Paulo,
Depois da imagem fantástica que mandaste, mostrando como arde com o vento Noroeste, reparei que:
- ontem o número de fogos diminuiu substancialmente (passou para pouco mais de 300, isto é, uma diminuição de cerca de 100, mais ou menos 25% em relação ao dia anterior, ou quase 40% face ao máximo do ano, que foi há quatro dias);
- que grande parte dos fogos mais significativos vinham de dias anteriores, o que significa que nessas condições de vento Noroeste o dispositivo foi conseguindo apagar os ditos 309 fogos em fases nascentes, como preconiza o modelo de intervenção;
- que hoje de manhã, com temperaturas que chegam a ser baixas e humidades altas às seis da manhã, apenas estão cinco fogos activos (dos quais apenas seis são dos tais mais significativos. Não há gralha minha, é a informação que consta do site da protecção civil. Foi mais para fazer uma piada porque entretanto foi corrigido e são 20 os fogos activos. Destes seis mais significativos, apenas 2 começaram ontem e hoje, isto é, nas tais condições de vento Noroeste que se fazem sentir há dois dias).
Devo dizer que estaria à espera de um começo de dia mais complicado, face às previsões. Estou à espera das observações posteriores às seis da manhã para ver se se confirmam as previsões de vento Leste no interior, sobretudo no Norte.
Ou seja, o tal vento Noroeste, se permitiu ainda um número de fogos importante e se manteve em actividade parte dos fogos que antes tinham atingido grandes perímetros (que é onde o sistema tem tido mais dificuldade em demonstrar a sua eficácia), demonstrou claramente que criou condições para que seja possível apagar os fogos em espaços de tempo razoavelmente curtos.
Veremos se se confirmam as previsões do vento que existem para hoje, Sábado, Domingo e Segunda e se elas trazem ou não o que caracteriza o agravamento da situação dos fogos: a dificuldade em parar o fogo.
Eu acho que sim, mas estou disponível para que a realidade (e não os índices) me demonstre que estou enganado.
henrique pereira dos santos
1 comentário:
Henrique,
sei que tens lutado afincadamente para a tese dos ventos de leste (bem, agora também já são de noroeste...). Eu sou mais pragmático. O factor mais determinante, em Portugal, é a ausência de chuva associada à diminuição da humidade relativa. Basta que subsistam essas condições por um período de três ou quatro semanas que, a seguir, entra o factor caos, o colapso do sistema e depois não é preciso mais nada para arder bastante desde que subsistam alguns fogos importantes.
Repara que, nos últimos 15 dias, já houve e deixou de haver ventos de leste, e continuam a subsistir sempre incêndios de alguma dimensão. Nas últimas duas semanas já se contabilizam cerca de duas dezenas de fogos com mais de 1.000 hectares ardidos, e é previsível que dos que estão ainda a arder alguns ultrapasssem bem os 5.000 hectares.
Abraço
Pedro
Enviar um comentário