sexta-feira, maio 26, 2006

Animais e economia rural

Num comentário ao post anterior um simpático anónimo quiz reduzir as relações da tourada com a conservação da natureza a uma comparação com o tráfico de droga.

Para responder com mais espaço retomei um velho texto que escrevi na lista de discussão da ambio a propósito da pegada ecológica das dietas vegan em comparação com outras dietas.

Aqui fica a minha resposta à questão de saber se a produção de trigo em Portugal é menos impactante que a produção de porco preto ou de borrego ou de cabrito.

O argumento base é a de que há uma perda de 90% da energia utilizável cada vez que se sobe um patamar na cadeia trófica. E este argumento é genericamente verdadeiro, sendo utilizado para explicar que se todos fôssemos vegetarianos poderíamos alimentar muito mais gente e, consequentemente, ter uma pegada ecológica mais pequena.

Qual é o problema desta argumentação?

É que a produção de cereais (e de grande parte das proteínas de origem vegetal) é bastante exigente em solos e disponibilidade hídrica.

Sendo assim como foi resolvido o problema pelas sociedades mediterrânicas tradicionais?

Os melhores solos foram reservados para a agricultura (sobretudo cereais de inverno, trigo, centeio, cevada) quando não há água.

E hortas de produção muito intensiva para os primores (e a língua não deixa mentir sobre o carácter excepcional desta produção) quando há água, cuja tecnologia de gestão foi aproveitada para os cereais de regadio (milho, sobretudo) quando a primeira grande vaga da globalização proporcionada pelos Descobrimentos permitiu a introdução desta exótica (juntamente com o feijão, cultivado em consociação porque permite azotar o solo e produzir proteína vegetal e, mais tarde, em consequência da doença da tinta do castanheiro, também a batata que até essa altura era apenas usada para dar aos porcos).

Esta é aliás a base da alimentação tradicional mediterrânica, seja o pão por estas paragens, seja o pão e as massas, lá para o lado da Itália, essa sim, rica agricolamente e grande produtora de trigos duros.

Na zona de Portugal que conheço melhor, a base da alimentação a partir do século XVI e XVII é o caldo de couves com feijão, mais tarde com acrescento das batatas, tudo acompanhado com quantidades astronómicas de broa de milho.

É a partir desta altura que o País se entorna para o litoral do ponto de vista demográfico porque o milho (e o feijão) permitem alimentar muito mais gente.

Mas neste cantinho da Europa os solos agrícolas são uma raridade e preciosidade (um interregno para mais uma vez clamar por uma maior atenção do movimento ambientalista em relação aos solos agrícolas e à RAN, que é para nós muito mais importante que a REN). O que significa que a grande maioria do território ficaria despovoado e maninho, sem grande utilidade produtiva se a nossa dieta fosse exclusivamente vegetariana.

Porque é o gado miúdo que se encarrega de transformar urzes, carqueijas, tojos e etc., em matéria comestível por nós (com certeza que há sempre aquela velha história do abade que um dia, em consequência de uma aposta, fez um pudim de ovos com palha cortada muito fininha e o deu a comer ao Rei D. Carlos, grande gastrónomo, concluindo no fim que todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha, tudo isto a propósito do divinal pudim do abade de priscos, que é feito com banha de porco).

Cabras sobretudo nas agrestes serras do Norte e Centro (e o facto de ser a chanfana de cabra o prato tradicional dos casamentos das serras xistosas do centro traduz bem a sua pobreza extrema quando comparada com a pobreza remediada mais a Norte, em que se come cabrito), ovelhas e porcos de montanheira nos xistosos e mais suaves relevos femininos do Sul.

Naturalmente há ainda a caça, a pesca (em grande medida por razões religiosas que impunham a abstinência à sexta-feira, na quaresma e noutras vésperas de festividades, como é o caso do bacalhau e do polvo, salgados e secos para se poderem conservar e transportar, no dia de jejum e abstinência que é a véspera de Natal).

E há produção de frutos secos, com a castanha à cabeça de todos, sobretudo no Nordeste, mas em todo o lado onde era possível produzir castanha, até a doença da tinta ter obrigado as pessoas substituí-las por batatas.

Bem como as azeitonas (a oliveira parece vir com os árabes e expandir-se a partir dos passais das igrejas, onde eram cultivadas para se poder substituir o combustível da iluminação porque o azeite era bastante mais conveniente que o sebo de origem animal usado anteriormente), os figos em Torres Novas e no Algarve e, sobretudo, o vinho, que uma bebida que é sagrada há mais de dois mil anos alguma virtude terá (a última ceia, como todos sabemos, é exemplarmente ilustrativa da dieta mediterrânica ao ser consituída por pão e vinho).

Ora para trabalhar a terra o trabalho animal é fundamental (sem ele, não só a vida seria ainda mais dura, como se alimentaria muito menos gente), e portanto a junta de vacas no norte, e de bois nos solos mais fundos do ribatejo, tem o seu papel, tendo como benefício marginal a produção de leite e vitelos, que ajuda à sacralização destes animais através do ritual sacrificial da tourada ou das chegas de bois no Norte, utilizados como mecanismos de melhoramento genético.

Neste sistema o gado não substitui nunca a produção agrícola mas emerge onde não é possível produzir mais nada, porque o solo não dá como nos montes escalavrados ou nos prados salgados da lezíria ou do baixo Vouga lagunar.

Para além destas duas funções, o gado tem uma importância extraordinária num aspecto central da sustentabilidade do sistema: a manutenção do fundo de fertilidade do solo através da produção de estrumes (por amor de Deus não me venham contrapôr com a produção de composto), que é o que permite levar ao máximo a capacidade produtiva dos solos agrícolas.

