Num comentário ao meu post anterior pode ler-se:
“2. "Eu defendo um movimento ambientalista forte, mas a prazo só a confiança na sua natureza séria e indepedente o permite criar."
Esta critica a quem, muitas vezes com grave prejuízo da sua vida pessoal e profissional, tenta fazer alguma coisa mais do que somente falar é um bocado infeliz.”
Eu tenho uma vida banal, sem essa heroicidade dos activistas ambientais que com grave prejuízo da sua vida pessoal e profissional asseguram a existência das associações que temos e que, por isso, estão acima de qualquer crítica.
De facto, apesar de ser matéria privada, vejamos o que fiz esta semana.
Na segunda levantei-me pelas quatro (da manhã, para o caso de haver dúvidas), para acabar de dar resposta a um pedido de análise de um documento fundamental para a política de conservação que me tinha sido transmitido no sábado à tarde e que deveria estar pronto nessa manhã de segunda-feira, aproveitando para fazer uma máquina de roupa que a essa hora é mais barato.
Por volta das seis e meia/ sete suspendi esse trabalho para ir beber um café, ler o jornal e comprar pão para os miúdos se levantarem pelas sete e meia e tratarem deles para irem para as escolas.
Tratei de preparar o meu almoço para levar comigo quando fosse trabalhar, estendi uma das máquinas de roupa e deixei indicações para que a outra fosse também estendida mais tarde por parte de quem tinha essa tarefa nesse dia.
Acabei a preparação do documento em casa, de maneira que nesse dia cheguei tardíssimo ao ICN, pelas 10 e picos.
Papéis e várias reuniões depois (pontos de situação vários, incluindo a habitual avaliação do desenvolvimento de todos os planos de áreas protegidas), quando pensava sair pelas seis horas, pedem-me para começar uma reunião de preparação do dia seguinte e outras coisas que tal.
Como saí do ICN depois das oito e meia, telefonei aos miúdos para irmos jantar ao tasco da esquina, entre as prostitutas e os respectivos amigos da minha rua, que já não havia tempo de tratar do jantar em casa.
Quando cheguei a casa lá tratei de arrumar o que ainda não estava feito e mais uma máquina de roupa, que depois das dez é mais barato.
Como me deitei depois das onze, levantei-me no dia seguinte só por volta das cinco e meia. Revisão de emails, respostas a coisas pequenas e etc., lá pelas seis e meia saí outra vez para a volta do costume.
Com calculava que a reunião das cinco da tarde iria acabar tarde, antes de chegar ao ICN pelas nove horas fiz um arroz para deixar almoço aos miúdos e prevenir o jantar sem mim.
Papéis e coisas que tal (a resposta ao tribunal sobre o processo da Costa Terra, por exemplo), às dez comecei a primeira reunião (litoral), da qual saí para a outra do meio dia (presidência portuguesa da união europeia nas matérias que dizem respeito ao ICN), que felizmente acabou cedo, por volta da uma e meia, o que me deu uma hora para despachar os papéis que tinha do dia, começando a reunião das duas e meia (obras da linha de caminho de ferro do Norte), que foi rápida a tempo de às três e vinte ir comer uma sopa no café de baixo para começar a reunião das três e meia (visitação em áreas protegidas), até passar directamente, por volta das cinco e meia, para a outra reunião que acabou depois das nove da noite (sustentabilidade da fileira do papel).
Entre as nove e meia e as dez da noite, enquanto subia a pé o parque eduardo sétimo para chegar a casa, fui discutindo pelo telefone com um dos consultores de uma das reuniões o seu seguimento e o que era ainda necessário fazer.
Ronda pelos miúdos, saber dos exames, da fisioterapia, da escola, cozinha, roupa, lá me deitei pela meia-noite.
Por essa razão no dia seguinte levantei-me tardíssimo, penso que já passava das seis da manhã, portanto não fui tratar dos emails e de outras minudências que costumo deixar para aquele espaço entre as cinco e meia e as seis e meia.
A rotina do costume e às oito e um quarto estava à porta da escola de um dos meus filhos para procurar combinar uma reunião com a directora de turma. Às oito e meia, mais coisa, menos coisa, estava no ICN a procurar dar alguma agilidade ao andamento dos papéis que o dia anterior, por razões óbvias, não tinha permitido tratar.
