terça-feira, dezembro 30, 2008

Afinal temos tempo para pensar

Não sei exactamente que previsões foram feitas sobre o tráfego aéreo para fundamentar o novo aeroporto de raiz e sei que não devem ser usados resultados de períodos curtos para fundamentar decisões estratégicas.
Ainda assim a notícia que transcrevo abaixo parece pelo menos dar-nos algum tempo mais para pensar se não vale a pena equacionar o Portela + 1.
Os argumentos que tenho ouvido contra essa solução prendem-se com o sobrecusto de operação para as companhias aéreas e consequente perda de competitividade. É um argumento sério e de peso. Mas faz sentido defender a competitividade das companhias aéreas com a perda de competitividade de todo o país?
Também existe o argumento de que agora é que é mesmo preciso investir em força para segurar o emprego face à crise. Deixando de lado o facto do aeroporto ter um efeito marginal no curto prazo (acho eu, que percebo pouco disso) a verdade é que tenho aqui meia dúzia de alternativas onde me pareceria mais razoável segurar o emprego com dinheiro público e endividamento externo.
Não seria então a altura de abrandar, avaliar Portela + 1, aplicar os recursos poupados noutro tipo de investimento (por exemplo, em conservação, ou, mais lato, em gestão do território) já que pelos vistos as previsões de crescimento de tráfego aéreo irão derrapar no tempo (veja-se a espantosa redução do tráfego aéreo de mercadorias).
Camaradas ambientalistas, não seria a altura de se ouvirem propostas ambientalistas para a gestão da crise?
henrique pereira dos santos

Terceiro mês consecutivo de contracção do mercado
Tráfego aéreo internacional acentua queda em Novembro
30.12.2008 - 11h12
Por AFP
O abrandamento da maioria das grandes economias mundiais está a reflectir-se no sector da aviaçãoO tráfego aéreo internacional de passageiros sofreu em Novembro uma forte contracção de 4,6 por cento, terminando um período de três meses de quedas consecutivos do mercado da aviação. O transporte de mercadorias foi a área mais afectada pela recessão em que se encontram muitas economias mundiais, registando um trambolhão de 13,5 por cento nesse mês.Para o director da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês), Giovanni Bisignani, os números do último trimestre do ano serão “muito pesados”, em sintonia com a forte travagem da economia mundial e as perspectivas de manutenção do cenário sombrio na primeira metade do ano seguinte. Nos dois meses anteriores, em Setembro e Outubro, o sector caiu 2,9 e 1,3 por cento, respectivamente, face a idênticos meses de 2007, lembra ainda o dirigente da IATA, que demonstra a sua perplexidade em relação aos números do transporte aéreo de mercadorias: “Essa baixa de 13,5 por cento do tráfego internacional de mercadorias é traumatizante. Tendo em conta que o transporte aéreo assegura 35 por cento do valor das trocas internacionais, estes números demonstram a rápida queda do comércio mundial e a propagação do impacto do abrandamento económico”, sublinhou ainda Bisignani.

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