Ora o que está em causa nestas discussões é que a dieta que resulta de todos estes sistemas, que é claramente omnívora com baixos consumos de carne e peixe, não por opção mas por falta de opção, é que deve ser contraposta às dietas vegan.

As dietas vegan são tão filhas da industrialização da produção agrícola e do mundo rural como o macdonalds. Comparando estas duas dietas, não tenho qualquer dúvida de que a dieta vegan é incomparavelmente melhor do ponto de vista ambiental que o macdonalds ou todas as dietas demasiado ricas em carne e peixe (mas as duas são tristemente monótonas do ponto de vista cultural, não porque não seja possível inventar mil pratos diferentes com os mesmos ingredientes, mas porque lhes falta o enraízamento à terra que só as culturas rurais longamente sedimentadas permitem).

Mas comparando estas duas dietas com a anterior (e como se diz, muito bem, mudar de dieta é, actualmente, mais difícil que mudar de religião) tenho as maiores dúvidas da sustentabilidade das dietas vegan, sobretudo porque assente em preconceitos ambientais errados que levam pessoas muito bem intencionadas e com o enorme mérito de conseguirem definir a sua dieta em função de paradigmas sociais que acham preferíveis, preferir o seitan, produzido com enormes perdas do valor alimentar o trigo, ao fumeiro de Vinhais.

Isto é, se alguém quiser mudar a pegada ecológica a partir da sua dieta, que procure avaliar o efeito de todo o ciclo produtivo do que está a comer (e já agora, não se fique pela economia e a ecologia e olhe bem para as culturas que a sua dieta suporta ou agride).

Por mim acho este esforço vão (pessoalmente dá uma tranquilidade moral grande pensar que o mundo pode estar muito mal, mas é responsabilidade dos outros) e prefiro pugnar por uma energia mais cara que internalize os seus efeitos ambientais no preço, porque acredito mais na eficácia da racionalidade económica que na mudança da natureza humana.

henrique pereira dos santos

27 comentários:

Anónimo disse...

Razões Ambientais para o Vegetarianismo

O vegetarianismo não é apenas uma solução para os problemas éticos associados à produção de carne. É também uma forma de resolver graves problemas ambientais que existem em todo o Mundo, incluindo Portugal.

Em primeiro lugar, e de especial interesse para os defensores dos direitos dos animais, está a diminuição da biodiversidade (1). Esta decorre de uma degradação e destruição de habitats naturais, para a produção animal que consome cerca de 70% da superfície agrícola mundial e um terço da superfície da Terra (2). O aumento gradual do consumo de carne tem levado nos últimos anos à progressiva destruição de habitats únicos como a floresta amazónica, com mais de 20 milhões de hectares destruídos para a criação de terrenos de pastoreio desde 1970 (1).
A destruição da vegetação para a criação de terrenos para pastoreio provoca um segundo problema gravíssimo (2). Desprotegidos, os terrenos são facilmente degradados com o aumento da erosão, estando entre 700 milhões e 3 biliões de hectares em todo o Mundo em risco de se perderem (1). Quando um solo já não serve para o pastoreio, novos habitats naturais são destruídos para continuar a produção de carne (2). A produção animal é apontada como a principal causa para a desertificação (3). Num terreno onde é produzido 1 kg de carne, podem ser produzidos 30 kg de cenouras mais 20 kg de maçãs mais 50 kg de tomates e mais 40 kg de batatas (2).

Outro grave problema associado à produção animal é a destruição de recursos hídricos, seja pelo elevado consumo de água (provocando seca), seja pela poluição que é lançada aos rios. Para produzir um quilo de produtos vegetais são necessários cerca de 100 litros de água mas para produzir um quilo de carne é necessário gastar entre 2000 e 15000 litros de água potável (2). Por outro lado, o estrume e urina lançados nos rios provocam a contaminação dos lençóis de água tanto por amónia que é altamente tóxica para os peixes como pelo nitrogénio e fósforo que provocam “booms” (grande e repentino aumento da população) de algas que levam à destruição total dos ecossistemas aí existentes (3). Em Portugal as suiniculturas, com uma criação nacional anual superior a 2 milhões de porcos, são o principal problema de poluição fluvial (4).

Por fim, tendo em conta todo o processo de produção animal, pode dizer-se que esta actividade provoca um efeito no aumento do aquecimento global ao mesmo nível que a poluição automóvel ou industrial (2). Por exemplo, anualmente a criação de animais é responsável pela libertação de 15 milhões de toneladas de metano, sendo que este gás contribui 25 vezes mais para o efeito de estufa do que o dióxido de carbono (2). O aumento previsto de cerca de 2ºC para os próximos anos afecta, não só a vida humana como também a dos animais, provocando a desregulação entre vários ciclos de vida de animais e plantas (1).

Pela abordagem ambiental a dieta vegetariana gasta muito menos recursos (área arável e água), polui muito menos e conserva melhor os ecossistemas terrestres e aquáticos onde habitam animais e plantas.

É mais um óptima razão para deixarmos de comer seres sencientes e optarmos pelo vegetarianismo.

Hugo Evangelista
(Associação Vegetariana Portuguesa 2005)


Referências:

1. “Livestock & the environment: Finding a balance”, FAO (Organização de Alimento e Agricultura das Nações Unidas), 1997.
2. “The Ecological and Economical Consequences of a Meat Orientated Diet”, União Suiça para o Vegetarianismo, 2003.
3. Vegan Outreach, www.veganoutreach.org.
4. “Quercus quer revolução na agro-pecuária e na actuação do Governo nos aspectos ambientais deste sector”, Quercus, 2004.

