sábado, julho 31, 2010

Não contem comigo

Notícia no Expresso de hoje:

"Derretidos O consumo de energia elétrica nos meses de verão este ano bateu recordes. A REN diz que as pessoas estão a instalar mais sistemas de ar condicionado. Não é preciso explicar porquê."

Isolei a minha casa com cortiça em sistema "Capotte", com o objetivo
(entre outros) de dispensar aparelhos de ar condicionado. As últimas semanas foram uma prova e peras para a solução adotada e posso responder que a casa aguenta muito bem o calor sem necessidade de arrefecimento artificial do ambiente interior (leia-se ar condicionado). Em dias onde lá fora chega a 40 ºC, o interior da casa mantém se nos 25-26ºC. Prefiro bem a temperatura interior da minha casa, que as salas de reunião gélidas onde passo uma parte significativa do meu tempo de trabalho, resultando em constipações regulares ao longo do verão.

Antes de explicar porquê, se calhar devia se perguntar porquê...

Henk Feith

3 comentários:

Zé Bonito disse...

Aí está uma área onde podia haver mais esclarecimento das pessoas. Gastam-se fortunas em ares condicionados e, consequentemente, em energia e nada se faz quanto ao isolamento das habitações.

Paulo Rosario Dias disse...

Na década de 50 havia maior eficiência energética na arquitectura que hoje.

Terraços e envidraçados sem sombreamentos nem palas nem tão pouco beirados... e depois sugerem às pessoas para gastarem em aluminios XPTO e ar condicionado xPTX...

Depois vende-se os aparelhos em que as únicas características que surgem sempre são o preço e os belos BTUs... Potência não interessa e eficiência também não.

Compra-se os mais ineficientes porque são mais baratos (gastam mais, libertam mais resíduos...).

Os frigoríficos têm classificação energética pelos CFCs certo? Custo a acreditar que de milhões de páginas de normas europeias ainda não haja obrigatoriedade de classificação energética de outros aparelhos domésticos...

Henk Feith disse...

Caro Paulo,

Arquitetura moderna não é sinónimo de ineficiência energética. Tal como sempre, há boa e má arquitetura. E estou em crer que as coisas vão mudando para melhor, há cada vez mais exemplos de construções modernas com uma dose significativa de medidas que promovem a eficiência energética. As pessoas, com a vulgarização dos aparelhos de ar condicionado, julgam já não suportar condições ambientais (leia-se calor) que sempre suportaram, e avançam em massa na aquisição dos ditos. Com o consumo elétrico a disparar. O problema está mais nas pessoas que no resto...

Sobre as certificações, acho que os CFC não tem nada a ver com eficiência energética, mas sim com a emissão de gases nefastos para a camada de ozono, quando os aparelhos estão em fim de vida. E sim, grande parte dos eletrodomésticos estão classificados conforme o seu consumo elétrico (tais classes de F a A), graças à política europeia. Até as casas hoje em dia: para vender um imóvel, o vendedor tem que possuir um certificado energético que classifica a eficiência (ou falta dela) do imóvel.

Um abraço,

Henk