Duas reuniões de manhã, uma outra pelas três da tarde (a prioridade da presidência portuguesa em matéria de conservação, o processo Business and Biodiversity), felizmente um dos patrocinadores de uma das minhas filhas desmarcou a reunião das cinco o que me permitiu sair do ICN pelas seis e um quarto e ainda adiantar o jantar antes da reunião de pais de outra das minhas filhas às sete da tarde.
Jantar pelo tarde, que era preciso acabá-lo e eu tinha demorado muito tempo a ver com a directora de turma como minimizar uma ausência das aulas durante um mês e meio.
Cinco e meia de quinta-feira e ala que se faz tarde a rotina do costume e ICN por volta das oito e meia. Reunião de preparação da reunião de sexta feira, com todas as áreas protegidas sobre o acompanhamento da elaboração dos PDMs e a integração do plano sectorial.
Fazer andar os papéis e receber uma rapariga acabada de formar e que prefere trabalhar de borla a estar a atrofiar em casa, tendo sido preciso encontrar uma tarefa compatível, definir as regras do jogo e garantir-lhe a liberdade e oportunidade de contactos que lhe permitam arranjar quem lhe pague pelo trabalho que faz. Felizmente as minhas colegas tinham feito o grosso do trabalho e preparado tudo para a receber e permitir-lhe fazer qualquer coisa de útil para todos.
Rever o relatório em atraso que já vinha de há dias, e é preciso ir à reunião do patrocinador da minha filha que tinha sido adiada no dia anterior. Mas saiu mal a programação do tempo porque é preciso voltar ao ICN, já depois das sete da tarde, porque é preciso levar os originais dos relatórios que estão a ser digitalizados para disponibilizaçao na internet (todos os relatórios de todos os centros de documentação que o ICN tem espalhados pelo país) para os colegas das áreas protegidas que irão estar na reunião de amanhã, poupando no correio.
Saída já depois das oito com uma das miúdas desesperada por uma boleia para um jantar de turma. Com o trânsito e o atraso e com desaparecimento de quase todos para aqui e ali, lá se vai outra vez ao tasco da esquina com o único que sobra para jantar.
Quase dez horas em casa outra vez, cozinha, tirar a roupa da corda (o miúdo que estava encarregado da tarefa não a fez por razões a que há que atender) e, azar, é uma corda com grande percentagem de cuecas e meias. Qualquer pessoa que trate de roupa sabe bem a diferença entre apanhar lençóis e toalhas ou cuecas e meias que é preciso dobrar (e esperar a guerra do dia seguinte para que todos tirem e guardem a sua roupa, que nessa altura é sempre o parceiro do lado ao contrário do que acontece no momento de a vestir).
Um salto aqui, antes de amanhã que é outro dia, logo de manhã a buscar os colegas que vão no carro comigo, reunião fora de Lisboa, a acabar sabe-se lá a que horas, provavelmente um salto ao ICN a despachar papéis e ala para o aeroporto buscar a minha mulher.
Fica por fazer o artigo da revista que está atrasado, os documentos fundamentais de dois processos, uma apresentação para uma conferência, mas vem aí um fim de semana e talvez se arranje algum tempo entre as compras do supermercado, os treinos dos miúdos e etc..
Como disse, é uma descrição banal de uma vida banal, que por uma vez quebra o meu princípio de não responder aos comentários sobre a dedicação dos dirigentes das ONGAs com a mera descrição do que faço para explicar que cada um dos dirigentes das ONGAs, cuja heroicidade reconheço, está perante uma opção clara:
Ou reconhece que o trabalho das ongas se dirige às pessoas banais, com vidas banais como a que descrevi, e procura a maneira de as integrar e dar resposta aos seus interesses;
Ou assume a postura de superioridade moral que lhes advém do seu estatuto de super homens da dedicação e do sacrifício pelo bem comum, e recusa ouvir as críticas de quem não quer ou não pode (e no meu caso eu não quero nem posso) ser outro super homem da dedicação à causa ambiental e se limita, como eu, a mandar bitaites.