Curiosidade:

Só no Reino Unido, com uma população de cerca de 58 milhões de pessoas e, felizmente, já com um número significativo de vegetarianos, são torturados e mortos por ano 2,3 milhões de bovinos, 18 milhões de ovinos, 14,2 milhões de suínos, 723 milhões de galináceos (12,5 vezes a população do Reino Unido) , 39 milhões de perus e 13 milhões de patos, entre outros mamíferos e aves (os quais são, de acordo com a biologia moderna, tão sensíveis à dor como um ser humano)

Anónimo disse...

Produção Animal / Degradação Ambiental e Fome no Mundo

Introdução

Nos países desenvolvidos é impossível ignorar a relação entre a produção animal e o desastroso impacto económico-ambiental. O custo da criação intensiva de gado, aves, porcos, cabras, carneiros e peixes, para alimentar uma população humana excessiva e em contínuo crescimento, inclui a fome nos países do terceiro mundo, o uso indevido da água e do solo, o alto nível de contaminação produzido por fezes de animais, o aumento nas taxas de doenças cardíacas assim como outras enfermidades degenerativas e a destruição das florestas. A permanência desta situação contribuirá para a desertificação, a extinção de muitas espécies animais e vegetais e as alterações climáticas. Desmesurada e consumidora excessiva de recursos, a produção animal é portanto, incompatível com os recursos naturais e ecossistemas da Terra.

Números....

Degradação Ambiental

Consumo e contaminação da água e ar:

A produção de ração e de forragem para o gado requer uma enorme quantidade de água, resultando na escassez de água em certas áreas. Só nos Estados Unidos, mais de metade da água consumida para todos os fins é gasta na produção animal. Consequentemente, lençóis de água como o gigantesco aquífero Ogalalla (Estados Unidos), estão a ser rapidamente esgotados. Em paralelo, um dos factores mais poluentes da água é a acumulação e descarga de resíduos animais. O nitrogénio proveniente destes resíduos é convertido em amónia e nitrato e infiltra-se nas águas do subsolo e da superfície, poluindo a atmosfera, contaminando poços, rios e riachos e matando a vida aquática. De acordo com a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos, cerca da metade dos poços e todos os riachos do país estão contaminados por poluents oriundos da pecuária. Na Holanda, os 14 milhões de animais que ocupam os estábulos do sul produzem tanto esterco que o nitrato e o fosfato saturam camadas da superfície do solo e contaminam a água. A amónia proveniente da indústria de criação de animais é sozinha a maior fonte de deposição ácida nos solos holandeses, provocando mais prejuízos que os automóveis e as fábricas, segundo o Instituto Nacional de Saúde Pública e Protecção Ambiental do país.

- Produção de excremento pela criação de animais dos EUA: 104.000 Kg por segundo.
- Resíduos criados por um rebanho de gado de 10.000 cabeças: igual a uma cidade de 110.000 habitantes.
- Poluição da água atribuível à agricultura, incluindo a vazão de solo, pesticidas e estrume: maior do que todas as fontes industriais e municipais combinadas.
- Num só gole, uma vaca bebe até 2 litros de água; ao fim de um dia consome cerca de 100 litros. Para produzir 1kg de carne de vaca gastam-se 43.000 litros de água, enquanto que um 1kg de batatas requer menos de 50 litros de água.

-Número de litros de água necessários, na Califórnia, para produzir 1 kg comestível de:
Tomates - 39 ; Alface - 39 ; Batata - 41 ; Trigo - 42 ; Cenoura - 56 ; Maçã - 83 ; Laranja - 111; Leite - 222 ; Ovos - 932 ; Galinha - 1.397 ; Porco - 2.794 ; Carne de gado - 8.938

- Tempo que leva para uma pessoa usar 20.000 litros de água no banho (5 duches por semana, 5 minutos por banho, com um gasto em média de 15 litros por minuto): um ano.

Desflorestação e desertificação:

Todos os anos, cerca de 200.000 quilómetros quadrados de florestas tropicais são destruídas de forma permanente ocasionando a extinção de aproximadamente 1000 espécies de plantas e animais. A exploração e devastação constante de novos solos (muitas vezes abandonados poucos anos depois) para criação de pastos para gado, leva à utilização excessiva da terra o que resulta na contínua perda da camada fértil do solo. Pressões da competição levam os donos das unidades de produção animal a optar por métodos de produção de baixo custo que deixam o solo exposto ou a submeter terras fracas à produção intensiva, resultando na sua destruição permanente. Por todo o planeta, a terra, que é a própria base da produção de alimentos, está a ser rapidamente desertificada. Desertificação é o empobrecimento de ecossistemas áridos, semi-áridos e sub-áridos pelo impacto das actividades humanas. As regiões mais afectadas pela desertificação são as áreas produtoras de gado, inclusive o oeste americano, a América Central e do Sul, a Austrália e a África Sub-saariana. A desertificação dos campos e florestas deslocou a maior massa migratória na história do mundo. No virar deste século, mais de metade da população irá viver em áreas urbanas.

- Perda corrente anual da camada fértil da terra na agricultura nos Estados Unidos: mais de 5 biliões de toneladas.
- Terra própria para o cultivo nos Estados Unidos que foi permanentemente removida devido à excessiva erosão: um terço.
- Terra fértil perdida na produção de um quilo de carne: 77 quilos.
- Erosão do solo associada a culturas destinadas à alimentação do gado e à produção de pastagens: 85%.
- Camada superior de solo perdida anualmente no mundo em terras utilizadas para a agricultura: 26 biliões de toneladas.
-Tempo necessário para a natureza formar cada 2,5 cm de terra fértil: 200 a 1000 anos.
- Causa mortis histórica de muitas grandes civilizações: esgotamento do solo.
- Quantidade de terra tornada improdutiva pela desertificação anualmente no mundo: 21 milhões de hectares.
- Percentagem de solos que sofrem desertificação: 29% .

