 graus há mais tempo) está a arder em Entre-Douro-e-Vouga e no interior minhoto (interior relativo, mas apesar de tudo interior).
Pois eu não sei explicar, mas sei que esse padrão de concentração regional se verifica todos os anos (embora possa abranger mais que uma região, sobretudo em períodos distintos de tempo). O que sei é que usando o proxy do vento Leste tenho conseguido prever (mais ou menos, mas com bastante mais precisão que o índice usado oficialmente) essas áreas de inferno temporário (ou seja, de purgatório, ou local de purgação das penas que permite aceder à perfeição celeste. Espero que a metáfora esteja certa e que de purgatório em purgatório consigamos aceder a niveis maiores de perfeição).
O que me parece é que estamos a usar elementos meteorológicos imprecisos, ou limites desses elementos que não discriminam suficientemente o risco de incêndio.
Para os organismos oficiais era simples tirar isto a limpo: medir detalhadamente as condições meteorológicas nas áreas que estão efectivamente a arder e perceber o que as distingue das outras onde há fogos, mas que se dominam, com maior ou menor esforço.
Era importante sabermos em que condições sabemos que não conseguimos dominar os fogos e discriminar muito bem, com antecipação, onde existe maior risco de ocorrerem fogos desastrosos (do ponto de vista social e económico, insisto que do ponto de vista dos valores naturais é duvidoso que estes fogos sejam desastrosos).
Como penhor da pertinência do que digo declaro aqui, qual Zandinga: descansem bem hoje, amanhã e quarta, porque na quinta feira recomeça o fado dos fogos impossiveis de controlar, aparentemente da mesma linha Guarda/ Aveiro para Norte (mas ainda não sei se não vai descer um bocadinho para Sul). A mim parece-me que é provável, mas não tenho nenhuma segurança na afirmação. Tanto mais que uma intuição me diz que a localização geográfica dos fogos, de ano para ano, se relaciona com a posição do anti-ciclone dos Açores, e por isso existe alguma estabilidade na localização geográfica das áreas que ardem em cada ano, sobretudo se arderem em períodos de tempo próximos. Mas isto já nem é fazer de Zandinga, é pura especulação mesmo.
Espero que este ano, com avisos sérios mas apesar de tudo apenas avisos (na sua sabedoria dizia-me hoje de manhã a minha madrinha, que mora à ilharga da serra da Gralheira, que sim, que estavam as coisas mais calmas, mas que eu devia compreender que a gente se habitua a viver com isto), sirva para definitivamente esclarecer que a discussão não é entre os defensores do deixa arder e os defensores de Portugal sem fogos. Como diz o Paulo Fernandes no comentário ao post anterior, deixar arder é isto que se está a passar, mesmo que seja involuntário.
A discussão é portanto entre quem defende o deixa arder voluntário, escolhido e gerido, e quem defende este deixa arder caro e ineficiente, correndo atrás da utopia do Portugal sem fogos.
Se o ano servisse para que finalmente houvesse algum consenso na admissão de que o fogo não é um inimigo que se vence, mas um elemento natural que se gere, seria um grande ano para a gestão do fogo em Portugal.
Mas não acredito nisso.
Deslocar a gestão do fogo de uma abordagem militar para uma abordagem técnica, em Portugal, é uma miragem.
Há tanto comandante por aí cujo reconhecimento social depende exactamente de ser comandante e o Estado está tão fraco e tão captivo dos grupos de interesse que infelizmente vamos ter de esperar por um segundo 2003 para ver mudar mais alguma coisa.
A menos que o Ministro das Finanças, à conta da falência do Estado, passe a ser o verdadeiro decisor em matéria de fogos.
No curto prazo é a única esperança.
henrique pereira dos santos
16 comentários:
Sem pretender prejudicar o post, há mais distinções relevantes entre a zona de Santarém e o interior minhoto. Nomeadamente, em Santarém predominam as terras agrícolas e o montado, que raramente ardem, enquanto que no Minho há pinheirais, que ardem com tochas. Além disso, em Santarém predomina o latifúndio, que geralmente é sinónimo de terras valorizadas e ebm guardadas, enquanto que no Minho há minifúndio, o que implica muitas propriedades descuidadas e maltratadas.