A opção tem sido a última. As consequências são as que se conhecem sobre a vitalidade do nosso movimento ambiental.
henrique pereira dos santos
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9 comentários:
Como disse, é uma descrição banal de uma vida banal, que por uma vez quebra o meu princípio de não responder aos comentários sobre a dedicação dos dirigentes das ONGAs com a mera descrição do que faço para explicar que cada um dos dirigentes das ONGAs, cuja heroicidade reconheço, está perante uma opção clara:
Ou reconhece que o trabalho das ongas se dirige às pessoas banais, com vidas banais como a que descrevi, e procura a maneira de as integrar e dar resposta aos seus interesses;
Ou assume a postura de superioridade moral que lhes advém do seu estatuto de super homens da dedicação e do sacrifício pelo bem comum, e recusa ouvir as críticas de quem não quer ou não pode (e no meu caso eu não quero nem posso) ser outro super homem da dedicação à causa ambiental e se limita, como eu, a mandar bitaites.
A opção tem sido a última. As consequências são as que se conhecem sobre a vitalidade do nosso movimento ambiental.
Caro Henrique
Não estando eu ligado a essas organizações estou à vontade. A sua critica nem é para mim.
Só falo disto mais uma vez para que não fiquem dúvidas.
Não vale mesmo a pena continuarmos esta discussão já que a minha e a sua opinião sobre as pessoas que dedicam o seu tempo voluntário a ONGs (ou causa públicas em geral) é oposta e nunca irá mudar.
Só lhe digo uma única coisa em relação às suas propostas de opção para o que as ONGAs deveriam fazer.
Não são os Dirigentes ou volutários das ONGAs que têm que mudar nada na sua atitude.
Se eles são maus e estão errados quem assim considera tem uma de duas opções:
A) A OPÇÃO "Tomada do Poder"
1. Inscrever-se nas mesmas.
2. Levar outros que partilhem da sua opinião sobre como as ONGAs deviam funcionar a inscreverem-se idem.
3. Fazer uma lista aos orgãos directivos e concorrer para ganhar.
4. Mudar o que acha estar mal.
B) A OPÇÃO "Fazer de Novo"
1. Levar outros que partilhem da sua opinião sobre como as ONGAs deviam funcionar e criarem uma de raíz.
2. Fazer uma lista aos orgãos directivos e concorrer para ganhar.
3. Fazer como acha estar bem.
Mandar "bitaites" e não fazer nada para mudar o estado das coisas soa-me muito àqueles que passam a vida a falar mal dos Governos mas nem sequer vão votar.
Felizmente o direito à livre associação existe em Portugal.
Felizmente isto ainda é uma Democracia.
Felizmente podemos fazer diferente.
TUDO aquilo que você aqui exemplifica como o seu "trabalho" em sacrifício pela Conservação da Natureza não passa de isso mesmo: TRABALHO; pago e contractualizado.
Se as condições são assim tão más então mude de emprego... é simples.
Mas, se vamos por aí então você vai mal porque esses outros que você insiste em criticar se calhar fazem igual ou semelhante ao que você faz no que é o seu EMPREGO (e para o qual lhes pagam) e ainda arranjam mais algum do seu tempo pessoal sabe-se lá aonde para fazerem algo para o qual não recebem nada (na maior parte dos casos), além de bitaites quando não o fazem dentro dos parâmetros do que é entendido por alguns como "a perfeição".
Uma nota final, somente.
Pelo que você faz isto nunca lhe irá acontecer já que será sempre mais fácil despedi-lo ou pô-lo na "prateleira" se se tornar muito incómodo com os seus pareceres, já aos outros...
Até mais.
Cuidado... as ONGs não são inocentes... Por vezes até são uma rica capa .
Tantos, nas tantos, já arranjaram emprego e pujantes tachos à conta da notoriedade obtida nas ONG. Mas tantos...
Bastantes trabalham APENAS por amor à causa? Claro! A estes uma chapelada.
1º
Sobre a discussão que aqui vos traz, parece-me que cada um contribui nas formas que melhor se lhe ajustarem, seja por personalidade ou por oportunidades. Há que criticar é os actos concretos. O que se fez, escreveu ou disse, e as suas consequências. Modelos de vida é pessoal e subjectivo.
Por outro lado parece-me certo e natural que pessoas que se destacaram em qualquer área “não-profissional” venham a ser escolhidos para a “prática-profissional” dessas mesmas matérias. Assim é que está certo. O contrário seria errado. Se daqui advém que a vida lhes passou a correr melhor, ainda bem para eles. Até os missionários cristãos tinham uma igreja poderosa por trás...