- Principais causas de desertificação:
Pastoreio excessivo, cultivo intensivo da terra, técnicas impróprias de irrigação, desflorestamento, falta de reflorestamento -
factor principal em todos os casos: produção animal.

- Na América Central as unidades de produção animal destruíram mais florestas do que qualquer outra actividade.
- 90% dos novos fazendeiros da Amazónia abandonam as terras em menos de 8 anos, em razão do solo se encontrar totalmente esgotado.
- Florestas devastadas na América Central para dar lugar a unidades de produção animal: 25%.
- Taxa actual da extinção das espécies devido à destruição das florestas tropicais e seus habitats: 1000/ano.
- Remédios disponíveis hoje derivados das plantas: um quarto.


Fome no Mundo

A fome no mundo é uma realidade dolorosa, persistente e desnecessária. No momento, existe suficiente terra, energia e água para bem alimentar mais do que o dobro da população humana, contudo metade dos cereais produzidos é destinada aos animais enquanto milhões de seres humanos passam fome. Em 1984, quando centenas de etíopes morriam diariamente de fome, a Etiópia continuava a cultivar e exportar milhões de dólares em alimento para o gado do Reino Unido e outras nações da Europa.

- Número de pessoas que morreram como resultado de desnutrição e fome em 1992: 20.000.000.
- Número de crianças que morrem em decorrência da desnutrição e fome a cada dia: 38.000.
- Frequência com que morre uma criança na terra como resultado de desnutrição e fome: a cada 2,3 segundos.
-Quantidade de cereal e soja, em quilos, necessária para produzir um quilo de carne actualmente nos Estados Unidos: 7.
- Pessoas que podem ser nutridas usando a terra, a água e a energia que seriam libertadas se os norte-americanos reduzissem seu consumo de carne em 10%: 100.000.000.

Um estudo realizado aos recursos populacionais demonstrou que se toda a população mundial fosse vegetariana, tudo aquilo que é despendido na produção animal, dava para alimentar 10 biliões de pessoas, ou seja, mais do que a população que é prevista em 2050.



Conclusão:



O que se pretende aqui é chamar atenção para um importante aspecto da vida diária, que são os hábitos alimentares, e mostrar como eles se encontram hoje estreitamente ligados ao quadro da miséria, subnutrição e fome. Estão também ligados a um enorme desperdício, à degradação do meio ambiente e à má saúde da população como um todo.

Muitos estão preocupados com os graves problemas ambientais e sociais com os quais nos defrontamos a nível global, contudo, poucos estão cientes das enormes implicações que o simples acto de comer tem sobre vários destes problemas. Ao investigarmos esta questão, vemos que existem efeitos de amplo alcance na mudança fundamental das nações ocidentais, que se deu, sobretudo, depois da II Guerra Mundial, de uma dieta composta principalmente de alimentos de origem vegetal para uma dieta à base de alimentos de origem animal.

Analisando estes problemas até à raíz - os hábitos alimentares - conseguimos concluir que ao modificar as nossas dietas, podemos desempenhar um importante papel no sentido de ajudar a curar a Terra e a criar um mundo sustentável para os futuros habitantes.


Referências:


http://www.vegetarianismo.com.br/artigos/producao.htm
http://www.avozanimal.com.br/index1.htm
http://www.vegetarianismo.com.br/artigos/pecuaria-moderna.html
http://www.vegetarianismo.com.br/artigos/agricultura-moderna.html

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

Os dois posts do senhor anónimo corroboram a minha impressão que estamos a falar com gente proveniente de seitas. Infelizmente a história da humanidade está repleta de seitas deste tipo. A uma argumentação razoável e de base racional, como a do Henrique Pereira dos Santos, contrapõe-se com propaganda: verbo a quilo para assustar os leitores. Quando não resulta e se em posição de força contrapõe-se a argumentação com violência, como tem sido o caso dos movimentos defensores dos animais no Reino Unido. Vale a pena levar esta gente a sério, sim, porque são perigosos. E esta é razão de sobra para escrever como anónimo.

Miguel B. Araujo disse...

Bom e ja' que estamos a puxarde velhos textos sugiro a leitura do seguinte post sobre veganismo, direitos, etc, que publiquei na lista ambio e coloquei na ambio ha' uns tempos. Quando a inspiracao e tempo o permitirem talvez volte a elaborar sobre o tema.

http://ambio.blogspot.com/2003_05_01_ambio_archive.html

Boas conversas :)

aeloy disse...

Já que falamos de gastronomia... há cerca de um ano realizei uma série de conferências sobre regionalismos alimentares (Brasil Cabo Verde, China, Russia, India, Goa,Itália, Angola,etc) Deixo aqui, caso haja interessados enviarei pessoalmente outros as notas (ainda por burrilar da conferência sobre o Borsch)

Omelete da Imperatriz

(estamos a falar é bom de ver de Catarina da Rússia, que recordemo-lo gostava particularmente de comer cavalo…, para o qual construiu ela mesmo os arreios!)

