Andava eu nas minhas andanças do costume, quando nesta semana numa das noites tropecei num bicho morto, que aparentemente seria um gato-barvo (Felis silvestris), não foi o facto de ser era ou não um Gato-bravo que me levou a fazer este post, mas sim o resultado de um pequeno exercício mental.
Durante os breves segundos que estive à espera que o GPS captasse satélites suficientes para tirar as coordenadas do ponto, tentei fazer um mapa mental da distribuição do Gato-bravo (exercício que gosto e faço regularmente), e sinceramente tive alguma dificuldade. Como o céu estava bastante carrascão e o relevo não ajudava o GPS demorou mais alguns segundos do que o normal, o que me deu tempo para fazer mais uns exercícios passando pela doninha (Mustela erminea), toirão (Mustela putorius) e marta (Martes martes), resultado: a dificuldade aumentou.
Isto tudo levou-me a uma breve reflexão: tendo em conta que o conhecimento dos valores a conservar é a base para a sua conservação, será que temos o trabalho de casa feito?
3 comentários:
Há muito que me preocupa o estado destas populações de carnívoros, de gato-bravo e não só. Não apenas por preocupação geral, que a tenho, mas também por uma razão bem mais prosaica - porque preciso de saber a distribuição actual destes bichos para poder estimar a sua densidade em potenciais áreas de reintrodução do lince. Que terá impacto nestas populações também....
Rodrigo Serra
Pois é. Sobre as lacunas de informação na distribuição dos mamíferos apresentei um mapa no blogue que ilustra as tuas preocupações. Ver aqui:
http://ambio.blogspot.com/2009/07/qualidade-dos-dados-potugueses-de.html
Já tinha lido esse post (causador de grande angústia) e tenho tentado promover a coisa da única forma que posso - precisamos de saber para gerir, de que vale pensar em reintroduções se não temos o trabalho de casa feito? Acredito que haja por aí informação, estou certo disso, mas haverá quem a reúna?
Rodrigo
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