O que há que discutir são os actos que, fora ou dentro das “profissões” (neste caso do “ambiente”) foram correctos ou incorrectos. Também devemos ter em conta que quem está “por dentro”, pago para o trabalho, estrutura a sua acção num contexto necessariamente limitado à partida por regras que lhe são impostas. Não há bela sem senão, portanto os “senões” também têm as suas “belas”: Assim, quem trabalha no âmbito institucional também tem um poder, é ouvido de outra forma. É perante estas vantagens que lhe têm que ser pedidas explicações.
Em síntese: Cada um no seu lugar, nem todos poderão actuar nas mesmas dimensões. Seria da complementaridade, idealmente, que deveria nascer a obra.
2º
Ficou-me a moer uma frase do Henrique:
“Não, não é: a lei protege os valores existentes mas não a potencialidade de existência desses valores, e daqui decorrem consequências legais completamente diversas.”
Sempre embirro quando me vêm com as leis. Compreendo a impotência momentânea mas já não compreendo que não se faça qualquer esforço para modificar as leis. Qualquer uma se muda se houver força e vontade. Tem é que haver quem não se cale.
No caso concreto dos dois extremos:
A - “habitates não prioritários” que podem ser utilizados (indiscriminadamente?) devido à sua condição prévia de não-prioridade.
B – “habitates não-prioritários” que poderão vir a transformar-se em prioritários com o tempo (e uma boa gestão, etc....) donde em todo o país nenhum deveria ser extinguido nunca por essa condição potencial (sugestão hipotética do Pedro Bingre).
Eu pergunto:
É assim tão difícil estabelecer critérios de transformação que hierarquizem os “habitates não-prioritários” consoante a sua maior potencialidade para atingir a plena manifestação das condições estabelecidas como “prioritárias”?
Seja porque lá chegariam em menos tempo, se os deixassem. Seja porque exigiriam menos esforço, dinheiro, recursos. Seja porque têm a potencialidade para determinadas espécies mais carentes...
Eu costumo dizer que se a COR, que é um contínuo em várias dimensões e é altamente subjectiva, pôde ser Sistematizada em Hierarquias através de Coordenadas Cromáticas (a tal ponto que hoje é possível reproduzir fielmente uma tinta), não pode haver nada neste mundo para o qual não se possam encontrar critérios, degraus, categorias. É só pôr a cabecinha a pensar.
Nesse caso, haveria que definir “habitates não-prioritários” com “potencialidade quantitativa de grau X, Y ou Z (ou qualitativa de tipo X, Y ou Z)” para evoluir em termos de prioridades.
Após esse trabalho feito, a lei pode mudar-se, porque tudo se escreve a nosso contento. A lei protege o que existe agora mas também poderá proteger os casos de “existência potencial” determinados em função de hierarquias. É tudo uma questão de escrita.
Quando não gostamos das leis temos que as mudar. É simples. Sem esta insistência, não me venham com desculpas.
E, na sequência do ponto anterior, parece-me que todos, os de “dentro” e os de “fora” poderiam e deveriam trabalhar para mudar as leis se não gostam delas.
3º
Não resisto a entrar no registo pessoal.
Portanto, parabéns para si, Henrique. Não é comum ver um homem fazer tanta coisa “em casa”. Eu sei que hoje é politicamente correcto, mas não acredito que hajam assim tantos seres do sexo masculino com capacidade de intervenção (atempada) neste domínio.
A dar como certo o que nos relatou você tem, no mínimo, essa qualidade. Já não é mau. Há muitas maneiras de se fazer pelo ambiente...
Manuela Soares
Cara Manuela,
Esqueça o registo pessoal, é tudo ficção. Nem eu trabalho assim nem faço nada disso em casa.
O que é irrelevante para a discussão porque o que conta não é discutir quem faz mais ou menos de quê, mas apenas lembrar que todos temos as nossas dedicações, seja à causa das ONGAs, seja à criação de condições de vida e dignidade a um filho com uma deficiência profunda, seja à arte, à ciência ou simplesmente "uma fiel dedicação à honra de estar vivo" como diria o engenheiro de estradas Jorge de Sena.