Luís,
Isso não explica por que razão noutros anos ardeu em Santarém (distrito) e não ardeu no Minho.
henrique pereira dos santos
Henrique,
Se calhar a explicação pelo nº de fogos não se prende tanto com o tempo que temos tido no Norte litoral, mas mais com o tempo que não temos tido. A metade litoral de Norte de Portugal caracteriza-se por uma frequência de pluviosidade estival relativamente elevada. Esse factor leva a uma humidade relativa elevada, não só do ar mas também do combustível, sobretudo o morto. Em picos de calor relativamente curtos, como é habitual no Norte, essa humidade pode ser (e estou eu claramente a especular) um factor determinante na relação entre o nº de ignições e o nº de fogos. Com humidades elevadas, grande parte das ignições tenderá a morrer por falta de capacidade de criar dimensão para se tornar um fogo. Ora, a chuva estival tem desaparecida no norte desde finais de junho e com as temperaturas elevadíssimas para o Norte (39 ºC foi suficiente para bater o recorde de Braga, mas são "banais" mais para Sul), às quais se junta grandes quantidades de combustível, não é de surpreender o nº de fogos registados.
Henk Feith
Henk,
No Noroeste já assim foi em 1998 e 2005. Todos os ingredientes estão presentes: paisagem saturada de ignições, orografia favorável, combustível abundante, humidade do ar na casa dos 20% e um período de seca (mesmo assim suavizado pela quantidade de precipitação do Inverno-Primavera). A área ardida só fica a depender da maior ou menor força do vento.
Paulo Fernandes
Paulo e Henk,
Sendo tudo o que dizem verdade, isso não explica por que razão no dia 21 (onde tudo já era verdade) houve 104 e seis dias depois, em 27, houve 459.
Ora saber isto e perceber o que é diferente nestes dias é que é o essencial para conseguirmos descriminar quando e onde vamos ter problemas sérios.
henrique pereira dos santos
Paulo: exatamente! Por isso há anos sem áreas significativas ardidas no litoral Norte e outras sim.
Henrique: partilho a tua incógnita. Também não sei o que muda em tão poucos dias. Lembro-me de ter estado de prevenção na última semana de julho de 2003 e todos estávamos espantados como não havia incêndios significativos. Até o pandemónio rebentar no início de agosto.
Henk
Henrique, a questão do número de ignições sempre foi uma falácia. Não acredito nessas estatísticas, não por uma questão de fé mas de análise de dados. Quando escrevi o Portugal: O Vermelho e o Negro escalpelizei todos os registos de ignições, a sua localização e a área ardida. Pela localização concentrada desconfiava-se logo da impossibilidade de tantas ignições; analisando a área ardida mais ainda: em 2005 cerca de 28% das ignições tinham queimado menos de 100 m2 e para aí 5% (estou, neste casos, a indicar o valor de cor) tinha 1 m2. Ninguém confirma e certifica estes registos - há evidente aldrabice (que custa dinheiro aos contribuintes, porque cada intervenção dos bombeiros, mesmo as alegadas,e paga), para a qual o Governo nem se importa porque é um excelente justificativo à mão de semear quando surgem três ou quatro incêndios de grandes dimensões...
Henk,
Em 2003 lembro-me de estar em férias e todos os dias olhar para o boletim meteorológico do Público, que nessa altura ainda não era a idiotice em que depois se transformou. Tinha informação. Nomeadamente tinha sempre as setinhas do vento em várias zonas do país. Por causa das minhas discussões sobre afectações de recursos em matéria de conservação eu já estava de pulga atrás da orelha sobre as razões dos fogos excepcionais.
E foi nessa altura que confirmei o que tinha vindo a verificar de forma menos clara nos tempos anteriores: o inferno de 2003 começou quando o vento virou a leste e desapareceu quando o vento deixou de vir de leste.
O litoral nesse ano tinha nevoeiros, neblinas e etc., e quem ouvisse os boletins meteorológicos no rádio e por aí fora tinha a nítica sensação de que estava mau tempo (e no litoral estava).
A partir daí fui vendo que as coisas não eram tão simples como eu dizia, mas fui construindo um discurso sobre os fogos que tinha uma originalidade: partia da paisagem para o fogo e não era feito a partir do fogo.