“Para duas pessoas apaixonadas são precisos cinco ovos acabados de pôr por uma galinha virgem, meia chávena de caviar beluga, se possível trazido do Mar Báltico, quatro postas finas, mas suculentas, de salmão fumado da Noruega, manteiga fresca do campo, cebolinhas picadas, sal, pimenta, duas colherinhas de natas azedas e, é claro, pão torrado.
Com delicadeza(…)
segue descrição da confecção, que saltamos
(…) Sirva-a nos pratos mais bonitos que tiver previamente aquecido no forno. Ponha por cima o caviar e ao lado o pão estaladiço acabado de torrar e as natas azedas. Depois de uma noite de amor, este é o pequeno almoço indicado para se continuarem a amar sem tréguas o resto do dia.”
Afrodite, Allende,I.
Jantar Camponês

“(…) Os esforços de x e do cozinheiro para que o jantar estivesse óptimo tiveram como consequência que os dois esfaimados amigos atacassem desenfreadamente os preliminares, comendo grandes quantidades de pão e manteiga, ganso salgado e cogumelos salteados, sendo que a sopa acabou por ser servida sem o acompanhamento das pequenas empadas com que o cozinheiro costumava impressionar as visitas.(…)
Embora eles estivessem acostumados a diversas cozinhas acharam tudo excelente, da aguardente de ervas, ao pão e manteiga passando pelo ganso salgado e os cogumelos, rematados com sopa de urtigas e a galinha em molho branco além do vinho da Crimeia - tudo estava excelente e maravilhoso.”
Anna Karenine de Leon Tolstoi.

As duas citações iniciais dão-nos o enquadramento da gastronomia em geral e da russa em particular.
A economia camponesa, que produz os alimentos e que deve prover ( e reconhecerão a origem da formula!) a possibilidade de reprodução da força de trabalho, precisamente para que esta assegure a produção dos elementos sobre os quais se pode gerar a mais valia.
No caso da Rússia temos até aos anos 60 do século passado, e sem qualquer dúvida até à 2ª guerra mundial uma economia de base camponesa, pese a revolução capitalista de 1917, que procurou terminar com o modo de produção feudal e pré- feudal ainda vigente pelas estepes imensas.
Essa evolução não deixou de ter ou manter a lógica ininterupta do czarismo, a cidade proibida do czar e da nomenclatura, de grande luxo e de influências ocidentais, embora meramente retórica. (Voltaire, universalismo proletário, etc) e de domínio quase escravo do campesinato e do proletariado semi rural.
Temos hoje no caso da gastronomia russa uma refeição obviamente diversa da omeleta da Imperatriz, uma comida tipicamente camponesa, e com produtos de origem.
O borsch é em formula diferente a nossa sopa da pedra, talvez trazida até nós dessas longínquas estepes (e seria interessante analisar a proveniência dos remotos povoamentos da zona de Almeirim e verificar se não há relação directa, sendo que especialistas referem, por exemplo, que a canja terá vindo da India…).
Sendo as sopas um elemento transversal a todas as gastronomia, o valor nutrivos e calórico dos alimentos é nestas exponenciado (a tal força de trabalho, não nos esqueçamos!), o borsh é quase uma marca (que aliás é hoje comercializado industrialmente pala Campbell’s), com centenas de receitas diferentes e disputas pela internet sobre qual é o “autêntico”.
Toda a gastronomia é evolução, como temos visto, e obviamente que a lógica da sopa da pedra deve levar-nos temporalmente ao borsch e à sua actualidade, hoje.
Como nos contam os grandes escritores russos a comida, e também já o vimos noutras paragens, é um momento mágico, que se serve com vodka (que vem de outras “eslavónias”) e kvas que identificámos como sendo uma bebida refrescante algo ácida e de pouca graduação, obtida por fermentação de farinha ou pão de centeio, e se acompanha com canções e jovialidade, como a …cerveja!
Comer é uma festa (não se esqueçam daquilo da força de trabalho!!!).
A cozinha russa, como todas as cozinhas adopta produtos de outras origens, numa lógica de sincretismo positivo, que tem a ver com o aumento da diversidade…
Um produto e um prato:
A batata,que chega tarde à Rússia ocidental, presume-se que vinda da Suécia no tempo de Pedro I, o marido assassinado da inicialmente mencionada Catarina, no século XVIII, havendo contudo registos muito anteriores e abundantes do seu consumo na Sibéria, Urais e Rússia do Norte, onde chegou directamente da América através do estreito de Kamtchatka.
E o bife tártaro, rodeado de mito histórico, absolutamente “idealizado”, que nos diz que é herdeiro da carne (mas qual carne ??) que os homens de Gengis Khan traziam das estepes e colocariam entre o cavalo e a sela, para amolecer … e que é suposto ter viajado, já devidamente picada pelo tempo no século XIX para Hamburgo de onde terá seguido para a América.
Mitos.
“A moda do bife tártaro, por exemplo, constitui uma operação de exorcismo contra a associação romântica da sensibilidade e do aspecto doentio: na preparação do bife tártaro estão presentes todos os estados germinantes da matéria: o purê sanguíneo e a clara viscosa do ovo, um concerto de substâncias moles e vivas, uma espécie de compêndio significativo das imagens dos prelúdios do parto.”
R.B. in Mitologias.

A história da alimentação, como a outra, está cheia de mentiras e aventuras românticas… é preciso rapar o tacho para com os resíduos que sobram no mesmo recriar este tempo que é o prazer de ouvir e depois comer.

Anónimo disse...

É impressionante como algumas pessoas não conseguem argumentar face a textos cientificos, escritos por Biólogos como o caso do 1º texto, que estão fundamentados com referências entre outros estudos, sendo que como não conseguem argumentar a seu favor visto não existirem dados cientificos e/ou lógicos que apoiem esse seus "argumentos", só conseguem usar tácticas de escarnecer, insultar e deturpar a mensagem ou a/as pessoa/as que colocaram os textos e/ou os escreveram, como no caso de dizerem que são pessoas provinientes de seitas, entre outras barbaridades.

