domingo, janeiro 22, 2012

Os deputados e a sustentabilidade



Esta notícia aparece fazendo parte das tricas e tal. Essa parte não me interessa nada. O que me interessa é perceber que a Assembleia da República parte do princípio de que providenciar a deslocação de um deputado (no caso, uma deputada, para ser politicamente correcto) é preciso ou conduzir ou ser conduzido.
Suspeito que a administração da Assembleia da República só reconhece o táxi e o avião como transportes públicos.
Nunca consultaram os horários da CP ou dos autocarros para saberem que entre Lisboa e Guimarães os carros não são o único meio de transporte.
É pena que a Assembleia da República não tenha uma política de deslocações sustentável.
henrique pereira dos santos

12 comentários:

Anónimo disse...

E já agora - a bem da sustentabilidade - que tal reduzir o número de deputados para menos de metade? Ou melhor ainda: os maçons passavam a ser representados pelo seu líder, os da Opus Dei, Opus Gay, do FCP, do SCP e do SLB, pelos respectivos lideres, e assim sucessivamente... Em termos do trabalho produzido na AR nem dávamos pela diferença...
AA

Nuno disse...

Bem dito HPS, esta deputada e os seus colegas tinham um IC directo de Lisboa a Guimarães a uma hora perfeitamente decente, para além da possibilidade do Alfa + Urbano.

Populismos à parte, as ajudas de custo que se referem a deslocações, excepto quando em representação especial (nas situações muito pontuais), deveriam ser prioritariamente canalizadas para passes de transportes públicos.

É assim até para detentores de cargos em empresas públicas de transportes, porque não haveria de ser para os deputados?

Anónimo disse...

demagogia.

Pedro, Montijo disse...

Demagogia pura da sua parte, HPS, sugerir a CP. Depois do seu apoio tão encarniçado à extinção de tantas linhas de comboio; depois de afirmar tão candidamente que há outros meios mais "sustentáveis ecologicamente" para transportar pessoas, como o táxi e o autocarro; depois de tentar destruir, infatigavelmente, qualquer argumentação lógica que aqui foi apresentada em defesa do comboio; vem agora para aqui lançar poeira aos olhos dos leitores. São estes deputados que fazem parte do sistema que há anos está a eliminar a via férrea de Portugal e a apostar totalmente no modo rodoviário. É evidente que eles já actuam como se, de facto, já não existissem comboios em Portugal. E mesmo os poucos que defendem os comboios devem estar convencidos que já não os há, graças a tanta notícia de fechos e mais fechos de linhas. Não há comboio, vamos de carro. Simples.
Pedro, Montijo.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro anónimo do terceiro comentário, importa-se de explicar por que razão é demagogia o meu post? Ou está a referir-se ao primeiro comentário, esse sim, demagogia baratucha a que nem respondo?
henrique pereira dos santos

Luís Lavoura disse...

Nuno,

dei-me ao trabalho de ir ver os horários da CP, e verifiquei que de Lisboa a Guimarães existe um único comboio intercidades, que chega a Guimarães às nove e meia da noite. Não sei se é isso que você considera um horário adequado... E para a volta há também um único intercidades, que parte de Guimarães às sete e meia da manhã.
E mesmo com estes comboios a viagem dura mais de quatro horas. Imagino quanto durará com os comboios urbanos...
Espero que os horários das camionetas sejam melhores, porque realmente, com horários destes até compreendo a decisão dos serviços da Assembleia.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Luís, eu também fui ver os horários (aliás até fiz um link) e existem 10 Comboios diários, um dos quais intercidades que demora 4 horas, dois que demoram mais de cinco horas e ainda sobram sete que demoram quatro horas e meia, de alfa até ao porto e depois uma hora de urbano (mais uns pós na ligação do Porto). Perfeitamente razoável.
Antes de fazer o post fui ver onde era a deslocação, visto que esta solução seria perfeitamente razoável em algumas deslocações, mas não entre lisboa e guimarães.
henrique pereira dos santos

Henrique Pereira dos Santos disse...

