quarta-feira, março 18, 2009

Polis


Estava eu distraidamente a ouvir o noticiário quando alguma coisa na notícia em causa me chamou a atenção: parte do polis da Caparica, penso que um bairro que alojaria os moradores de uma área desqualificada, já não se podia fazer porque ninguém tinha aparecido numa hasta pública para comprar o terreno cuja venda pagaria o dito bairro.
Há anos que digo que o Polis tem projectos de especulação urbana em que parte das receitas revertem para a alteração do espaço público mas não é programa ambiental nenhum.
E pelos vistos será mais uma vítima da paragem do mercado imobiliário (se não for vítima de um cambalacho que tenha boicotado a hasta pública levando o terreno para a negociação directa).
Mas não deixa de ser irónico.
É que se houvesse coragem de estabelecer a apropriação pública das mais valias urbanísticas (que resultam essencialmente de decisões administrativas e não de economia produtiva), como tem defendido, pr exemplo, Pedro Bingre, não só o Polis não era necessário como o principal motor de destruição da qualidade do espaço urbano, que o polis pretende mitigadamente compensar a custos astronómicos, griparia ou perto disso.
E no entanto o Polis continua a ser uma vaca sagrada com excelente reputação pública.
Portugal é um país estranho.
henrique pereira dos santos

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