"Desde logo a Refer, que criou um problema que terá que ser corrigido agora. A secção das passagens hidráulicas sob a estação de Alverca diminuiu aquando da construção da nova estação. Isso vai ter que ser corrigido e a Refer já assumiu que o vai fazer. Também atravessamos uma via nacional e a Estradas de Portugal também vai ter que colaborar. E temos todo um conjunto de entidades que se serve do canal onde passa o rio, como é o caso da TV Cabo e da EDP, cujas infra--estruturas vão coladas à cobertura do rio e que também vão ser chamadas a intervir."
Do Público de ontem.
Mas a notícia começava assim:
"A Câmara de Vila Franca de Xira adjudicou, na semana passada, a empreitada de limpeza e regularização do rio Crós Cós, linha de água que tem sido responsável, nos últimos anos, por várias situações de inundação da Baixa de Alverca".
Responsável o rio? Mas pode alguém ser quem não é? E os outros, são todos vítimas?
henrique pereira dos santos
Por curiosidade aqui fica um testemunho que encontrei por aí, mais precisamente na lenga lenga da Mila:
Trabalho de Emília Soares nº 4CL5 Formadora: Vânia Nunes
O meu trabalho é sobre um problema que me afectou enquanto trabalhei na papelaria “Luena ,“situada na rua Almirante Cândido dos Reis, em Alverca.Ao longo dos 12 anos que aí trabalhei, assisti a 4 cheias em que a loja inundou e provocou muitos estragos.Além dos estragos, a limpeza era extremamente difícil, porque a loja fica situada abaixo do nível da estrada.
O rio Crós-Cos também é uma dor de cabeça para mim, porque possuo um lote de terreno numa urbanização confinada a ele.
Alverca fica situada em chão direito e parte em sítio montanhoso que se levanta a norte.
A sul, os terrenos junto ao rio Tejo são alagadiços.
Alverca é atravessada pela ribeira das silveiras que tem cerca de 12 km, e tem os seus principais afluentes a ribeira de Loureira e da Fonte do Vale.
Alverca é ainda atravessada pelo rio Crós-cós.
Desde os tempos antigos que se fala em cheias em Alverca. Aconteciam, principalmente, entre Janeiro e Abril.
As cheias eram cíclicas: as grandes ocorriam, geralmente, com a periodicidade de oito a dez anos, e as mais pequenas de três em três anos, sendo estas de menor dimensão.
Os estragos sempre foram abundantes e desde sempre se recorriam a apoios estatais.
Desde que estou a viver em Alverca já houve 5 cheias.
1º- 19 De Novembro de 1983 - Foi uma grande cheia que provocou grandes estragos. Não assisti pois estava de férias.
2º-9 De Janeiro de 1996 - Por volta das 14 horas, começou a chover com grande intensidade e o rio Crós-CósRebentou o murro da quinta do Dr. Vieira e inundou Alverca. Como a grande quantidade de água que se fez sentir, coincidiu a maré-cheia no rio Tejo, o que agravou ainda mais a situação, já que a ausência de uma bacia de retenção impediu o escoamento das águas. Desde a avenida 5 de Outubro até à estação da CP, passando pelas artérias adjacentes águas, foram arrastando lamas e canas, assim como o laranjal do Dr. Vieira. Havia laranjas por Alverca inteira.
2 De Novembro de 1997 - Começou a chover pelas 6 horas e o rio Crós-Cós voltou a rebentar. Os estragos foram idênticos aos do ano 1996, só que provocaram mais estragos para os comerciantes, vistos a cheia ter sido muito perto do Natal e as lojas estarem cheias de mercadoria.
Dia 9 de Novembro de 2003 - Ao início da tarde, por volta das 13h 30m bastou chover durante 1 hora com bastante intensidade para o rio Crós-Cós provocar um arrastamento de pedras e canas proveniente da Arcena e rebentou com o muro e a grade de protecção na zona da Formigueira. Nesta zona, o rio fica submerso e com o entupimento e a maré cheia este passou a correr pela avenida 5 de Outubro abaixo, inundou a rua Almirante Cândido dos Reis, rua José Raimundo Nogueira, a Nacional 10 e continuou pela Avenida Capitão Meleças até à estação ferroviária que chegou a ter 1 metro de altura de água. Esta cheia é só comparável à de 1983.
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