quinta-feira, maio 13, 2010

Os políticos portugueses subestimam a biodiversidade ao arrepio dos seus eleitores

Recentemente foi publicado um relatório do Eurostat que sugere que os Portugueses são o povo europeu mais preocupado com a perda de biodiversidade. No entanto, a questão da perda da biodiversidade continua a estar no fundo das preocupações dos nossos políticos. Outra explicação não haverá para o contínuo agravamento do sub-financiamento do ICNB claramente demonstrado pelo Gonçalo Rosa num texto recente da ambio. Este sub-financiamento limita de forma muito preocupante a capacidade operacional dos funcionários e vigilantes das nossas áreas protegidas.

Mas o que me leva a falar disto hoje é algo diferente. Estou neste momento em Nairobi no encontro da "Subsidiary Body on Scientific, Technical and Technological Advice" da Convençao da Diversidade Biológica. Vim apresentar os resultados do Global Biodiversity Outlook 3 (GBO3) e do relatório associado sobre cenários para a biodiversidade, do qual eu e o Miguel Araújo somos co-autores com outros cientistas. Ao olhar para a lista (disponibilizada no CD do GBO3) dos países que ainda não submeteram o 4º Relatório Nacional da Convenção da Diversidade Biológica, utilizados para fazer a aferição do objectivo de reduzir a perda de biodiversidade até 2010, encontro Portugal. É verdade que apenas 60% dos estados membros da UE entregaram já os seus relatórios, mas não deixa de ser surpreendente que no país onde 72% dos cidadãos considera a perda de biodiversidade um assunto muito sério, o nosso governo ainda não tenha submetido o seu relatório.

E já agora na sequência do texto do Henk Feith, a imagem abaixo retirada do Global Biodiversity Outlook 3 mostra vários indicadores globais de biodiversidade que sugerem que o declínio da biodiversidade continua.

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