quinta-feira, novembro 05, 2009

Linces, coelho e habitat


Miguel Rodrigues diz-me que o que eu digo sobre a conservação do lince é diferente do dizem os muitos especialistas de vários países que trabalham sobre o assunto.
E acrescenta que gostaria de me ver explicar o que digo ao coordenador do Cat Specialist Group da IUCN, Urs Breitenmoser.
Como exemplo acrescenta um link que não consegui pôr a funcionar mas que penso que conduziria ao artigo "The use of sighting data to analyse Iberian lynx habitat and distribution", de Luis Palma, Pedro Beja e Miguel Rodrigues, sendo que o Miguel considera a competência e idoneidade dos dois primeiros como inquestionável.
Resumindo, Miguel usa argumentos de autoridade para sustentar os seus pontos de vista.
Quero por isso começar por dizer com toda a clareza que não tenho o menor respeito por este tipo de argumentos. E acrescento que pelo menos a idoneidade de uma das pessoas citadas é para mim perfeitamente questionável.
Acresce que não faço a menor ideia do que saberá Urs Breitenmoser sobre a campanha do trigo em Portugal ou sobre o erro crasso, embora comum, de considerar que a dinâmica da paisagem do sobreiro é essencialmente a mesma da dinâmica da paisagem da azinheira. Ou ainda o que saberá sobre a evolução do pastoreio em Portugal. Acredito que saiba muito, mas não é com certeza o facto de ser especialista de "gatos" que automaticamente lhe dará autoridade para não ser contestado nestas matérias que são essenciais para a discussão da conservação do lince.
Se as questões em que eu deveria ouvir mais os especialistas são as da sensibilização, direi que é normal que quem esteja envolvido na conservação de pumas, tigres, leopardos, leões e outros que tais, com uma longa história de relação conflitual com o homem (por ataque directo, ou por ataque ao gado) esteja muito atento à necessidade de comunicação associada a programas de conservação destas espécies, em especial se se tratam de reintroduções. Mas simplesmente nada disso se aplica ao lince ibérico que nunca teve nenhuma história de conflito com as pessoas.
Abandonemos pois os argumentos de autoridade e concentremo-nos nos argumentos de substância sobre a evolução populacional do lince.
O que não falta hoje são habitats de matos mediterrânicos. O que não falta são habitats favoráveis ao lince. Argumenta o Miguel que se o único factor de regressão do lince fosse o coelho, ele apareceria onde existe abundância de coelho, o que também não acontece.
Passando por cima do facto de eu preferir falar de factor crítico em vez de único factor, convém naturalmente saber que o lince não aparece em qualquer lado de geração espontânea.
Para que existam linces, é preciso condições para uma população estável de linces ou populações dadoras que estejam em contacto com as áreas de abundância de coelho.
Ora argumentar que hoje existem reservas de caça, e pode acrescentar-se, campos de golfe, com boas densidades de coelho sem que exista lince para demonstrar que há outros factores a actuar, como o habitat, é omitir que a contracção das populações foi fortíssima e que as populações remanescentes ficaram profundamente fragilizadas, sendo portanto populações fracamente dadoras.
O que impede qualquer cenário de colonização rápida de áreas com boa densidade de coelho.
Testemos a hipótese de que esta fortíssima contracção das populações de lince se deveu ao que o plano de acção para a conservação do lince caracteriza nesta frase: "O matagal mediterrânico tem vindo a desaparecer progressivamente ao longo dos últimos anos.".
