terça-feira, maio 03, 2011

Cultura de participação?




Fotografia de um painel informativo do ICNB retirada daqui

Transcrevo do facebook do biodiversity4all:
"Agradecemos a todos os parceiros o apoio na Actividade Pé N'a Terra.
Entre os dias 15 e 28 de Abril foram realizadas cerca de 60 actividades por todo o país sendo registadas cerca de 1772 observações, com 200 fotografias referentes a 550 espécies!".
Para uma organização sem um tostão, baseada apenas na boa-vontade de quem quiz, feita pela primeira vez, não se pode dizer que o resultado seja mau. E calculo que haja um outro resultado menos visível: aparentemente está a haver mais registos e mais diversificados.
É a Primavera, com certeza, mas pode também ser um pequeno impulso de iniciativas como esta.
Aparentemente nos primeiros meses deste ano as observações rondam as 3000 por mês. Significa que com uma integração de dados excepcional e anual como a das 15000 observações que foi feita nas últimas duas semanas (referentes a observações anteriores a 2011, portanto não influenciam a média mensal que referi) estamos nas tais 50000 observações anuais que permitem pensar realisticamente em meio milhão de observações em dez anos.
Há quem se queixe muito da falta de cultura participativa dos portugueses. Eu nunca dei por ela. Sempre que as coisas são feitas com verdadeiro empenho em motivar as pessoas, elas respondem, como maior ou menor facilidade, com maior ou menor grau.
Mas respondem.
Era útil o movimento ambientalista compilar meia dúzia de regras para uma boa adesão às iniciativas e fazer um manual que servisse a todos.
É que não tenho a certeza de que a falta de cultura participativa não esteja mais nos dirigentes que nas pessoas comuns, não porque não desejem que as pessoas participem nas suas organizações, mas simplesmente porque não sabem ou não acreditam que a participação das pessoas comuns depende mais de uma técnica que de uma cultura.
Claro que tudo o que diga respeito às pessoas não é matemática, e técnicas que resultam num dia, não resultam no outro.
Por isso a utilidade de ir fazendo um manual on line onde cada um vá registando o que funcionou e o que não funcionou, e as razões para a diferença.
A experiência colectiva é geralmente muito mais abrangente e útil que a experiência e o estudo individual ou de pequenos grupos.
henrique pereira dos santos

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