segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Da linha editorial



De vez em quando é preciso reafirmar:
este blog não tem linha editorial. Cada um diz o que pensa e como pensa. Não tem agenda, não pretende mudar o mundo e as pessoas que nele escrevem pensam coisas muito diferentes sobre as mesmas coisas.
Por acaso algumas pessoas têm escrito mais que outras (eu, por exemplo) e portanto notam-se mais as suas opiniões.
Mas isso não passa de espuma dos dias: se amanhã alguém tiver mais disponibilidade, notar-se-ão outras ideias.
O que queremos é apenas ajudar-nos a todos a pensar cada um pela sua cabeça: preferimos as discussões às missas.
E mesmo nisso nem sempre estamos todos de acordo.
henrique pereira dos santos

6 comentários:

Anónimo disse...

Mas haverá com denominador comum entre todos os textos e cada um dos seus autores?
Sim, este é um "Blogue de Reflexão sobre Ambiente e Sociedade".
Não é importante que os "Ambionautas" estejam de acordo uns com os outros, mas seria bom que cada um se mantivesse coerente com a sua própria linha de argumentação.

Alexandre Vaz

joserui disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos, é de certa forma reconfortante, constatar que lê os comentários. Não sei se os entende completamente, mas lê. Eu referia-me à sua linha editorial (não considero um exagero, se bem que escrever num blogue é muito ao sabor dos humores do momento, para mim pelo menos). Mas já que fala do Ambio, há umas linhas gerais.
De facto não diz em lado nenhum que reflectir sobre o ambiente, seja em favor do ambiente. Erro meu pensar que sim. Se bem que a originalidade não é muita — e isso é um lema. Entre si e o Gonçalo Rosa, já li do género noutros lados, com uma regularidade notável. O anti-ambientalismo tem um tempo de antena que parece um relógio suíço a começar no Primeiro Ministro e a acabar no mais remoto presidente de junta. Tudo pelo progresso da nossa terra.
Mas é como lhe digo. Está a cultivar os leitores que lhe interessam. São os seus leitores. Por isso lhe enviam odes transbordantes de protões e prazer de caçar. E publica. Por isso, não há pudor em colocar nos comentários petições a favor de mais essa desgraça nacional que é a tourada (mas o Gonçalo Rosa só vê fanáticos, fundamentalistas, inquisidores e irracionais para um lado, acontece muito). São os leitores que cultiva. Ature-os. -- JRF

Henrique Pereira dos Santos disse...

Caro José Rui,
Os seus comentários sobre mim, quer aqui, quer nos posts do seu blog, têm vindo a ser mais agressivos ao longo do tempo.
Não passam os limites da boa educação, nem são insultuosos, são apenas agressivos.
E qual é a razão da agressividade?
A minha opinião é diferente da sua.
Vale a pena tanta agressividade só por isso?
henrique pereira dos santos

Anónimo disse...

Henrique, ainda que isso seja indesejável, por vezes numa troca de argumentos inflamada pode-se resvalar para a agressividade... Pela minha parte procuro (nem sempre com sucesso) manter as discussões num plano objectivo e civilizado.
Não creio que o JRF precise da minha defesa, mas parece-me pertinente, em nome da transparência acrescentar que eu próprio apesar de ler (quase) sempre com interesse os teus textos, fico frequentemente chocado com a tua agenda mais ou menos subterrânea e com o pesado fardo de ódios de estimação que transportas às costas.
Agora que tenho participado nas discussões com maior frequência vejo também que procuras recorrentemente minar os argumentos do teu interlocutor com recurso a uma retórica pouco sadia ("a carta do chefe índio não foi escrita por ele", "os fotógrafos de natureza são oportunistas", "os naturalistas são preguiçosos", "não estou aqui para ouvir lições de moral", etc).
Em conclusão, não vale a pena ser agressivo nas discussões, mas julgo que vale a pena manter o respeito pelos nossos interlocutores e pela nossa própria linha de raciocínio e argumentação.

Alexandre Vaz

joserui disse...

Caro Henrique Pereira dos Santos, não há agressividade. Isso devem ser efeitos do meio que tem algumas deficiências para discutir para lá das "bocas". É como o mail, fonte de muitos mal entendidos. Mas reconheço que tenho de melhorar as minhas valências "discussivas", para não estar sempre a cair no lateral, como se a questão se a carta é realmente do chefe.
Há comentários duros (mas também não responde portanto e daí?), como a questão da "accountabillity", a aliança com os caçadores na Faia Brava (seria ingrato eu só ser sócio de uma associação ambiental e logo de uma aliada desses grandes conservacionistas)... numa palavra... não é questão de diferença de opinião... encaremos os factos: não entendo o que escreve. E não entendo neste contexto.
Neste blogue criticam-se consequências de linhas de acção ambiental, mas nunca o que lhes dá origem.
Se os "animalistas" como lhes chamam de forma pouco elogiosa libertam animais da indústria das peles, é um crime ambiental. O facto desses animais estarem onde estão (e não me consta que tenham aparecido por obra e graça do espírito santo), não merece uma palavra.
Os tais "animalistas" são gente perigosa. Se forem para a porta de uma tourada armados de letais cartazes, são insultados e agredidos. Quem lhes manda serem fanáticos, fundamentalistas, irracionais, inquisidores e — desconfio eu —, anti-liberais? A tourada é importante para a gestão da paisagem.
A caça é o paraíso na terra da conservação. Tudo pela caça, nada contra a caça. A conservação agora são contas de merceeiro de dezenas de exemplares. Não há uma palavra para os crimes cometidos pelos caçadores, só elogios e "resultados muito positivos". E carta! Cheia de protões e interesse.
São exemplos de uma linha editorial. Que deve ser excelente. Mas não me interessa -- se fosse a pagar, não colocava aqui um cêntimo do meu dinheiro. Para isso, leio o "mainstream". Este blogue não equilibra nada, limita-se a seguir a corrente.
A conservação com linhas de orientação exclusivamente práticas e sem moral (ou amoral se preferir), conserva alguma coisa no fim? -- JRF

Anónimo disse...

Caro HPS,

O facto de não concordar algumas vezes consigo, não invalida que lhe reconheça honestidade intelectual. Mesmo verificando que a honestidade - seja ela qual for - é um bem fora de moda, para mim continua a ser um valor a preservar.

Esta análise aplica-se integralmente aos restantes autores do blog, particularmente ao MBA do qual discordo sempre no que concerne ao AGW, e com o qual por muito inflamdas que tenham sido as trocas de opinão, sempre registei com admiração:
a) a civilidade das suas respostas,
b) a cortesia de ler o que escrevo.

Por por isso enquanto for mantida esta «linha editorial», vou continuar a vir cá, e a comentar se me deixarem...

;-)