Esta afirmação é um puro disparate ou uma inutilidade para a discussão da conservação do lince dependendo da escala do tempo a que diz respeito.
Avaliemos a evolução dos sistemas, para simplificar comecemos no Sul e depois alarguemos (para quem queira uma leitura complementar aconselho, por exemplo, esta referência).
Até meados, quase fim do século XIX, o Alentejo era em grande medida brenhas e charnecas sem fim. Não sabemos nessa altura como estavam as populações de lince.
Entre os fins do século XIX e meados do século XX há uma progressiva diminuição destas brenhas e charnecas, substituídas por montados, vinhas, olivais e campos de cultivo, em especial em consequência da campanha do trigo, hectares e hectares de áreas de mato, montado, olival, vinha e maninhos vários foram arroteados para a produção de trigo, incluindo grande parte das serras algarvias. Não existem notícias de grande preocupação com o lince, cuja área de distribuição ainda incluiria as dunas de mira, o vale do Sado provavelmente até Alcácer, ou a serra de Aire, perto de Fátima onde o último lince comprovadamente morto na área o terá sido nos anos 80 do século XX (na mais antiga das hipóteses, nos anos 70).
De meados do século XX até hoje, com um breve interregno em meados dos anos 70 com a reforma agrária, a situação inverteu-se e os matos, montados e pastagens ocuparam áreas imensas que temporariamente tinham sido arroteadas para o trigo. Ora é exactamente nesta altura de nova expansão dos matorrais mediterrânicos que uma profunda e muito rápida contracção das populações de lince se dá.
Devo dizer que as análises de evolução do uso do solo que participei para o Alvão e para o PNSAC (neste caso com recurso a matrizes de Markov que permitem restringir bastante a infuência dos preconceitos de quem faz o estudo), são coerentes com este padrão de evolução da paisagem (com diferenças claro, mas não relevantes para esta discussão).
O que aconteceu entretanto? Nos anos 50 a mixomatose chega à Europa, dizimando as populações de coelho e fragilizando as populações de lince. Quando parecia haver alguma esperança de recuperação, a doença hemorrágica viral, ainda mais agressiva, aparece nos anos 90 na Península, o que coincide temporalmente com segunda e fortíssima contracção das populações de lince. Estima-se que hoje a população de coelho seja de 5 a 10% da população de há cinquenta anos, quando se chegavam a encontrar densidades de 40 coelhos por hectare (hoje procuramos desesperadamente áreas com densidades de 7 coelhos por hectare, considerado o limiar mínimo para sustentar uma população reprodutora de linces).
Perante este quadro gastar recursos a fazer flores com o matorral mediterrânico e dizer que o lince precisa de zonas tranquilas e isoladas e coisas do género a mim não me convence.
Digam os maiores especialistas do mundo o que quiserem.
No mundo da ciência é importante avaliar todos os pequenos detalhes das explicações do mundo.
No mundo da gestão, e as políticas de conservação são do domínio da gestão e não do domínio da ciência, o fundamental é aplicar os recursos no que é mais eficiente para atingir os resultados que se pretendem.
O que explica que muito bons cientistas com frequência não sejam nem bons gestores, nem bons políticos.
E do que lince precisa agora é mais de boa gestão e boas políticas que de uma ciência obcecada com cada detalhe da explicação das coisas.
henrique pereira dos santos