Além do mais é irrelevante quem coloca a mensagem, mas sim o conteudo da mensagem, isso é que é importante. É a táctica de tentar desviar o assunto para o evitar.

Será que alguém em vez de insultar ou deturpar, consegue responder aos factos descritos nesses dois textos e provar por exemplo, que um regime alimentar à base de carne é mais sustentável e necessita de menos recursos que um regime alimentar vegetariano? Obviamente que não, afinal por exemplo, para se produzir 1 kg de carne precisa-se de cerca de 10 kgs de plantas para alimentar os animais, além da poluição, energia, água, solos, entre outros recursos utilizados... dai as tácticas de ofender quem envia a mensagem e distorcer os seus conteúdos.

É lamentável que por parte dessas pessoas não haja seriedade, respeito e maturidade.
Paulo

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Paulo,
Se reparou eu escrevi demoradamente sobre as relações entre a produção de alimentos e as condições naturais do território, com exemplos concretos e claros. A isto respondeu-se com propaganda pura, isto é, asserções gerais que têm um erro de base: o de que toda a produção animal se pode substituir por purodução de alimentos vegetais. Não acha que é um pouco estranho que sendo estes textos respostas a um texto a que não fazem uma única referência e não rebatem uma única vez, seja agora considerado uma coisa do outro mundo não perder tempo a repetir o que está no texto inicial?
henrique pereira dos santos

aeloy disse...

O vegetarianismo é uma forma de resolver graves problemas ambientais em todo o Mundo.
São teses religiosas deste tipo, estribadas em misturas de argumentos e dados verdadeiros e falsos, que procuram srebater (???) o excelente texto do Henrique?, que mostra claramente as vantagens socio-ambientais da dieta mediterrânea, que é exportada e adaptada noutros locais consoante as condições objectivas ( o que seria dos Inui sem a gordura da baleia, certo hoje já com substitutos).
Como refiro no meu blog a criação da Confraria Gastronomica do Toiro bravo vai certamente propiciar a produção e publicação de estudos que valorizem um dos aspectos do ritual taurino, assim com desenvolvam o seu melhor adequamento ao território e o seu papel na valorização deste.
Misturar a ocupação do território ganadaria e pastoricia tradicional com a produção industrial de galinhas ou porcos, alimentados com hormonas de crescimento rápido (que os toiros não consomem!) e hábitos higiénicos e alimentares absurdos, de urbanos que vivem com os seus totos para torturar, é lançar poeira para o ar. Essa também provoca o aquecimento e foge ao tema em discussão.
A Eloy

aeloy disse...

Esqueci de referir nos Estados Unidos os amigos dos animais consomem a alimentar os seus câes e gatos calorias que suficientes para acabar com a fome e ma-nutrição mundial. E por cá? Será que os cães e gatos comem alface?
Tudo tem vários lados. Não existe nada que seja simples a não ser o pensamento religioso.

Anónimo disse...

Li com atenção os 2 primeiros coments, que efectivamente não comentaram o texto de HPS. Contudo não desgostei do que li e compreendo a mensagem. Não me repugna uma alimentação que diminua o consumo de carne por motivo ambientais. Adianto que, na prática, em minha casa consome-se menos carne que em tempos, também por questões de uma dieta mais saudavel. Aprovo pois, sem reservas, um menor consumo de carne por questões ambientais e de saúde pública.

Não viria mal ao mundo caso os "Vegans" ou "amigos dos animais", de forma racional, educada, respeitando usos, costumes, tradições, culturas, o ganha-pão das pessoas, etc. etc., propusessem à sociedade de consumo uma nova forma de estar na vida.

A questão que me incomoda é o fanatismo, a arrogância, a filosofia dos "seres sencientes" (!!!) e a adoração e tortura dos cães e gatos.

O caso das touradas, é o ridículo total e absoluto. Pois se estão em causa motivações ambientais, o normal era manifestarem-se em frente aos matadores municipais ou aviários. No matador de Sousel, diariamente, matam-se mais bovídeos num dia que no Campo Pequeno num ano. Numa largada de patos, perdizes e faisões, a que alguns erradamente chamam jornadas de caça, é frequente em poucas horas fuzilarem-se muitas centenas, ou milhares de "seres sencientes" criados a ração , hormonas e antibióticos. Uma ave chumbada na barriga pode durar dias a morrer. Um touro de lide em Espanha, quando chega a sua hora, deve morrer depressa. As codornizes de aviário quando vão para a parafina (?) para serem depenadas, muitas vezes ainda vão vivas: o choque eléctrico não as matou e por dia são aos milhares. Mesmo que as motivações desta gente fosse exclusivamente o combate à dor provocada pelos humanos nos animais, existem diariamente mil e uma formas de mais dor, em muitos mais "seres sencientes" e em variadíssimas actividades, que nas touradas.

A seita já indicou o caminho: touradas ou caça, a luta é a mesma e a Quercus caiu na armadilha dos fanáticos infiltrados. Será que em breve vamos ver os dirigentes da Quercus, com lulus pela trela, a manifestarem-se contra o calçado em couro?

Jaime Pinto

Anónimo disse...

Provavelmente, o que impressiona mais nestes comentários, são os que criticam este ou aquele por coisas que eles acham que deveriam fazer, quando eles próprios que o dizem e admitem que é errado, não o fazem.


"existem diariamente mil e uma formas de mais dor, em muitos mais "seres sencientes" e em variadíssimas actividades, que nas touradas."

Tortura e morte que acontece também devido também à SUA RESPONSABILIDADE, quando decide patrocinar essa mesma indústria (carne, circos, touros, caça, etc etc).