O ponto essencial é que por maior, mais abnegada e altruísta que seja essa dedicação, isso não torna imune ninguém imune à crítica perante actos e opções concretas.
Foi apenas a isso que quiz dar ênfase.
Quanto à questão da invocação da lei, um dia destes farei um post sobre isso.
Mas entretanto, e porque essa ideia já não é a primeira vez que aparece, a distinção dos valores prioritários e não prioritários é, na legislação que interessa, absolutamente objectiva: o habitat 2150 é prioritário, o habitat 2260 não é prioritário. A arméria rouyana é priortária, a ruscus aculeatos não é.
Não é isso que é motivo de discussão, mas sim o conceito de "afectação significativa" de qualquer desses valores, prioritários ou não.
E já agora, as obrigações do Estado Português em relação a valores prioritários e não prioritários são exactamente as mesmas, com a única excepção das razões que podem ser invocadas para a aplicação da excepção da lei que permite executar projectos que causam "impactos significativos" em valores protegidos.
henrique pereira dos santos
Esqueça o registo pessoal, é tudo ficção. Nem eu trabalho assim nem faço nada disso em casa. - HPS
Lamento, então, que esteja a fazer pouco de quem leva as coisas com seriedade.
Desculpe mas, para mais palhaçadas destas eu não contribuo.
Digo-lhe, desde já que você desceu mais um ponto na minha consideração -- mesmo que isso lhe seja irrelevante -- e os outros, que além da sua vida pessoal ainda têm tempo para se esfolarem para contribuir para tentar proteger (mesmo com erros, lapsos e falhas) o que é de todos nós, subiram mais um ponto.
Aqui é mais um síio que já percebi nem vale a pena vir comentar mais nada.
Hipocrisias e mentiras é que não.
Passar bem.
Para o Mário da Silva:
Não terá levado as palavras do Henrique demasiado à letra? Eu tentei ler mais nas entrelinhas...
Manuela Soares
Para Manuela Soares:
Tendo em conta que este artigo veio na sequência de um comentário que eu fiz num outro artigo e que até começa com uma citação das minhas palavras eu acho que a intenção não era entrelinhar mas sim escarnecer ou dar ao descrédito o que eu tinha dito.
Por isso para mim não é aceitável este tipo de brincadeiras, até porque há gente que tem realmente uma vida semelhante, senão bem mais atribulada, e que mesmo assim ainda tem tempo para efectuar trabalho voluntário; seja social seja de carácter politico-ambiental.
Folgo muito saber que o sr. Henrique não tem este tipo de vida mas pode crer que muitos dos tais "ambientalistas" de que ele escarnece e a quem critica se calhar até têm.
Eu, sinceramente, acho que os que defendem ideias com sacrificio pessoal, seja financeiro seja fisico, não devem ser achincalhados e este artigo -- em soma ao anterior -- não passa disso envolto numa capa de meias palavras e meias intenções para que depois se possa dizer: "não foi bem isso que eu quis dizer".
Por último, este artigo nem sequer faz a ligação para o outro a fim de contextualizar a citação nem fala em lado nenhum que o que se pretende é "apenas a isso que quiz dar ênfase". Se era essa a ideia tivesse posto isso mesmo no fim do texto.
Se o sr. Henrique -- que eu nem conheço e nem sabia trabalhar no ICN até ele o mencionar -- quer saientar que "o ponto essencial é que por maior, mais abnegada e altruísta que seja essa dedicação, isso não torna imune ninguém imune à crítica perante actos e opções concretas" então critique esses actos e essas opções CONCRETAMENTE e não usando de ataques pessoais às pessoas, ou de meios estilisticos muito duvidosos para os amesquinhar e denegrir.
Não vale mais a pena continuar neste assunto.
Até mais.
Caro Mário da Silva,
Não fiz nenhuma ataque pessoal a ninguém.
Mesmo em relação à Helena Freitas procurei evitar o ataque pessoal e tive o cuidado de lhe telefonar previamente a dizer que iria escrever um post a criticar as suas declarações.
Se eu tenho ou não tenho a vida banal que descrevi é comigo e com mais ninguém, o que não aceito é que me queiram coartar o direito à crítica de actuações concretas (e lembro que a única coisa que critiquei foi a deturpação pouco séria de um parecer) com base na apreciação moral do mérito social de cada um.
henrique pereira dos santos
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