Ora o que essa perspectiva permite é por um lado relação temporal e por outro uma clareza muito grande sobre as condições estruturais em detrimento das coisas que parecem complicadas por terem informação a mais e pouco calibrada, como acontece no caso dos fogos em Portugal.
E por isso insisito que era bom percebermos que ainda não sabemos, que o vento leste é um bom proxy mas não é o que define as coisas, e portanto é preciso ir analisar o que efectivamente se passa nos dias e zonasem que arde descontroladamente. O que não está feito.
Pedro,
Que eu acho que tens toda a razão na crítica aos números absolutos é um facto. Que a mim me interessam mais as variações (ou seja, os números realtivos) que os absolutos é outro facto. Porque nos números relativos parto do princípio de que os erros que apontas se matêm de forma mais ou menos igual e que o facto é que passar de 104 fogos para 454 em seis dias é mais importante que discutir se na realidade se passou de 34 para 150. Mesmo que os numeros absolutos estejam errados, passar do simples para o quádruplo em seis dias causa a mesma perplexidade.
henrique pereira dos santos
Foi com grande satisfação que acabei de descobrir este blogue e especialmente os últimos posts sobre Incêndios florestais, pois é uma problemática a que tenho dedicado grande atenção.
Este ano quer no norte do distrito de Santarém quer no Pinhal Interior Sul, o número de ignições tem sido inusitadamente baixo. As últimas semanas têm sido caracterizadas por dias em que todas as condições estão reunidas para a ocorrência de grandes incêndios e simultaneamente temos assistido a um número extremamente reduzido de ignições e apenas um incêndio de maiores proporções aconteceu – Ferreira do Zêzere.
As condições climatéricas que este ano se verifica no centro norte do Pais, estão também presentes (como habitualmente) nesta região (15% a 20% humidade, muito vento (Leste e Noroeste sempre com temperaturas próximas de 40º).
A baixa taxa de grandes incêndios nesta região, esta ligada, a meu ver, ao número anormalmente baixo de ignições, pois todo o dispositivo se encontra disponível para o ataque inicial, controlando assim, algumas situações mais complexas.
Tenho observado, que nesta região nos últimos anos à semelhança do que agora tem acontecido, os dias e semanas de condições mais adversas são sistematicamente caracterizados por um número extremamente baixo de ignições.
A explicação empírica que encontrei baseia-se no maior cuidado que as pessoas colocam na utilização do fogo e actividade que a ele possam dar origem, por sentir que as condições climatéricas são extremas e o mesmo acontece com os incendiários, querem fogo mas também sentem que as condições não são as ideais, pois existe um risco demasiado elevado de provocar uma verdadeira tragédia.
A eficácia do sistema de combate… será possível de avaliar a médio prazo. Estou firmemente convencido que nenhum sistema de primeira intervenção ou combate, conseguira controlar os grandes incêndios ou reduzir sequer a área ardida de forma sustentada ao longo do tempo. Construímos pela desumanização do território e pelo abandono da agricultura e pecuária extensiva uma paisagem que não é sustentável com o nosso clima, quanto mais com as perspectivas que advêm das alterações climáticas…
Caro António Louro,
É sempre bom ter novos leitores.
Infelizmente não posso partilhar o seu optimismo: a razão pela qual não está a arder essa zona é o vento Noroeste.
Quando entrar um vento Leste típico, vai arder.
Repare que como diz as ignições não desapareceram, existem mas tem sido possível apagá-las a tempo.
Ora o que caracteriza as condições de vento Leste típico é exactamente o facto de não se conseguir extinguir facilmente nada. Uma faúlha de um motor de combustão mal afinado, uma lâmina de um corta mato de bate numa pedra e faz faísca, qualquer coisa destas se transforma num quebra-cabeças nos dias de vento Leste típico.
Havendo combustível, nesses dias arderá mesmo e o número de ignições vai disparar.
Porque as pessoas serão menos cuidadosas? Não, porque o que hoje nem se nota nessesdias rapidamente foge do controlo.
Este ano o vento Leste tam andado a Norte do Caramulo. E aparentemente assim vai ser a partir de quinta feira outra vez.
Ontem as ignições diminuíram (de ante-ontem para ontem diminuíram vinte por cento, menos 100) e foi possível controlar os fogos quase todos.