Caso não saibam, regra geral um vegano além de não explorar em nenhum sentido e em nenhuma área, seja de forma directa ou indirecta um animal, também têm igualmente imensos cuidados em ajudar na protecção da Natureza. O que torna mais que rídiculas as questões que foram aqui colocadas.

No entanto existem aqueles que pouco ou nada fazem pelo ambiente e pelos animais, e os únicos comentários que conseguem consiste em criticar e difamar os que VERDADEIRAMENTE protegem o planeta, em vez de olhar para si próprios e para o que não fazem. Será receio da consciência?


É caso para dizer: Hipocrísia, hipocrísia, hipocrísia...

E fico-me por aqui...
Paulo

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro Paulo,
O seu mundo é simples: eu tenho razão, todos os que não pensam como eu são pelo menos hipócritas.
Volto a insistir: escrevi um texto em que procurei explicar que o uso de animais pelo homem tem razões económicas e de sobrevivência profundas.
E procurei explicar por que razão estou convencido de que o fim de alguns tipos de produção animal (e a produção de touros de lide é das formas de produção mais ambientalmente favoráveis) têm efeitos negativos de conservação.
Nada disso tem a ver com a produção industrial de carne.
Procurei ainda dizer que é legítima a posição dos vegans não quererem saber disso para nada e defenderem o fim de qualquer uso dos animais (incluindo os animais de companhia, claro).
A única coisa ilegítima é procurarem justificar as suas posições com afirmações erradas, como seja a afirmação de que qualquer tipo de produção animal é prejudicial ao ambiente e à conservação.
Mas sobre isso o senhor prefere fechar os olhos.
É uma opção legítima e espero que seja feliz assim.
Eu também gostava de ter essa capacidade de negar a realidade e construir um mundo perfeito, sem dúvidas e inquietações, em que tudo pudesse ser explicado pela maldade dos outros.
Azar o meu: saiu-me na lotaria uma cabeça que pensa contra a minha vontade.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Eu aceito a dor como algo natural e respeito a Natureza tal como está. Vegans e companhia recusam carne por inadaptação às leis da Natureza, o que os torna perigosos, não só para o mundo Natural como para os humanos, a tal espécie animal que tanto desprezam. Para se infiltrarem e convencerem ingénuos, misturam argumentos normalmente utilizados por ambientalistas com ideias torpes de pura rebelião para com o equilíbrio natural predador-presa, carnívoro-herbívoro, estabelecido por desígnios indiscutíveis e aceite desde sempre como crucial para a perpetuação da vida. Já compararam estas seitas a nazis e começo a compreender porquê. A paranóia já levou membros da seita a alimentar cães e gatos com comida vegetal, o que deveria ser proibido por Lei. Até onde poderá chegar o delírio? Vivemos em Democracia mas bandos como estes deveriam ser proibidos, por Anti-Naturais e perigosos para a humanidade.

Anónimo disse...

Será que os moderadores andam a dormir ao permitirem indivíduos sem maturidade ofenderem outras pessoas com posts tão ridiculos......

João Soares disse...

Parece que nesta esgrima cada qual só se ouve a si próprio...Vegetarianismo não implica uma imposição "urbana",longe de ser seitas (quando expõem tb os seus argumentos)...nem retirará como Henrique Santos pressupõe, os camponeses do campo e nem será ela a culpada do fim da dieta mediterrânica...Os McDonalds e afins já estão a tratar bem das legiões de cidadãos que confiantes nas mensagens pub abandonam rapidamente de hábiots alimentares ....No fundo isto é fruto da inepcia dos Ministerios da Saude,Educação,Ambiente e da Economia em se sentarem à mesa e com olhos de ver, frear os ímpetos e ganancia que essas companhias retiram com prejuízos sociais gravíssimos para a saude e meio ambiente....
Gostaria e muito, que muitos economistas respeitassem o investimento ético, sem greenwashing....

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro João Bioterra,
De facto nesta discussão ouvem-se pouco os outros. Eu nunca disse que o vegetarianismo tiraria um só agricultor da terra. O que disse é que o argumento de que se podem alimentar dez vezes mais pessoas com uma dieta exclusivamente vegetariana era um argumento falso. E fundamentei esta minha afirmação. E sobre isto, que é a essência do post, zero de comentários dos que continuam a propagar o contrário. Dizer que uma dieta vegetariana não acaba com a dieta mediterrânica mereceria um bocadinho mais de fundamentação, de tal maneira parece absurda a afirmação.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

"O que disse é que o argumento de que se podem alimentar dez vezes mais pessoas com uma dieta exclusivamente vegetariana era um argumento falso"

Falso é esse comentário sem nenhuma credibilidade científica.



Para produzir alimentos para animais, têm de se utilizar muito mais terreno e produzir muito mais plantas, para produzir uma certa quantidade de carne. Ora, se ao invez de se utilizar essas plantas para alimentar animais, fossem utilizadas para alimentar directamente as pessoas, então a mesma área de terreno e plantas, daria alimentos para alimentar cerca de 10 vezes mais pessoas. É uma conclusão simples e óbvio. Qualquer pessoa que reflicta nisto e com bom senso não consegue desmentir isto.

Isto sem contar com as questões da poluição, consumo de energia e de água, que obviamente são muito superiores.

Até agora os que são contra o vegetarianismo como um regime alimentar sem dúvida mais ético, amigo do ambiente e saudável, não evidenciaram uma única prova cientifica que desminta o que foi afirmado acima, só sabem sim, ofender e desviar o assunto.


