sexta-feira, julho 20, 2012
E que tal irem lá fora ver se está a chover?
Há dois dias chegou este comentário a um post antigo, que tem muitos links que ainda hoje acho que vale a pena serem lidos enquanto o país arde e os papagaios papagueiam:
"Soube esta semana que infelizmente o Thomas regressou à Alemanha, através de amigos (também alemães) de uma queijaria com mais de 100 cabras em Pedrogão Grande.
Debatem-se com muitos dos mesmos problemas, e não conseguem que as pessoas que "toleram" os seus rebanhos, que beneficiam do controlo de mato para camas do gado, da poda de pinheiros para combustível, etc, façam contratos de comodato que lhes permitam atingir a área elegível para apoios que de momento não recebem, vivendo quase exclusivamente do queijo que vendem.
É pena"
Há dois dias que ouço gente a falar de fogos e incêndios, cheios de certezas, indignações e soluções. Onde está esta gente o resto do ano, quando não arde?
Que têm feito, que têm proposto, que recursos identificam para gerir os fogos, para além de pedirem mais recursos para o seu grupinho (seja o grupo das ZIFs, o grupinho da protecção civil, o grupinho da intervenção rápida, o grupinho do voluntariado generoso, o grupinho da aviação, o grupinho da floresta autóctone, o grupinho da sensibilização, o grupinho da investigação, o grupinho das cabras, etc., etc., etc..)
Valha-nos o bom senso e a lucidez do Paulo Fernandes: isto é uma questão de meteorologia e quanto aos dinheiros para resolver o problema, o que mais falta faz é avaliar para onde foram e com que resultados.
Faz mais falta a avaliação que a aviação, concordarei eu sem a menor reserva.
Parafraseando um famoso filósofo da escola de Paris, a ideia de acabar com os fogos é uma ideia de crianças, os fogos não se extinguem, os fogos gerem-se.
E para gerir os fogos é muito mais importante o esterco das cabras que o brilho das ideias infalíveis que crescem como cogumelos no calor destes fogos.
henrique pereira dos santos
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1 comentário:
Diga-se de passagem que o estrume destas 100 cabras, fruto da "importação" de nutrientes vindos da gestão do mato, é muito valorizado por alguns vizinhos que dele encomendam algumas centenas de quilos para as hortas quando lá vão comprar queijo.
Importante, portanto.
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