Hoje parece que as coisas se voltaram a complicar mas ainda assim tem sido possível ir controlando a coisa (com dificuldade, veremos).
Mas a partir de quinta a coisa vai complicar-se, parece-me que também a sul do Caramulo.
henrique pereira dos santos
Se perpassei algum optimismo, foi inadvertidamente, pois não tenho nenhum, concordo em absoluto sobre as consequências do vento Leste, especialmente para a criação de situações de descontrole total como 2003 e 2005 com fogos por todo o lado e da importância da sua previsão e adequada reacção.
Infelizmente também já percebemos que para termos grandes incêndios o vento leste não é essencial e a maioria dos nossos grandes incêndios nem sequer necessitou do papel enormemente facilitador que ele representa. O vento predominante nos nossos grandes incêndios (em Mação) tem sido o Noroeste, exceptuando os de Agosto de 2003.
A minha constatação sobre o reduzido numero de ocorrências quando se verificam as condições climatéricas mais favoráveis aos incêndios, sai ainda mais reforçada com o argumento que utilizou e bem… pois essas ocorrências (involuntárias) nos dias mais difíceis, de temperaturas mais elevadas e humidade mais baixa acontecem mais facilmente e ainda assim… o numero total de ignições nesta região é estranhamente mais reduzido nesses dias e semanas.
Henrique e António,
A curiosidade levou-me a um exercício simples: apurei o nº de fogos por distrito desde 20 de Julho, subtrai-lhe aquilo que arbitrariamente considerei serem fogueiras sem potencial de se tornarem um verdadeiro fogo (área inferior a 10 m2, mesmo assim fui bastante liberal) e exprimi o nº de fogos por unidade de área (por 100 km2). O resultado (n=5754) foi este:
Porto 79
Braga 28
V. Castelo 27
Aveiro 16
Lisboa 9
Viseu 9
Vila Real 7
Coimbra 4
Leiria 3
Setúbal 3
Santarém 2
Guarda 2
Castelo Branco 2
Bragança 1
Portalegre 1
Faro 1
Évora 1
Beja <1
PFernandes
Vim parar a este blogue por acaso e por um grande acaso gostei dele.
Parabéns pelo Blogue e partilho de algumas das suas opiniões: sou natural de Vila Real e a sua "teoria" de que é o abandono de actividades como a pastorícia e a agricultura que leva a um aumento do número e gravidade de incêndios parece-me inteiramente lógica.
Mas... é mais fácil pagar a corporações de bombeiros do que olhar para essas actividades como algo a investir...
Quando a agricultura e a pastorícia forem "rentáveis" aí talvez possamos mudar o paradigma de combate aos incêndios.
http://saudeeportugal.blogspot.com
Paulo,
A tua análise é bem interessante porque se por um lado confirma um dado conhecido (há mais ignições onde há mais gente) por outro reafirma que nestas condições concretas mais uma vez se demonstrar que o número de ignições não tem relação com a área ardida. Basta ver onde tem estado a arder a sério e onde se situam os maiores números de ignições por área.
henrique pereira dos santos
Henrique,
O que referes é ponto mais do que assente. Mas não era aí que eu queria chegar. Os nºs que postei indicam a muito baixa densidade de ignições no vale do Tejo e pinhal interior, regiões onde o índice de perigo chegou a ser quase o dobro daquele verificado no Noroeste nos dias críticos.
Paulo,
Eu também acho que é ponto mais que assente, mas se fores ler os comentários do Joaquim Sande Silva e do António Monteiro no post que fiz sobre ignições verás que ainda há quem insista em relacionar as duas coisas, considerando a dimensão do problema dos fogos relacionados como consequência do elevado número de ignições.
Quanto ao ponto que destacas veremos se esse baixo número de ignições se mantém se o vento Leste descer um pouco.
Terá sempre um número de ignições muito mais baixo que o Porto, mas terá um número de ignições a subir ao mesmo tempo da dificuldade de extinção dos fogos. Porque os dois são consequência das mesmas condições e não, como pretendem o António Monteiro e o Joaquim Sande Silva, uma consequência um (os fogos grandes) do outro (o número de ignições que desestabiliza o dispositivo de combate).
henrique pereira dos santos
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