10 comentários:

Miguel Rodrigues disse...

É recorrente ler textos do Henrique a criticar tudo e todos, a torto e a direito, mesmo pessoas que merecem respeito e reconhecimento pelo trabalho que fizeram e fazem. Mas, provavelmente, possui um conhecimento suficientemente vasto e que lhe permite tal coisa.

" E do que lince precisa agora é mais de boa gestão e boas políticas (…)" Concordo. Claro que isto não equivale a prescindir de novo e urgente conhecimento em muitas áreas específicas. A não ser para quem já sabe tudo e não necessita de mais nada.

"(…) não tenho o menor respeito por este tipo de argumentos [de autoridade]."
"(…) a mim não me convence. Digam os maiores especialistas do mundo o que quiserem."

Aparentemente, o Henrique sabe mais que todas as pessoas que estudam dia a dia estes temas; sabe mais que todas as pessoas que avaliam os programas europeus de financiamento; sabe mais que todos aqueles técnicos juntos dos quais o meu conhecimento se aproxima do zero.

Assim sendo, não me sinto minimamente preparado para continuar esta argumentação consigo. É pena, pois corre-se o risco de os leitores deste espaço ficarem restringidos apenas a superficialidades irónicas.

De tudo o que escreveu, depreendo uma coisa: o Henrique é apenas mais um português que sabe tudo acerca de tudo.

Continuarei, no entanto, atento aos textos que prometeu.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Miguel,
Vejo que terei de acrescentar um texto aos que prometi fazer.
Escreverei um texto a procurar explicar que os heróis não devem estar isentos de escrutínio, que não é desejável que confundamos a crítica a aspectos da sua actuação com a negação do seu estatuto de heróis.
Será um texto desagradável de ler, mas sobretudo desagradável de escrever, como todos os que envolvem o escrutínio directo de pessoas concretas (uma coisa que o movimento ambientalista faz recorrentemente sobre "os de fora" mas que acha inacreditável que se faça "aos de dentro").
Mas acho que o devo escrever tendo em conta que está mal explicada a minha posição: eu não critico tudo e todos, critico sim o uso de argumentos de autoridade que impedem o escrutínio da substância da argumentação.
É muito mau para a conservação a proliferação de vacas sagradas e de ídolos de pés de barro em matéria de conservação.
E quanto à substância da argumentação lamento que o Miguel se tenha posto fora da discussão.
Eu apresentei uma narrativa sobre a conservação do lince. Estou convencido dela.
Gostaria muito de a ver criticada para perceber onde está errada e passar a saber mais sobre o assunto.
Note-se, se quer usar argumentos de autoridade, que não conheço uma única autoridade em matéria de dinâmica de paisagem que subscreva esta frase essencial para a discussão: "O matagal mediterrânico tem vindo a desaparecer progressivamente ao longo dos últimos anos." se por últimos anos se entenderem os últimos cinquenta e a frase for aplicada a Portugal.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Caro Henrique,
Provavelmente será até um texto muito agradavel de se ler.
Será que finalmente alguém vai chamar os bois pelo nome na tal história do lince anestesiado?

Anónimo disse...

Vão desenterrar a morte de um lince, à não sei quantos anos, quando foi anestesiado para lhe colocarem um coleira rádio?

Os felídeos de uma maneira geral são complicados de anestesiar.

Os linces, em particular, são muito complicados de anestesiar.

Já foram feitas teses de mestrado em Espanha com o objectivo de desenvolver formas seguras de imobilização química.

Não é tarefa simples.


Mais, os espanhois chegaram a conclusao que é mais seguro imobilizar os animais fisicamente do que recorrer a anestesia.


Portanto se tencionam começar a crucificar alguém ( n faço ideia de quem seja, apenas ouvi comentários vagos sobre isso), julguem-nas pelo que se sabia à 20/30 anos e não pelo que se sabe agora.

Anónimo disse...

Caro Henrique,

Muito interessante a sua exposição sobre a campanha do trigo - e sabemos bem que os campos de trigo favorecem o coelho-bravo. E que o coelho-bravo também precisa de áreas de matagal (silvas, etc.) para construir os seus abrigos, na orla das pastagens / campos de cultivo. Os próprios linces precisam desse mato para dispersar de manchas de habitat para outras.

Discordo da avaliação que faz do "matagal mediterrânico" - por este termo eu compreendo o mosaico de pastagens e culturas, montados de sobreiro e azinheira, e outros tipos de uso do solo mais ou menos tradicionais, desde que não intensivos, permeáveis e de dimensão mais ou menos modesta, intercalados por orlas de mato. E a verdade é que o lince aguenta hoje precisamente nestes tipos de habitat, com grandes diferenças entre eles. Nalgumas destas manchas (muitas) abandonou-se a pastorícia e o cultivo das terras, noutras nem nunca elas existiram (Parque Nacional de Doñana). Mas lá está o coelho, ainda que por vezes com densidade apreciável apenas por força das acções de gestão e fomento das suas populações (não o caso dos montados da Sierra Morena). Mas não voltemos aos LIFE. Certo é que não vale a pena "atirar" coelho ao habitat que ele não cola. Só se aí houver já uma população estável.