Acrescento que no caso de fazer muita confusão aos nossos representantes andar de comboios urbanos (ao contrário dos funcionários do FMI que estão em portugal a acompanhar o acordo) há uma solução intermédia mais barata e muito mais sustentável: comboio até ao Porto ou Braga, como se queira, e depois aluguer (neste caso com motorista que as pessoas não são obrigadas a ter carta) desde esse ponto até onde fosse preciso. Luís, isto é antes de tudo uma atitude por parte da assembleia e dos senhores deputados (bem expressa na tolice de não beberem água da torneira).
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Sem dúvida que há que atribuir culpas aos políticos quanto à situação lastimosa das contas públicas do Estado português. Por vezes é o esbanjamento, outras a incompetências, outras a mais pura roubalheira. Mas serão eles os únicos culpados? Não creio.

Aconselho a leitura do artigo da revista XXI: "Dívida - como explicar o crescimento da dívida externa nacional desde 1996?"

Aconselho também a abertura da pág. 65 do estudo:

http://www.bportugal.pt/pt-PT/BdP%20Publicaes%20de%20Investigao/AB200906_p.pdf

É engraçado que na Grécia o problema da corrupção e incompetência dos políticos é colocado num patamar idêntico ao das exigências absurdas dos sindicatos e outras associações de interesses para explicar a actual tragédia Grega.

Em Portugal apenas superficialmente se questiona os ordenados dos maquinistas do metro e da CP, da generalidade das profissões técnicas da função pública (os professores é um escândalo) entre muitos outros cidadãos apartidários, que nem sequer votam nas eleições devido à incompetência e corrupção da classe política. Mas quanto ao voto para o sindicato a questão já era outra...claro que no governo aquelas ideias políticas arruinariam o país num mandato, mas não há melhor que os sindicalistas comunistas para defender os nossos direitos...

Anónimo disse...

Professores em fim de carreira são os mais bem pagos da UE Os professores portugueses em final da carreira são os mais bem pagos da União Europeia atendendo ao nível de vida do país, revela um relatório divulgado hoje, quinta-feira, pela Comissão Europeia em Bruxelas. A edição 2009 dos Dados Essenciais da Educação na Europa apoia-se na análise de 121 indicadores para dar uma imagem do conjunto das tendências mais recentes (a maior parte dos dados utilizados são de 2006/2007) em matéria de organização e de funcionamento dos sistemas de ensino de 31 países europeus (27 da União Europeia mais Islândia, Liechtenstein, Noruega e Turquia. Se o salário bruto de um professor português no início da sua carreira é de 97,3 por cento do PIB per capita (indicador do nível de vida de um país), essa percentagem aumenta para 282,5 por cento no final dos seus anos de trabalho, de longe o valor mais elevado dos países analisados. Para os professores alemães, o país com maior percentagem depois de Portugal, recebem entre 108,9 (início de carreira) e 209,1 (fim de carreira) por cento do PIB per capita, enquanto em Espanha as percentagens são 115,2 e 187,6, respectivamente. O relatório também sublinha o facto de Portugal (juntamente com a Espanha, França, Grécia e Chipre) ser dos poucos países europeus a dar um "estatuto de carreira" com garantia de emprego "para toda a vida".

Pedro, Montijo. disse...

HPS: custa-me perceber porque razão tenho de lhe explicar o meu comentário. O que faltou referir? Citar os artigos onde discutimos o comboio? O HPS defendeu encarniçadamente o fim do comboio. Não entendeu ou não quis entender os motivos ou argumentos apresentados por quem defende esse meio de transporte. Defendeu, inclusivé, como alternativas ou o táxi ou o autocarro. Agora o HPS vem fazer um artigo sobre sustentabilidade e apresenta como alternativa o comboio, que o HPS negou anteriormente? Não é coerente.
Será que a sua dúvida consiste em saber se eu concordo com o seu primeiro ponto-de-vista? Ou se eu concordo com o episódio descrito nesta peça? Mas, se é esse o caso, não se trata de eu concordar ou não com o seu ponto-de-vista, nem teço qualquer comentário ao episódio vivido pela ministro. O comentário sublinhou somente o facto de o seu discurso não ser coerente com aquilo que defende.

Henrique Pereira dos Santos disse...

A minha pergunta foi para o terceiro anónimo que não fundamentou nada. Se o terceiro anónimo é o Pedro e fundamentou no quarto comentário estou esclarecido.
Quando escrevo parto do princípio de que as pessoas sabem ler.
henrique pereira dos santos