Os próprios organismos do estado dos EUA e do Brasil, para além do organismo da agricultura da própria ONU, afirmam eles próprios que cerca de 80% de *TODOS* os recursos utilizados na agricultura (terra, água, energia, etc etc), são utilizados somente para alimentar animais para abate. Isto de fontes que nada tem a ver com instituições vegetarianas.

Ou seja, 80% de recursos naturais completamente desperdiçados.

É claro que a nível ambiental tem efeitos desastrosos em todos os níveis.

A própria BBC já fez artigos de investigação que afirmam, que a carne será cada vez mais cara por ser ambientalmente insustentável, e que num futuro relativamente próximo, será "alimento" apenas para os mais abastados.

Para terminar, em vez de responderem com ofensas, será que conseguem colocar artigos científicos com FACTOS...

Henrique Pereira dos Santos disse...

Meu caro anónimo
Eu não tenho nada contra o vegetarianismo, tenho sim contra o proselitismo que pretende vender gato por lebre.
Fiz um longo post em que explico que o argumento é falso porque parte do princípio de que todos os sítios que servem para alimentar animais servem para produzir plantas comestíveis pelo homem, o que não é verdade.
Importa-se então de rebater o post e tudo o resto que não tem nada de ofensivo?
Importa-se de explicar como é que produz alimentos vegetais directamente utilizáveis pelo homem nas zonas de matos que alimentam as cabras? Importa-se de explicar em que medida é que um porco que come os restos vegetais que sobram da alimentação dos seus donos é ecologicamente um desatre? Importa-se de explicar que propostas tem para aproveitar os pousios e as culturas intercalares como a de azevém que são fundamentais para manter a fertilidade do solo? Importa-se de discutir a realidade em vez de debitar números e números sobre a insustentável produção industrial de carne.
O mais estúpido desta discussão é que estamos todos de acordo sobre os malefícios da produção industrial de carne (e já agora, de peixe), só o que estamos a discutir não é isso, é sim se isso justifica que se diga que toda a produção de carne (e já agora de peixe) é ambientalmente errada.
Mas sobre isto, zero, zero, zero.
Há tantas razões razoáveis para ser vegetariano (e mais ainda para reduzir o consumo de carne) por que razão insistem em querer utilizar um argumento falso?
henrique pereira dos santos

Henrique Pereira dos Santos disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Henrique Pereira dos Santos disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

"Fiz um longo post em que explico que o argumento é falso porque parte do princípio de que todos os sítios que servem para alimentar animais servem para produzir plantas comestíveis pelo homem, o que não é verdade."

Mais de 95% de toda a carne é produzida de forma industrial, que requere imensos recursos e é de péssima qualidade. Além de se explorar e destruir recursos naturais (como a amazónia) de paises do 2º e 3º mundo somente para dar "partes de animais" (carne) para pessoas no 1º mundo que não fazem ideia do sofrimento, da exploração, destruição e poluição, tanto do Ambiente, como dos animais e das pessoas (questões de exploração de trabalho e de fome).

Nos raros casos de animais (cabras, vacas, etc) criados de forma extensiva, estes para "alimentarem" uma quantidade razoável de pessoas, é preciso criar uma grande quantidade de animais, e assim estes precisam de consumir grandes quantidades de plantas, destruindo arbustos, arvores a crescer e outra vegetação mais rasteira. Muitos são os casos de desertificação porque as plantas são comidas por animais. As cabras por exemplo são extremamente vorazes e comem de tudo.

Outras duas razões para não comer carne, prende-se com a questão ética, de explorar, torturar e matar animais, seres SENCIENTES tal como os animais humanos. De certeza que nenhuma pessoa gostaria de sofrer o que eles sofrem, as victimas de tráfico humano e de tortura que o digam, pois têm uma ideia do que os animais passam.

Outro é que a questão da carne a nível nutricional, tem um valor de praticamente ZERO, mesmo os criados de forma biológica. Os POUCOS nutrientes (proteina, ferro e pouco mais) que a carne possa ter, podem ser facilmente encontrados em milhares de plantas. Estar a comer carne é totalmente desnecessário sendo um puro desperdício de recursos naturais e energia.

Sobre a questão do cultivo, se num local existe uma ou outra planta que cresce, certamente podem crescer muitas mais... se o solo for pobre ou haver outros possiveis problemas, a solução é sempre a permacultura, que resulta mesmo em solos extremamente pobres.

Anónimo disse...

Isso sem contar com a questão de que, se se criar animais num local de "baixo rendimento" a nivel de plantas/agricultura, por o solo ser por exemplo demasiado pobre, estar a criar animais nesse local para "alimentação", só irá garantir a total destruição das restantes plantas e a completa desertificação do local, tornando-o ainda mais estéril.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Dou-me por inteiramente satisfeito com a resposta com estes dois últimos posts.
Compare-se o seu conteúdo com o post original e tirem-se as conclusões sobre quem está a dizer coisas com fundamento na realidade e quem está possuído de uma fé para quem a realidade é apenas uma miragem.
Muito obrigado e fico inteiramente esclarecido.
henrique pereira dos santos

João Soares disse...

Não,HPS e Ambio, o diálogo não existiu e está TUDO ainda em aberto...
Até breve

Anónimo disse...

Vegetarianos de pacotilha são uma banda de histéricos, trogloditas e fundamentalistas. Comer legumes está muito bem mas fazer disso uma ideologia irracional e pretender impô-la aos demais é intolerável. Vão mas é pastar com as cabras!

Anónimo disse...

Ou os moderadores fartam-se de dormir, ou são compinchas destes "senhores" cujo dicionário que possuem e aprenderam, só revela palavras insultuosas.