O único factor realmente comum a todas as áreas históricas de presença de lince e de coelho é a incidência de epidemias (pandemia é mais o termo) que afectaram o coelho bravo, fosse onde fosse. E isso nada tem com o uso do solo. É impossível ser 100% seguro sem os dados necessários, mas lá que a coincidência é grande, isso é - anos 70, Mixomatose como dizia o Henrique, facto também atestado pela a entrada da pandemia em Espanha 10 anos antes. Na minha opinião (vinco "opinião") foram estas pandemias (com a entrada da Doença Hemorrágica Viral a coisa tornou-se simplesmente absurda) que fizeram pender a balança para o extermínio do coelho, que no final arrastou o lince consigo. Mas este mosaico de que falo, tão necessário, está também a dar lugar ora ao abandono total, ora ao cultivo intensivo. Nenhuma destas opções favorece o coelho ou o lince. Matagal mediterrânico não quer dizer mato descontrolado. E procuramos áreas com populações estáveis de coelho, nem que seja de 1 por ha, que possam eventualmente ser reforçadas até aos 4/ha. Que é o que se considera o mínimo para uma fêmea de
lince reproduzir. Se alguém encontrar 7 coelhos por ha, por favor apite!

Peço-vos encarecidamente que não arrastem o Dr. Urs Breitenmoser para esta conversa, que o senhor não tem nada com isto e tem sido uma enorme ajuda. O que ele nunca tentou fazer foi dizer-nos o que temos de fazer, mas sim que metas temos de atingir se queremos levar o bicho adiante. Não se use o nome do co-chairman do grupo especialista em felinos em vão, que nem piada tem.

O que o Urs é, no fundo, é um conservacionista. Não é um cientista puro, mas sim um gestor de conservação, ou seja usa o conhecimento científico para melhor tomar as suas opções de gestão. No mesmo pacote se pode incluir a Dra. Astrid Vargas. São mestres na gestão adaptativa, gerem o loop de informação que guia as suas decisões, e é o próprio loop que alimenta futuras decisões. O loop alimenta-se de informação biológica, médica, económica, socio-política, legal, etc. E isso é gestão. Mas gestão com base em ciência - formulação e teste de hipóteses, registo de dados e respectiva análise, integração de conhecimento nas próximas decisões - não num qualquer palpite, nem em teorias e postulados, e muito menos em teoria macro ou micro-económica ou política.

Gestão pela gestão pura, determinística, na conservação é um desastre (como se vê); gestão adaptativa com base no conhecimento (ciência) é uma vitória das últimas duas décadas na conservação (por aqui ainda pouco se vê), e gestão determinada apenas por factores políticos... Sem comentários.

Melhores cumprimentos,

Rodrigo Serra

Anónimo disse...

Um comentário ao último anónimo que aqui comenta: não julgarás as acções passadas dos outros com o conhecimento que tens hoje à posteriori, e reza para que não to façam a ti daqui a 20 anos. Porque com 20 anos em cima a coisa torna-se muito complicada. Ninguém ganha absolutamente nada em discutir publicamente o que teria feito naquela situação, com a informação que tem disponível hoje. De reter apenas que muito se avançou em 20 anos e esperemos que assim continue. Estou totalmente de acordo consigo.

Discordo no entanto absolutamente (e aqui tenho alguma experiência, e em várias espécies) que os felinos sejam difíceis de anestesiar. Muito mais são os mamíferos marinhos, ou os anfíbios e répteis, e mesmo uma boa parte das espécies de cervídeos e equídeos. E de elefantes não vou falar, que me borrava de medo cada vez que tinha de participar num evento desses.

A captura de linces-ibéricos é de facto feita por meios mecânicos (não por laço, agora por caixas armadilha), mas a imobilização é sempre feita por meio químico. Tem evoluído muito o protocolo, abandonando-se a combinação ketamina-xilazina, passando-se a outras mais modernas e seguras, mas tirando a vacinação todas as outras intervenções são obtidas quimicamente.

