Estava com intenções de escrever sobre o artigo que hoje o Público dedica à legislação sobre arborizações, centrado no facto de mais uma vez se ignorar por completo a produção de gado em pastagens pobres. Quem ler as quatro páginas iniciais do Público pensa que ou se floresta ou se deixa improdutivo (eles chamam-lhe inculto, mas eu não sei o que isso seja quando se dsicutem ocupações do solo). Na discussão sobre o eventual uso de terrenos pobres dentro de perímetros de rega, lá se esquece a possibilidade de produção de gado miúdo em vez da florestação, como pretende a indústria de celulose.
E faria com certeza uma nota sobre o divórcio cada vez maior entre os papas do ambientalismo, entricheirados nas suas certezas, e a realidade. Citaria a citação emblemática atribuída pelo jornalista a Eugénio Sequeira: "como se sabe que a exploração do pinho não paga sequer a limpeza dos matos, é de recear que, com as facilidades de arborização e rearborização que a proposta de lei concede, se criem manchas contínuas de eucalipto". Traduzindo, é preciso impôr legalmente que os proprietários mantenham uma cultura ruinosa como forma de garantir uma exploração racional dos recursos. É isto, não é?
Seria com certeza mais um post soturno sobre o estado do debate público em Portugal.
Mas felizmente quando abri o meu mail uma alma caridosa tinha-me mandado o link que me vai permitir fazer antes um post luminoso sobre coisas bonitas feitas por uma arquitecta paisagista que, a julgar pela reportagem, parece carregada de bom senso:
segunda-feira, julho 16, 2012
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