Um dos grandes equívocos do movimento ambientalista em Portugal é a mentira mil vezes repetida de que os portugueses não são mobilizáveis e participam pouco.
Nunca aceitei essa mentira e tenho feito bastantes posts contestando essa ideia que me parece errada.
Vem esta introdução a propósito desta petição, que comentei aqui, dando origem a uma discussão que foi muito proveitosa para mim.
Esta petição (não sei se com outras), ao contrário do que seria de esperar por quem acha os portugueses não são mobilizáveis, deu origem a uma (ou várias, não percebi) iniciativas para dar resposta a um problema considerado chocante.
Claro que há sempre quem, por razões de campanha eleitoral, ou por necessidade de afirmação da sua posição esquerda caviar, desvalorize estas iniciativas (é tão bom poder descartar-se da responsabilidade individual escondendo as pessoas concretas atrás da responsabilidade do Estado face à pobreza e troçar da caridadezinha). E há também quem use o seu critério para conscientemente cumprir os objectivos da lei, não cumprindo a sua letra.
Mas o facto incontornável é que uma pessoa concreta, chocada com factos concretos que afectam outras pessoas concretas, tomou uma iniciativa individual da qual resultou uma rápida e forte mobilização e a descoberta de que afinal não era ilegal usar as sobras dos restaurantes e cantinas.
Fica por apurar a responsabilidade da leitura maximalista dos regulamentos feita pela ASAE, mas disso um dia se falará.
Para já, ganham as pessoas, ganha a sustentabilidade (mesmo com a perfeita consciência de que não será fácil pôr a coisa a funcionar).
Porque afinal os portugueses são mobilizáveis.henrique pereira dos santos
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