Sou um péssimo naturalista. Mas de vez em quando vejo alguma coisa que gostaria de saber o que é. De maneira geral telefono para quem eu ache que sabe do assunto e tento descrever o que vejo na esperança de que me expliquem o que é.
Foi o que fiz um dia destes com duas rapinas que vi. E liguei para o Francisco Barros.
A conversa foi parar ao biodiversity4all, em que o Francisco é um observador muito activo.
A verdade é que o que o Francisco me disse sobre a sua utilização do projecto me pareceu interessante.
Citando de memória e esperando não trair muito a ideia transmitida, o Francisco no essencial disse-me que tem aprendido muito com o uso do site.
Começou a usá-lo por ser um caderno da campo prático, sempre acessível em qualquer ponto onde haja internet e que vai usando aos poucos, à medida da disponibilidade, em qualquer parte.
Mas mais importante, o Francisco, porque estava doente e não estava a registar os grupos que conhecia melhor, começou a registar grupos que conhecia pior, em que tinha muitas dúvidas ou mesmo que não conhecia, fotografando e enviando fotografias.
Mas como o Francisco é um bom naturalista, mesmo que não saiba identificar o que vê, distingue o que é comum do que não é comum, ou simplesmente regista o que por qualquer razão lhe chama a atenção.
E de repente começou a receber feedback dos especialistas, entusiasmados com algumas observações, alguns invertebrados que não eram dados para a Península há uns anos, algumas plantas com localizações pouco expectáveis e por aí fora. E mais que tudo, como qualquer outro observador que entre no sistema, começou ver outros identificarem o que via e a aprender o que não sabia.
Hoje é essa possibilidade de ir à procura do que não conhece e receber em troca informação de quem sabe mais que o motiva na sua intensa participação.
Como utilizador de observações de terceiros e como não obervador, a mim interessa-me mais o resultado, a manipulação de mapas e coisas que tal.
Nunca tinha percebido como uma base de dados destas, apoiada numa rede de observadores não especialistas (mas que pode integrar, e integra, especialistas entre os mais de 1000 utilizadores registados), mas com o apoio de uma rede de especialistas (aliás internacional) constitui de facto um poderoso intrumento de formação e difusão de conhecimento.
Que cedo ou tarde se reflectirá na capacidade do país gerir melhor o seu património natural, porque o conhece melhor, mas sobretudo porque ajudou a criar um público mais informado e exigente.
henrique pereira dos santos
3 comentários:
Ninguém está com vontade de comentar os resultados a Cimeira de Nagoya e
a COP?
Isso parece-me uma Crassula ovata. Não percebi se era para responder aqui mas como não estou no
biodiversity4all...
Cumprimentos,
Sérgio Martins
A ideia do post não era essa mas ainda bem que respondeu. Mas não se acanhe de estar no biodiversity4all que aquilo é 4all.
henrique pereira dos santos
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