O que é difícil não é anestesiar um lince-ibérico, o que é realmente difícil é tomar essa responsabilidade.

Henrique Pereira dos Santos disse...

Rodrigo,
Repararás que não fui eu que invoquei o nome de quem quer que seja e, bem pelo contrário, procurei afastar a discussão de uma guerra de nomes para a centrar na troca de argumentos de substância.
Pelo teu comentário percebo que estás no essencial de acordo com o que eu disse, com excepção deste pedaço que cito:
""matagal mediterrânico" - por este termo eu compreendo o mosaico de pastagens e culturas, montados de sobreiro e azinheira, e outros tipos de uso do solo mais ou menos tradicionais, desde que não intensivos, permeáveis e de dimensão mais ou menos modesta, intercalados por orlas de mato."
É uma definição criativa de matagal mediterrânico, tão criativa que pouca gente associará esta descrição aos termos "matagal mediterrânico".
Incluindo os que nos projectos afectam recursos à recuperação do matagal mediterrânico, que usam a definição corrente.
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Olá a todos,

Reparará o Henrique que não me referia a si em concreto, mas ao anónimo que comentou antes de mim, com quem concordei. Limitei-me a dar a minha achega. Não pense o Henrique que venho ao "seu" Blog unicamente para provocá-lo...

Quanto ao matagal mediterrânico - prefere o Henrique chamar-lhe bosque mediterrânico? Montado mediterrânico? Olival mediterrânico? Mosaico mediterrânico? Há algum termo que o Henrique use que englobe tudo aquilo de que falei?

Não sei quem escolheu o termo "matagal mediterrânico" para o plano de acção(ainda que toda a gente que eu conheço dentro da conservação do lince entenda o mesmo que eu, em Portugal e em Espanha), mais importa o que se entende por ele. Suponho que se lhe disser que o que se pretende é conservar esse mosaico, o Henrique levantará a suas objecções à conservação do lince?

Rodrigo Serra

Anónimo disse...

Olá outra vez,

Faltou-me realçar que não estou de acordo com o Henrique também noutro ponto: a gestão pelos cientistas. Gestão adaptativa, com base no conhecimento. Aí pelos vistos estamos em campos diametralmente opostos. Ora aí está uma discussão que me agrada sobremaneira.

Rodrigo

Henrique Pereira dos Santos disse...

Rodrigo,
Sim prefiro mosaico mediterrânico (em rigor prefiro mosaico agrícola, o ser mediterrânico ou não é razoavelmente irrelevante, tanto mais que o lince já teve uma distribuição bem para lá da área tipicamente mediterrânica da península ibérica).
E porque razão dou importância a essa distinção?
Porque o matagal mediterrânico é uma área de baixa intensidade de gestão (dependendo da produtividade primária pode até estar próximo da não gestão) mas o mosaico agrícola é uma área de elevada intensidade de gestão.
E se é este mosaico que se pretende fomentar, então é a economia que o permite gerir que é preciso suportar, o que diminui, em muito, o papel executor do Estado para aumentar o seu papel de financiador.
Isso não se faz com projectos demonstrativos, faz-se com financiamento sério a economias produtivas, ainda que com déficits de competitividade.
Ou seja, faz-se onde existem pessoas e dinamismo económico.
E é isto, desde há anos, que me separa das estratégias adoptadas em Portugal nesta matéria.
Eu não tenho objecções à conservação do lince, tenho sim objecções a uma estratégia errada e cara.
Quanto à gestão pelos cientistas não sei o que é. Há cientistas que são bons gestores mas quando gerem não estão a ser cientistas.
Que a gestão deve ser acompanhada pelo melhor conhecimento disponível não tenho dúvidas. Mas que é essa gestão que define o conhecimento de que necessita também não tenho dúvidas.
henrique pereira dos santos