quarta-feira, dezembro 22, 2010

O movimento ambientalista e as presidenciais


Neste post defendi que o movimento ambientalista deveria ter um candidato presidencial. Não para ganhar, mas para dar visibilidade às políticas ambientais.
Penso que a forma como a campanha está a decorrer me dá razão.
Para as próximas presidenciais será mais difícil ter visibilidade (nestas, como não há nada a acontecer e não há nenhuma dúvida sobre os resultados, a existência de um candidato que se dispusesse a discutir políticas teria facilmente visibilidade e as pessoas poderiam manifestar livremente, pelo seu voto, a sua simpatia por essas políticas) mas ainda assim penso que se deveria encarar seriamente a possibilidade de começar a pensar num candidato.
Por mim, pode ser o que já propuz.
Mas se quiserem outro, por mim também pode ser, desde que não seja destes ambientalistas profissionais dos lugares de nomeação.
henrique pereira dos santos

4 comentários:

Luís Lavoura disse...

O Henrique não tem em conta que uma candidatura presidencial custa bastante dinheiro - algumas dezenas de milhares de euros - que teriam, com toda a probabilidade, de ser financiados pelo próprio candidato.

A Helena Roseta, pela sua candidatura à Câmara de Lisboa, ficou com dívidas bancárias. O mesmo aconteceu com a Manuela Magno, com a sua tentativa frustrada de se candidatar a presidente.

As pessoas não estão muito dispostas a pedir um empréstimo de milhares de euros ao banco só para dar visibilidade a uma causa. (E, mesmo que estivessem dispostas a isso, não sei se muitos bancos aceitariam conceder tal empréstimo, hoje em dia.)

Henrique Pereira dos Santos disse...

Luís,
Tenho isso em conta. Faz parte do problema. Mal de nós se olharmos para os problemas como constrangimentos inamovíveis.
A Helena Roseta montou uma campanha autárquica clássica e para ganhar, a Manuela Magno resolveu candidatar-se porque quis, são situações diferentes de um movimento sociológico que existe e não tem representação política nenhuma. É preciso orçamentar? É. É preciso encontrar fontes de financiamento? É.
Só que não é isso que está em causa.
henrique pereira dos santos

Marcos Pais disse...

Esta questão é interessante e levanta algumas perguntas, mesmo discutindo-a nos seus próprios termos sem partir para uma crítica da representatividade.

Se é necessário possuir vários milhares de euros para alguém se candidatar à presidência da república, isto significa que à maioria da população é vedada essa possibilidade. Se os milhares de euros são necessários apenas para a campanha e não em termos formais, temos uma impossibilidade prática mas não formal, o que vai dar ao mesmo.
Mesmo que qualquer pessoa pudesse candidatar-se e tivéssemos por exemplo 23 candidatos/as, seriam a televisão e rádio públicas obrigadas a dar o mesmo tempo de antena a cada um/uma?

Por outro lado, os resultados eleitorais de um/uma candidato/a presidencial "verde" não dizem por si só muito daquilo que as pessoas pensam das propostas de campanha. Dizem apenas quem as pessoas julgam melhor para o lugar político, mesmo que se revejam mais nas propostas de outro/a candidato/a.

Cumprimentos

Marcos Pais

aeloy disse...

Talvez esta discussão, ou melhor esta proposta se possa discutir num cenário da participação política de um movimento de intervenção.
Agora está fora de contexto (já fechou o período de proposituras).
Julgo que é importante mais do que a fulanização que estas eleições vão proporcionar, onde nada que tenha que ver com os reduzidissimos poderes presidenciais (não percebo porque não se poupa a eleição directa e se elege um Presidente num colégio misto Parlamento, autarquias, ou mesmo só no Parlamento) vai estar em discussão (como se está a ver pelo nível miserável do argumentário já no ar), discutir a criação do que o Cohn Bendit, assumindo-se como liberal libertário, refere como uma nova forma de intervenção "Cooperativa Politica para a sustentabilidade" construida numa lógica de rede, com lógica de polinização social e intervenção eleitoral, que rompa com a rigidez dos Partidos e cria uma nova perspectiva de assumir cidadania.
Bom talvez seja o fumo da lareira a invadir o meu espírito...
Boas entradas.
António Eloy